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Estado, Ambiente, Novas Tecnologias e Territorialidades na Amazônia

Por:   •  6/6/2019  •  Artigo  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  180 Visualizações

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Estado, Ambiente, Novas Tecnologias e Territorialidades na Amazônia – um divisor de águas na forma de aprender.

ROZINEIDE PERES DA CUNHA[1]

Email: rosecunha40@gmail.com

RESUMO[pic 1]

Quando um graduado da Geografia ingressa no Mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Amazonas, talvez não imagine que em alguns momentos terá que descontruir para reconstruir saberes que, antes, imaginava sólidos e verdadeiros. Formas de aprender teoricamente estimulada, porém, nunca antes vivenciada. Este trabalho visa mostrar que enquanto algumas disciplinas realmente só disciplinam, Estado, Ambiente, Novas Tecnologias e Territorialidades na Amazônia[2], mediada pela Professora, Dra. Ivani Ferreira de Farias[3], abre a visão, permite um novo olhar, quebrando paradigmas e dogmas e possibilitando um aprendizado e/ou reaprendizado de temas relevantes para um bom prosseguimento do curso e uma formação plena naquilo que se espera de um Mestre em Geografia: um olhar crítico. Com uma metodologia inovadora, participante e construtivista, que amplia os horizontes e mostra que é possível se contrapor ao tradicional sem perder a essência do objetivo que é o aprendizado. Aprender com a pesquisa é uma proposta arrojada e transformadora. É mais que uma metodologia, é um divisor de águas na forma de aprender a aprender. É isso que oferta o estudo mediado de Estado, Ambiente, Novas Tecnologias e Territorialidades na Amazônia, de onde ninguém sai com o mesmo pensamento que entrou.

Palavras-chave: aprendizado – Geografia – pesquisa – territorialidades

  1. INTRODUÇÃO

Quando Milton Santos fala sobre o Território do dinheiro, ele diz que:

O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre as quais ele influi. Quando se fala em território deve-se, pois, de logo, entender que está falando em território usado, utilizado por uma população. (SANTOS, 2003, 96-97p)

É, então, impossível, ou talvez apenas incorreto, pensar território sem incluir no mesmo raciocínio os elementos que estão inseridos nesta área do espaço geográfico, pois “...do território não escapa nada, todas as pessoas estão nele, todas as empresas, ...todas as instituições também, então o território é um lugar privilegiado para interpretar o país. ” (SANTOS, 1998).

O tema território abre um leque de investigações que possibilita o debate conceitual e epistemológico, pois:

A descrição de cada conjunto territorial permite definir o que caracteriza verdadeiramente cada lugar, cada região, na medida em que destaca como as particularidades naturais (bem frequentemente, o substrato geológico), a circulação, as formas de valorizá-las, o tipo de hábitat e o estilo da vida social condicionam-se mutuamente. (CLAVAL, 2014, 100p)

Mas como esquadrinhar o assunto sem cair na mesmice das propostas pedagógicas, que em nada instigam o estudante a pensar, tornam a sala de aula um lugar enfadonho, transformando-a em dormitório e com alunos olhando para o relógio a cada minuto, como se o tempo não passasse, como se cada segundo virasse horas?

Para tornar o aprendizado interessante é preciso que a aula seja interessante, que a sala seja um lugar acolhedor no sentido de permitir ao estudante tornar-se um pesquisador, tornar-se um sujeito do conhecimento, sendo participante e participativo de todo o método que chegue ao alcance do objetivo.

Cabe aqui uma explicação sobre o que seria o método na visão de René Descartes.

Em sua obra “Discurso do Método” Descartes modificou toda a história, lançando as bases sólidas que serviriam de alicerce para a quebra de todo o paradigma filosófico do conhecimento. Partindo de suas próprias inquietações, como ele mesmo relata, rompe com a tradição aristotélica e com o pensamento escolástico e busca um método que conduza sua razão, que lhe possibilite aumentar gradualmente seu conhecimento e, pouco a pouco, alçá-lo ao mais alto ponto, enquanto sua vida lhe permitir (DESCARTES,1996).

Ele deixa claro que seu objetivo não era ensinar o método que todos deveriam seguir, mas apenas fazer um relato do caminho percorrido para encontrar o seu, que é baseado em quatro preceitos:

O primeiro era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida. O segundo, o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las. O terceiro, o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros. E o último, o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir. (DESCARTES, 1996, 13p)

Não se quer aqui concordar ou discordar de René Descarte, mas explicitar que a busca de um método que satisfaça a razão do aprendizado de cada sujeito já era uma realidade naquele que foi um dos maiores filósofos da Idade Moderno, que ousou revolucionar a forma de apreensão do conhecimento.

Partindo deste princípio a Professora Ivani ousa usar um método inovador, com a criação de um mapa conceitual, tendo os mestrandos como participantes, onde todos decidem o que será importante e o que não será prioridade no estudo. Este método, muito falado, porém pouco praticado, pode ser uma surpresa para alguns estudantes que, por não terem a prática da participação direta, se sintam, a princípio, tímidos, mas depois percebem que têm muito a contribuir e que o aprendizado é uma via de mão dupla onde se aprende ao mesmo tempo em que se ensina.

Com o método escolhido, a metodologia usada, a mais interessante, é a pesquisa realizada por cada participante. O Aprendizado é com Pesquisa. Assim todos têm a oportunidade de compartilhar saberes, discutir o assunto, dar opiniões, fazer e responder perguntas e dar forma à um método que é divisor de águas no aprendizado acadêmico.

Os temas propostos, de comum acordo, seguem, não uma ordem de importância, mas uma ligação natural, onde um assunto puxa o outro e assim a ementa da disciplina é toda contemplada de forma dinâmica e prazerosa.

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