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TEORIA DA DEPENDÊNCIA E TEORIA NEOLIBERAL: A passagem do desenvolvimento associado para o capitalismo globalizado e sua inferência para as relações de trabalho

Por:   •  30/5/2016  •  Artigo  •  2.456 Palavras (10 Páginas)  •  440 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

TEORIA DA DEPENDÊNCIA E TEORIA NEOLIBERAL:

A passagem do desenvolvimento associado para o capitalismo globalizado e sua inferência para as relações de trabalho

CAMPINAS

2015

RESUMO

Para compreender a passagem do período do desenvolvimento associado (ou dependente) para o capitalismo globalizado (neoliberal) Octavio Ianni (1964) discorre sobre alguns fatos históricos que atrelados às estratégias adotas pelo Brasil rumo ao projeto de desenvolvimento corroboram para a fundamentação de algumas discussões que englobam as teorias da dependência e do subdesenvolvimento como trabalhadas por Marcelo Dias Carcanholo (2009), sobretudo em princípios econômicos influenciados diretamente por outros setores, políticos culturais ou sociais, e que permitem compreender as relações sociais, como as que dizem respeito a estruturação do mundo do trabalho, trabalhada por Ricardo Antunes e Giovanni Alves (2004) e István Mészaros (1930). O presente trabalho irá discorrer sobre, a teoria da dependência, abordando sua passagem para a teoria neoliberal. Abordando o período do desenvolvimento associado e a passagem deste para o capitalismo globalizado. O objetivo do trabalho é traçar uma linha histórica passando pelas diferentes situações econômicas politicas e sociais do Brasil em diferentes períodos que desencadearam estratégias de desenvolvimento econômico, pela realização de resenhas críticas dos textos propostos pela disciplina Tópicos Especiais em Sociologia, aliados as discussões advindas das aulas expositivas. Serão feitas por fim algumas considerações quanto a discussão proposta.

        

No início do século XX, até respectivamente o ano de 1930, como aponta Octavio Ianni (1964) o Brasil adentra o capitalismo dependente, como estratégia de desenvolvimento, levando em consideração o contexto do país. Este se insere como exportador aos países industrializados, assim produzindo de acordo com as “necessidades” dos compradores externos.         De 1930 em diante (até ser barrada em 1964), a estratégia adotada visava fortalecer o aumento de capital nacional, ou seja, as importações passam a ser substituídas por empreendimentos do próprio Estado, que passa a implantar subsídios para industrialização no próprio país, entre outras ações a fim de incentivar o “mercado” nacional, com objetivos puramente capitalistas (concentração de renda). Entretanto em 1946 os efeitos da Guerra Fria respingam no Brasil, abalando a estratégia do capitalismo nacional, assim faz-se necessário a adoção de uma nova estratégia, essa se denomina de desenvolvimento associado ou dependente. A adoção de práticas por fortalecimento do capitalismo nacional, bem como a de um socialismo nacional – que vinha sendo discutido no mesmo período, talvez com menos força – encerra-se “definitivamente” a partir da intervenção militar de 1946 (Brasil), fortalecendo-se e implantando-se o desenvolvimento associado/dependente. Posteriormente, com o milagre econômico (1968-1973) - no período pós-ditadura e em seus desdobramentos para o país – reforçam-se as relações com os países, estabelecendo maior dependência do que a possuída anteriormente, e a partir disso, então, das novas mudanças (efeitos da globalização), ao final do século XX, caracteriza-se nova estratégia de desenvolvimento, a de capitalismo transnacional/globalizado, na qual o Brasil “torna-se” uma “colônia” novamente, dessa vez dos países mais “desenvolvidos” economicamente, da sociedade mundial.

Segundo ainda Carcanholo (2009), pensar a situação da dependência, e ainda, do subdesenvolvimento, implica compreender as trajetórias de crescimento instável e desigual dentro de um mesmo território como aquelas advindas dos efeitos do milagre econômico e dos efeitos da globalização, somado também a baixa resistência aos choques externos, característicos de economias subdesenvolvidas dentro de um cenário globalizado. Consensualmente a situação do subdesenvolvimento é entendida como sendo equivalente a ausência do desenvolvimento, isto é, ao atraso em relação a outras experiências de desenvolvimento, e nesse sentido é preciso reconhecer que tanto o um, como outro, tratam-se de fenômenos qualitativamente diferenciados por suas contradições e complementaridades, pois mesmo em relações antagônicas, ambos os fenômenos fazem parte de uma mesma dinâmica.

As relações transnacionais, globais, acabam influenciando diretamente na atuação governamental do país em questão (Brasil), bem como nas relações estatais com a sociedade, isso devido a reestruturação que ocorre no Estado por conta dessas novas características. O Estado passa a estar mais concentrado na sua relação com a economia, que agora é mais ampla e denominada não mais como subdesenvolvida e seus derivados, mas como emergente, seguindo os padrões estabelecidos pelos órgãos globais como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização Mundial do Comércio. Estas relações transnacionais evidenciam a dialética do desenvolvimento que compreende o subdesenvolvimento de alguns países/regiões como resultado característico do que determina o desenvolvimento dos demais. A concentração da acumulação de capital em escala mundial põe em evidência, também explicitas pelas teorias da dependência e das concepções acerca do subdesenvolvimento, a dependências dos países periféricos em relação aos países de economias centrais estruturalmente determinadas, isto é, não passíveis de superação apenas via manejo adequado do instrumental econômico. (CARCANHOLO, 2009; IANNI, 1964).

Nesse período de reestruturação do Estado, no cenário globalizado, Ricardo Antunes e Giovanni Alves (2004) pontuam mutações que ocorrem, principalmente, no mundo do trabalho, onde o Taylorismo tal qual o Fordismo que estavam presentes na organização da maioria das empresas no século XX, começam a sumir. Surgem diversas precarizações no trabalho, com menos direitos, além de:

  • Retratação do taylorismo e fordismo;
  • Aumento do trabalho formal precarizado;
  • Inserção de mulheres no mercado de trabalho, representando outro viés da exploração do capital, que é a exploração do trabalho feminino;
  • Crescimento no setor de serviços (fenômeno do capitalismo contemporâneo cresce o setor de serviços e decai o industrial);
  • Exclusão dos jovens no mercado de trabalho (submeter a trabalhos bastante preconizados, trabalho parcial, explorar máximo possível e manter parte como exercito de reserva);
  • Exclusão dos idosos (substituição por pessoas mais jovens e menos especializadas);
  • Expansão do 3° setor (ONGS, organizações não mercantis);
  • Aumento de o trabalho domiciliar (trabalho descentralizado);
  •  Trabalho transnacional (cadeias produtivas fragmentadas que não se concentram em um único lugar).

Houve também uma transformação, apontada por Antunes & Alves (2004) onde essas novas formas de trabalho se disseminam por todo o globo, tirando a ideia de Estado/Nação, mas há uma livre mercadoria de capital, as empresas se tornam multinacionais, o dinheiro circula de acordo com necessidades momentâneas. Podemos perceber então, que se opõem umas as outras as teses que defendem o esgotamento e o fim do trabalho e sua classe e os fatores que determinaram a crise e as metamorfoses do mundo do trabalho no contexto de mundialização do capital.

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