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GIACOIA JR., O. Resenha do Seminário Pós-Verdade

Por:   •  20/4/2022  •  Resenha  •  705 Palavras (3 Páginas)  •  88 Visualizações

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GIACOIA JR., O. Seminário Pós-Verdade: Conferência de Abertura. 15 out. 2018. 1 vídeo (32:44 min). Publicado pelo Canal Instituto de Estudos Avançados Unicamp. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=SYDSO_zAXMo>. Acesso em 27 mai. 2021.

RESENHA

A temática pós verdade – fenômeno inquietante da problemática modernista – é ascendente no contexto sociopolítico-econômico atual de tal maneira que, em 2016, a Oxford Dictionaries – departamento da universidade de Oxford responsável pela elaboração do glossário – classificou o verbete como a palavra do ano em detrimento da sua relevância e transformação na comunicação social, caracterizando-a como um adjetivo relacionado a “circunstâncias em que fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública do que apelos à emoção e à crença pessoal”.

Elucidado por Oswaldo Giacoia Jr. – filósofo e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – durante a Conferência de Abertura do Seminário Pós-Verdade, este e outros conceitos que concernem o impacto das notícias falsas, o poder das mídias sociais e a mudança na tradicionalidade da objetividade fundamentaram as ideais apresentadas pelo docente no evento realizado em setembro de 2018 pelo Instituto de Estudos Avançados (IdEa) da Unicamp em parceria com a Folha de São Paulo.

A tênue distinção e a correlação existente entre os termos pós-verdade e fake news são o ponto de partida dos quase trinta e cinco minutos de conhecimento filosófico e contemporâneo. Durante todo o seu lugar de fala, Oswaldo Giacoia Jr. (2018) qualifica pós-verdade como uma expressão indiferente à verdade, no qual a legitimidade das informações é presumida a partir das razões pessoais do receptor. Apesar da contraposição de ideias, é possível estabelecer uma relação intrínseca entre os dois termos supracitados, visto que as fake news – mentiras propagadas com uma intenção pré-determinada por seus difusores – detêm potencial oportuno e conveniente para o surgimento de pós-verdades.

Partindo do pressuposto da dimensão hermenêutica de Nietzsche e do perspectivismo de Foucault como precursores elucidativos da manifestação desses conceitos modernos, o docente Oswaldo Giacoia Jr. conceitua que “a instância decisiva continua a ser a instância crítica, sobretudo a capacidade de problematizar as condições de surgimento de nossas posições e convicções, de examinar os seus fundamentos...” (informação verbal)[1]. Dessarte, os efeitos de convencimento e a ponderação das versões – a julgar pela sociedade plural e, majoritariamente, democrática – determinam o impacto dessa temática e sua forma de circulação social. Isto posto, a relação entre os termos e a mídia podem ser analisados sob a perspectiva de obliteração do pensar crítico das fake news e do papel regulador da comunicação social – esta última determinada conforme a narrativa capitalista.

Giacoia Jr. (2018) elucida os objetivos da pós-verdade em consonância com a cultura moderna através da exemplificação de fatos ocorridos durante o ano do evento – as eleições para a presidência dos Estados Unidos da América e as discussões relativas à saída do Reino Unido da União Europeia – reiterando que “os fatos reais, a narrativa verdadeira que serve de critério de decisão do confronto e na denúncia das fake news” (informação verbal)[2]. Convém destacar que a desinformação deliberada e as distorções sensacionalistas sobre a produção das vacinas na pandemia de Covid-19, assim como nos fatos citados anteriormente, enfraquece a confiança dos veículos de comunicação e tornam-se a força ratificadora do pensamento referido do docente.

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