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Resenha Critica de "A Cultura da Convergência"

Por:   •  30/1/2024  •  Resenha  •  2.191 Palavras (9 Páginas)  •  32 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS

 

ALICE RUANDA PASSARINHO DOS ANJOS OLIVEIRA

RESENHA CRÍTICA: CULTURA DA CONVERGÊNCIA

MACEIÓ

Março, 2023

O livro Cultura da Convergência tem como tema principal a interjeição entre convergência, cultura participativa e inteligência coletiva. A convergência, em termos gerais, se trata da multiplicidade no acesso a conteúdo por diferentes plataformas de mídia, assim como o comportamento do público de migrar de plataforma em plataforma para acessar o que mais lhe é de interesse. Essa convergência é apresentada pelo autor como algo que vai além de transformações tecnológicas, representa também uma transformação cultural.

De maneira inicial, o autor, Henry Jenkins, norte-americano estudioso dos meios de comunicação, traz o caso das imagens do “Beto é Mal”, que se trata de montagens em foto do personagem Beto de Vila Sésamo com inúmeras figuras emblemáticas, como Osama bin Laden, Hitler, etc; essas imagens romperam a bolha da web (lugar onde eram proliferadas) e acabaram sendo usadas em protestos antiamericanos que ocorreram após o onze de setembro. Sendo assim, Jenkins, aponta esse ocorrido como uma manifestação palpável da conversão, uma circulação de conteúdos por diferentes meios de mídia que rompe fronteiras nacionais.

Posteriormente, o livro insere a expressão Cultura participativa  como um antônimo de modelos de espectadores dos meios de comunicação do passado. Enquanto, em tempos atrás, a característica fundadora desses espectadores era a sua passividade em só receber o que lhes era passado, a característica abrangente dos espectadores da atualidade é a atividade em não só consumir como também produzir.

É possível compreender melhor isso através da leitura do artigo Olhares sobre a Cibercultura, de André Lemos e Paulo Cunha, que aborda as mudanças na comunicação que foram geradas pelo advento da tecnologia. Segundo os autores

A nova dinâmica técnico-social da cibercultura instaura uma estrutura midiática ímpar na história da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivíduo pode, a priori, emitir e receber informação em tempo real, sob diversos formatos e modulações (escrita, imagética e sonora) para qualquer lugar do planeta. (LEMOS; CUNHA, 2003, p. 3)

Passamos a não só receber informações como também a mandar, assim como paramos de consumir para também começar a produzir. O que se destaca ainda mais no trecho:

“Os dispositivos e plataformas cada vez mais modernos possibilitaram um modelo de comunicação e interação instantâneo. A internet quebrou as barreiras de espaço entre os indivíduos e revolucionou a forma de se comunicar e permitiu que novos produtores de conteúdo se destacassem nesse ambiente virtual, superando as barreiras impostas pelos veículos de comunicação tradicional. Um dos recursos que contribuíram com essa revolução foram os aplicativos das redes sociais.” (SILVA; TESSAROLO, 2016, p. 2)

do artigo Influenciadores Digitais e as Redes Sociais Enquanto Plataformas de Mídia escrito por Cristiane Rubim Manzina da Silva e Felipe Maciel Tessarolo.

 Porém, é relevante saber que essa produção realizada pelo indivíduo ainda são inferiores a corporações e aos veículos de comunicação tradicionais na hierarquia de poder e influência, além disso, nem todos os consumidores participam dessa cultura emergente.

Considerando isso, entende-se que a convergência não é puro fruto de inovações tecnológicas e sim das construções dos consumidores enquanto indivíduos em interação com outros. Ou seja, o consumo é um processo de inteligência coletiva, pois o repertório pessoal do sujeito se constrói a partir de conteúdos vistos no fluxo midiático, sim, mas também na transmissão desses conteúdos de um indivíduo para o outro através das interações.

Os recortes analisados nessa análise se limitaram ao capítulo introdutório e ao capítulo 3, onde o autor analisa a franquia de filmes Matrix, utilizando-se disso como um exemplo de narrativa transmídia, termo que será propriamente abordando parágrafos abaixo. O capítulo introdutório se divide pelos tópicos: Um novo paradigma para entender a transformação midiática, Conversas sobre convergência, O profeta da convergência, A falácia da caixa preta e a A lógica cultural da convergência.  

No primeiro tópico, Conversas sobre convergência, Henry utiliza outros exemplos para explicar manifestações do fenômeno da cultura da convergência. Um deles é o caso do filme Rock Sao to Rock, de Bollywood e lançado em 2004, onde acredita-se que tenha sido a primeira vez em que um filme esteve inteiramente acessível pelo celular. Através disso, chegamos a compreensão de que os celulares foram uma peça fundamental do processo de convergência. Após essa compreensão, é abordado as mudanças de paradigma nos mercados midiáticos. Enquanto em 1990 a evolução digital deixava implícito que os novos meios de comunicação substituiriam e aniquilaram os antigos, na atualidade do texto, o paradigma da conversão presume que as novas e antigas mídias irão interagir.

Em continuidade, o autor foca em um evento em New Orleans chamado “New Orleans  Media experience” cuja proposta era o público entender as transformações na notícia e no entretenimento. Segundo ele “A New Orleans Media Experience nos empurrou em direção ao futuro. Todo caminho à frente apresentava obstáculos, muitos dos quais pareciam intransponíveis, mas, de alguma forma, teriam de ser contornados ou superados na década seguinte.” (p. 37)

O segundo tópico, O profeta da convergência, se inicia falando sobre Ithiel  de Sola Pool que foi declarado como profeta da convergência pela revista Weird por seu livro Technologies of Freedom. Ithiel dizia que as funcionalidades dos meios de comunicação estão se mesclando em um único meio, sendo assim, se perde a relação direta que existia entre um meio específico e sua funcionalidade. Ademais, também afirmava que as novas tecnologias também permitiam que o mesmo conteúdo fluísse por diversos canais diferentes.

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