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A Máquina do trabalho no século XXI

Por:   •  19/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  672 Palavras (3 Páginas)  •  324 Visualizações

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A MÁQUINA DO TRABALHO NO SÉCULO XXI

A sociedade de uma maneira geral passou por diversas modificações, inerentes à passagem do século XX para o século XXI, mudanças que influenciaram a forma e a velocidade com que essa se desenvolvia. No que diz respeito a sociedade do trabalho não foi diferente, ocorreram mudanças na estrutura da mesma que mudou a velocidade e a forma de se produzir, o que beneficiou aos detentores do poder, mas que também trouxeram consequências que atingiram diretamente a classe trabalhadora, que por sua vez também não ficou inalterada, mas que também não desapareceu totalmente em sua essência.

Em alguns vídeos que mostram a fabricação de carros da marca Ford no século XX e no século XXI é possível notar algumas mudanças na forma de organização do trabalho. No primeiro vídeo observa-se um maior número de trabalhadores, trabalhos repetitivos, em sua maioria manuais e uma divisão de serviços para cada trabalhador bem definida, além disso o uso das máquinas são para o auxílio no trabalho dos funcionários. Sendo essas, algumas das características típicas do fordismo. Já no vídeo referente ao modo de fabricação do século XXI, os trabalhadores estão em menor número, a produção é em maior escala e as máquinas são as que executam maior parte do serviço e os trabalhadores as “auxiliam”, operando-as.

Ao se comparar os meios de produção do século passado com os de hoje, é possível observar um fator importante: a mecanização do trabalho, isto é, a utilização de máquinas para realizar serviços que até então eram realizadas apenas por pessoas. Segundo Antunes e Alves (2004, p.347) essa é outra tendência parcialmente toyotista, que visa se apropriar das habilidades intelectuais dos operários, para assim transferi-las “para máquinas informatizadas, que se tornam mais inteligentes” (Antunes e Alves, 2004, p.347). Entretanto, em paralelo a essa tendência, surge o aumento do desemprego, já que em muitas situações o trabalho humano é substituído pelo mecanizado, um exemplo disso pode ser visto nos caixas de supermercados em alguns lugares da Austrália. Além do mais, é válido ressaltar que essa tendência acentua a realização de um trabalho abstrato, ou seja estranhado, no qual, o resultado do trabalho é algo alheio ao trabalhador, algo que não lhe pertence.

Apesar de mecanização do trabalho em diversas tipos de produção e mercado tenha algumas vantagens como, por exemplo, a de poupar os trabalhadores de muitos serviços arriscados. É importante destacar que a intensificação do uso de máquinas, não implicou na redução da quantidade de serviço dos trabalhadores, nem da precarização do trabalho. No artigo “Dilemas do trabalho no Capitalismo Contemporâneo” as autoras ressaltam que os avanços na tecnologia, objetivando o progresso, não conseguiram erradicar a exploração física e psíquica dos trabalhadores.

Essa redução significativa do número de operários, observada nas empresas contemporâneas, é mencionada por Navarro e Padilha (2007, p. 18) como sendo uma outra tendência do Sistema Toyota na qual se busca “fabricas mínimas”, isto é, fábricas com pessoal e custos reduzidos. Entretanto, isso implica na sobrecarga dos funcionários com quantidade exaustiva de trabalho, evidenciando dessa forma, a ainda existente exploração de trabalhadores.

Dessa forma, ainda que tenha ocorrido transformações na forma de organização do trabalho e das técnicas e tecnologias utilizadas, ainda se evidencia a exploração tanto física, psíquica e intelectual dos trabalhadores. Pois, essas mudanças transformaram o universo do trabalho, fazendo com que esse exigisse cada vez mais dos trabalhadores. Agora, além de sofrerem com a exploração e com precarização do trabalho, a classe de trabalhadores sofre o temor de serem substituídos por máquinas.

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