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A Colonização da América Inglesa e Francesa

Por:   •  20/6/2022  •  Relatório de pesquisa  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  159 Visualizações

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A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA INGLESA E FRANCESA

        Ao longo dos séculos XV e XVI, a Inglaterra enfrentou um período de guerras, disputas dinásticas e conflitos religiosos. A turbulência interna consumiu recursos e adiou a expansão colonial inglesa para fins do século XVI, quando Espanha e Portugal já tinham fundado vários núcleos coloniais na América. No início do século XVII, a Coroa inglesa retomou as atividades colonizadoras. Dessa vez, a tarefa foi confiada às companhias de comércio de Londres e Plymouth, que criaram os primeiros núcleos de povoamento permanente.

        Em setembro de 1620, algumas famílias, a bordo do navio Mayflower, deixaram a Inglaterra e buscaram criar do outro lado do Atlântico uma sociedade de “eleitos”, a ser edificada à custa de suor e devoção. Essas famílias, provenientes da pequena burguesia, de comerciantes e pequenos proprietários rurais, seguiam a doutrina reformista de Calvino, para quem o trabalho honesto, a poupança e o sucesso profissional eram sinais da benção de Deus e da salvação. Os adeptos dessas crenças na Inglaterra, conhecidos como puritanos, sonhavam encontrar na América uma terra na qual pudessem viver de acordo com a moral calvinista, sem as perseguições do Estado.

        É importante lembrar que, além das famílias puritanas, outros grupos também deixaram a Inglaterra. Muitos órfãos, miseráveis, mulheres sem posses e degredados, por exemplo, foram enviados para o Novo Mundo a mando das autoridades inglesas, que viam na colonização da América uma oportunidade para se livrar das pessoas consideradas indesejáveis. Havia também aventureiros e homens sem recursos que viajaram em direção ao Novo Mundo, seduzidos pela possibilidade de construir uma nova vida no continente.

        Grande parte dessas pessoas, não tinha condições de arcar com os custos da viagem para a América. Como solução, muitas famílias comprometiam-se a trabalhar para um colono, em troca do financiamento da viagem. Essa modalidade de trabalho ficou conhecida como servidão temporária e ajudou a aumentar o fluxo imigratório para as colônias inglesas na América.

        Após a fundação de Plymouth, novos núcleos coloniais foram fundados na costa atlântica da América do Norte, alguns deles por suecos (centro) ou holandeses (Nova Amsterdã). Todos eles, a partir de 1664, passaram para o domínio inglês, formando, com os núcleos fundados no sul, as treze colônias da América inglesa. A relativa independência das colônias inglesas na América favoreceu o surgimento de diferentes modelos de colonização que podem ser analisados e divididos por regiões: norte, sul e centro.

        ● Norte: nas colônias do norte, uma região de invernos rigorosos e que não permitia a produção de gêneros valorizados no comércio europeu, em vez de grandes fazendas monocultoras, multiplicaram-se pequenas propriedades rurais que apresentavam uma produção diversificada, com base no trabalho familiar. O excedente da produção destinava-se aos mercados locais e regionais. Ao lado da policultura, a pecuária recebeu forte impulso com a criação de gado bovino e ovino, responsável pelo desenvolvimento das indústrias de carne, banha e têxtil. A pesca e a instalação de serrarias, nas quais a madeira local era utilizada para construir navios, também representaram atividades importantes.

        A produção manufatureira beneficiou-se da existência de mão de obra especializada e de matéria-prima disponível do setor primário. Nas oficinas e fábricas formou-se uma sociedade dinâmica, com os ricos empresários urbanos no topo da escala social, seguindo-se os pequenos proprietários rurais, os comerciantes, os artesãos e os trabalhadores braçais. Desde o início, protestantes puritanos predominaram nessa região.

        ● Sul: muito diferentes dos núcleos do norte, as colônias do sul ofereceram amplas possibilidades para a economia de exportação nos moldes mercantilistas. O meio geográfico, com planícies extensas cortadas por correntes fluviais navegáveis, clima subtropical e solo fértil, propiciou a implantação do sistema de plantation, que consistia em grandes fazendas especializadas no cultivo de tabaco e, posteriormente, de arroz e algodão. Nessas regiões empregou-se a mão de obra de escravos africanos. À medida que o escravismo passava a predominar nas relações de produção, muitas pequenas e médias propriedades foram sendo absorvidas pelas grandes, devido à falta de recursos para a compra de escravos.

        Os ricos fazendeiros participavam da vida pública prestando serviços como juízes de paz, oficiais das milícias, e membros dos órgãos legislativos locais. A maioria deles pertencia à Igreja Anglicana, mas havia também proprietários católicos. Nas colônias do sul, os contrastes entre o poder político e socioeconômico dos fazendeiros e a grande quantidade de escravos deu origem a uma sociedade marcada pela desigualdade social e étnica. O preconceito racial no sul assumiu dimensões de violência e intolerância extremas.

        ● Centro: as últimas colônias a surgir na América inglesa foram as centrais (Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia e Delaware), localizadas entre a Nova Inglaterra e as colônias sulistas, área na qual já existiam núcleos criados por holandeses, franceses, alemães e suecos. O povoamento britânico da área central teve início com a fundação, em 1681, da colônia da Pensilvânia, tendo como capital a cidade de Filadélfia, conhecida pelo seu planejamento urbanístico e pelo movimentado comércio marítimo.

        A Inglaterra concedeu relativa autonomia às suas colônias na América. Esse fator foi essencial para o desenvolvimento do chamado comércio triangular, que envolvia as treze colônias, as Antilhas e a África. Basicamente, o comércio triangular consistia na compra, venda e troca de diferentes mercadorias entre essas regiões. Os colonos da Nova Inglaterra compravam açúcar e melaço nas Antilhas, transformavam o melaço em rum e trocavam a bebida por escravos na costa africana. Os africanos escravizados, por sua vez, eram vendidos para as Antilhas e as colônias do sul, onde eram utilizados como mão de obra nas grandes propriedades monocultoras.

        Cada colônia tinha um governador, que podia ser nomeado pela Coroam com era costume no sul, ou ser eleito, prática utilizada no norte e centro. Em cada território havia um Conselho ou Câmara Alta, geralmente composto de indivíduos nomeados pelos segmentos mais influentes. Esse Conselho funcionava como um órgão de apoio ou assessoramento do governador nos assuntos coloniais. As Câmaras Legislativas ou dos Representantes existiram em toda a América inglesa. Eleitas pelos donos de terras ou possuidores de determinada renda, eram responsáveis pela elaboração de leis e fixação dos tributos. Na prática, todas as colônias gozavam de grande autonomia, experiência que não ocorreu na América espanhola nem na portuguesa.

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