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A EDUCAÇÃO DE UM AUTISTA

Por:   •  5/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.436 Palavras (6 Páginas)  •  103 Visualizações

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EDUCAÇÃO DE UM AUTISTA

O autismo, conhecido como transtornos do espectro autista (TEA) ‘’são transtornos que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, na comunicação, interação e comportamento social’’. Atualmente no Brasil há mais de dois milhões de crianças com algum tipo de autismo, tendo muito mais casos em meninos do que em meninas. Ainda não se sabe ao certo o que causam os transtornos do autismo, mas sabe-se que se trata de anormalidades genéticas, onde já foram encontrados mais de cem genes que possuem alguma função na comunicação. Segundo a lei N° 13.146, de 6 de julho de 2015, assegura que todas as crianças com deficiência tem o direito a condições de igualdade no âmbito escolar.

Durante a década de 1960 foi criada uma a lei N° 4.024, de diretrizes e bases da educação nacional, onde buscavam atender e integrar à sociedade pessoas ‘’excepcionais’’. Na ditadura militar, na década de 1970, foi proposto que ‘’os alunos com deficiências físicas ou mentais, que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”, porém a medida tomada não promovia a inclusão de alunos com deficiência.

A constituição federal de 1988, no artigo 206 diz que a ‘’educação básica é obrigatória dos 4 aos 17 anos’’ e o estado tem a obrigação de garantir ‘’atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino’’.

Em 1996 foi criada a lei N° 9.394 da lei das diretrizes e bases que afirma que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial” e “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a integração nas classes comuns de ensino regular”.

Ainda é muito comum na sociedade a exclusão de crianças com deficiência, mesmo com a lei N° 13.146, de 6 de julho de 2015 é muito difícil encontrar escolas, principalmente públicas que são totalmente inclusivas. São vários fatores que dificultam a inclusão como a criação de verba para efetuar construções, outras escolas são muito antigas não sendo possível fazer alterações na estrutura, outras escolas se localizam em terrenos alugados por terceiros.

Até o ano de 1999, sempre foi pensado na integração da criança com deficiência na escola, a inclusão foi proposta apenas em 2007 com o decreto N° 6.094/07 que defendia implementações e metas voltadas para a educação.

Segundo a senhora Maria José, seu filho Lucas foi diagnosticado com autismo com 1 ano e 8 meses, desde que nasceu era perceptível que era diferente pois ficava muito quieto, não sorria e não se manifestava quando alguém acenava para ele. Lucas, além do autismo foi diagnosticado com hiperatividade. Participou apenas um dia na pré-escola com alunos sem deficiência na cidade de São Paulo, e uma professora auxiliou Maria José a procurar uma escola especializada em crianças com deficiência para a melhor educação e desenvolvimento de Lucas.

Maria José mudou-se para Curitiba e matriculou Lucas em uma escola especializada em crianças com deficiência e com o passar do tempo aprendeu a falar algumas palavras e começou a ser alfabetizado, porém devido a uma convulsão Lucas acabou tendo um atraso ainda maior na sua aprendizagem.

Em contato com a Professora Flávia Myszynski, esta relatou as experiências que teve com seu aluno Murilo na Escola Ana Divanir Borato em Ponta Grossa. Murilo era aluno do sexto ano e costumava perder o foco com frequência durante as aulas, e a tutora o fazia voltar a prestar atenção. Normalmente durante as aulas onde envolvia mais explicações orais era mais fácil Murilo se distrair, porem nas aulas que precisava copiar dificilmente se distraia.

Murilo é uma criança que possui muita dificuldade de se expressar, tem problemas de dicção e assim como todos os autistas costuma se isolar no recreio.

Alguns autistas têm muita dificuldade para escrever, porque além da falta de atenção, há também a falta de coordenação motora. Existem casos onde a criança escreve sem nenhum espaçamento entre as palavras. Para aprender, muitas vezes os autistas usam o pensamento por imagens, ou seja, associam uma imagem, algumas vezes aleatórias, para cada conteúdo.

Em ambos os casos não houve uma integração plena na escola para alunos com autismo, principalmente no caso de Lucas, que foi totalmente segregado, pois acreditavam na época que colocar um aluno em uma escola especializada para crianças com deficiência seria o suficiente para uma educação sadia e de qualidade, algo que hoje entendemos que deve ser mudado pois a convivência com toda a sociedade é saudável para o aprendizado de quem sofre com os transtornos do autismo. Segundo a psicóloga Thais Boselli ‘’todas as crianças devem ser incluídas, pois não existem farmácias para autistas, não existem supermercados para autistas, então por que deve existir escolas para autistas?’’. Os portador dos transtornos do autismo devem ser incluídos à sociedade, e à sociedade deve aceitar o autista, assim como as escolas.

Para conseguir incluir essa demanda de alunos é necessário toda uma preparação, e será um trabalho diferenciado. Mas este não é um trabalho exclusivo da escola, e sim de toda a sociedade em conjunto. Quanto mais cedo a criança receber o diagnostico médico, mais

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