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Estudo de caso ética

Por:   •  12/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.706 Palavras (7 Páginas)  •  337 Visualizações

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TRABALHO FINAL DE ÉTICA E CIDADANIA 2:

ESTUDO DE CASO

SÃO PAULO

2017

1 – Análise e apresentação do caso:

O presente trabalho aborda como caso, a ser estudado, a crise enfrentada pela empresa São Paulo Alpargatas, uma das maiores produtoras brasileiras de calçados e produtos têxteis. A organização, começou a passar com algumas dificuldades no final da década de 1980 o que levou a uma tentativa de reestruturação gerencial no início dos anos 90, quando a equipe administrativa da empresa implementou mudanças que visavam agilizar processos e reduzir a forte burocracia, porém o projeto, que apresentou resultados inexpressivos, falhou.

A situação da São Paulo Alpargatas só piorava com o passar do tempo. A crescente concorrência das empresas estrangeiras, em especial das chinesas, no setor nacional de calçados e têxteis, bem como a acirrada competição com indústrias brasileiras, eram algumas das dificuldades enfrentadas pela empresa.

Além disso, a companhia também sofria com a prevalência de uma administração conservadora e de uma estratégia ultrapassada para as condições ambientais daquele momento. Aspectos corporativos como excessiva centralização, falha na comunicação entre as divisões e organização ineficiente, eram problemas que precisavam ser solucionados para superar a crise que estava se instalando aos poucos e gerando a estagnação das vendas como consequentemente prejuízos significativos para a empresa (23 milhões de reais, em 1996, e 88 milhões de reais, em 1997). Outros motivos gerados desse momento de transtorno, eram a desmotivação dos funcionários e o fato da corporação de manter o seu foco na produção fabril, equivocando-se de que o foco, na verdade, deveria se concentrar nas demandas do mercado.

Alcides Tápias, então presidente do Conselho Administrativo da Camargo Corrêa, grande construtora e controladora da Alpargatas, nomeou Fernando Tigre ao cargo da presidência da São Paulo Alpargatas. Assim, em 1997, Tigre assumiu o posto de presidente da empresa, e tinha como principal função fazer a empresa crescer e voltar a gerar lucros, usando como estratégias a mudança da filosofia antiquada da companhia e do pensamento da diretoria, bem como das atitudes e do comportamento dos funcionários.  

O novo presidente, Fernando Tigre, logo começou a tomar as providências necessárias ao cumprimento de sua função. A redução dos custos e da resistência às mudanças foram as primeiras atitudes realizadas, por meio da diminuição do número de funcionários (de 14.500, em 1997, caiu para 10.500, em 2001). Além disso, Tigre visando minimizar a rigidez e a formalização, incentivou a criatividade e a aceitação de mudanças entre os colaboradores. O foco da empresa passou a concentrar no mercado e no gosto dos consumidores, com o desenvolvimento de produtos personalizados e variados, os quais deveriam alavancar novamente as vendas.

Tigre, também propôs a divisão das operações em cinco subdivisões (Calçados Esportivos; Havaianas; Têxteis Industriais; Varejo; Calçados Timberland) com o objetivo de aumentar a eficiência organizacional. Assim, cada unidade ficou responsável por todas as etapas, da produção à venda de seus produtos, o que possibilitou uma maior rapidez na tomada de decisões estratégicas.

Outra alteração, foi a introdução da departamentalização, na qual cada diretor de unidade ganhou autonomia para, em conjunto com a área de marketing, criar novos produtos diferenciados e personalizados. Tigre, também delegou, a cada um dos chefes de divisão, funções de planejamento e controle, o que possibilitou um aumento da criatividade na Alpargatas e queimou etapas do processo decisório, com essa medida o capital humano da organização pôde ser totalmente aproveitado e as tarefas passaram a ser realizadas com maior velocidade.

A flexibilidade, a qual contribuiu para aumentar a motivação dos funcionários, foi uma atitude adotada tanto no setor de produção, por meio da implementação do modelo japonês, bem como na parte administrativa, na qual houve a redução da formalização, o enfraquecimento da rígida burocracia e a delegação de tarefas e poderes aos diretores dos departamentos.

Além da descentralização, outra alteração na política da organização, foi a adoção de programas de participação nos resultados em todos os setores da empresa. Essa medida aumentou a satisfação e o comprometimento dos funcionários, entre os quais foram distribuídos 12 milhões de reais, somente no ano 2000. Tigre, visando incentivar mais ainda os empregados, buscou criar um ambiente organizacional mais descontraído com relações pessoais informais, para isso o novo presidente fechou o restaurante da diretoria ao qual os subordinados não tinham acesso.

2 – Comparação do caso com uma das teorias ético normativas estudadas

O caso previamente estudado e aqui exposto, notoriamente cumpriu com uma das teorias ético-normativas existentes, a teoria da ética da virtude. Essa, também chamada de ética aretaica, se concentra no propósito da vida em geral, especificadamente, no viver bem, em atingir a excelência digna e valorativa como ser humano. Também se concentra na formação de uma boa pessoa e no tipo de disposições e traços de caráter que a constituem.

Nesse sentido, é possível observar o cumprimento da teoria no caso tratado, por meio de algumas ações efetuadas pelo presidente Fernando Tigre da São Paulo Alpargatas. Primeiramente, a redução da formalização na empresa. Essa medida uniu mais as diferentes equipes cujos membros passaram a interagir por meio de amizades e interesses compartilhados, dessa maneira, com um ambiente de trabalho mais descontraído, os eventuais conflitos entre superiores e subordinados diminuíram. Isso é um exemplo de ação que melhorou a condição de trabalho dos funcionários, representando uma preocupação com a dignidade desses trabalhadores.

A descentralização foi uma outra medida, adotada pela empresa, que visava valorizar mais o empregado e motivá-lo a trabalhar com mais disposição, criando assim funcionários mais produtivos os quais teriam maior chance de alcançarem as metas organizacionais e consequentemente receberem bônus no salário ou até mesmo serem promovidos, possibilidades essas que melhorarão a qualidade de vida do trabalhador. Com a descentralização, a criatividade, dos empregados, passou a ser valorizada, incentivada e aproveitada, com a premissa de que ideias modernas auxiliariam o desenvolvimento da organização.

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