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Análise do filme: A sociedade dos poetas mortos

Por:   •  13/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.986 Palavras (8 Páginas)  •  3.551 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

FELIPE BRESOLIN – 115159

Avaliação da disciplina de Psicologia da Educação

        O filme A Sociedade dos Poetas Mortos, lançado em 1989, é de grande relevância e de aprendizado aos estudantes de licenciatura. A obra cinematográfica mostra a realidade dos alunos e professores de uma escola tradicional, desde a rigidez e a forma hierárquica que o colégio adota no seu ensino, até no reflexo nos alunos que essa metodologia de ensino provoca, não só no aprendizado deles, mas também no psicológico.

        Com base nas literaturas e teorias apresentadas durante o semestre na disciplina de Psicologia da Educação, Piaget e Vigosky, e com abordagens de teóricos brasileiro do século XX, Paulo Freire e Darmeval Saviane, busco fazer uma análise crítica sobre os métodos da escola e professores, do filme, e seu resultado sobre os alunos.

        Darmeval Saviani, filósofo e pedagogo brasileiro, costumava separar os métodos de ensino em duas vertentes educacionais, as teorias não críticas e as teorias críticas. A primeira vê a educação como um instrumento de correção, de impor disciplina, já a segunda, busca compreender a educação remetendo-a sempre a outros objetivos, como o sócio econômico. A pedagogia tradicional, método aplicado pela escola no filme, se encaixa dentro das teorias não críticas, onde a escola gira em torno do professor, o qual, tem o dever de transmitir todo conhecimento ao aluno, que deve somente captar o conteúdo passado.

        No filme, podemos notar claramente essa centralização no papel do professor. Diversas cenas mostram os professores frente aos alunos, impondo regras e conteúdo, sempre com rigidez. Caso as tarefas não fossem realizadas, as punições eram as saídas encontradas para demonstrar a submissão dos alunos frente ao professor. O quadro só teve pequenas mudanças, com a entrada do professor John Keating, ex aluno da instituição, que buscou por métodos de ensinos mais horizontais, e não, unicamente de “cima” para “baixo”, gerar uma liberdade por parte dos alunos, fazendo que eles participassem ativamente na construção do seu ensino.

        Jean Piaget, via como fundamental em suas teorias de aprendizagem, a criança possuir um papel ativo na construção de seu conhecimento. Sendo assim, o objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que os outros fizeram. O construtivismo de Piaget, pressupõe que o conhecimento é construído ativamente pelo alunos através da interação com o objeto.

Piaget, insere dois novos conceitos no entendimento do desenvolvimento cognitivo: assimilação e acomodação. Quando a mente não assimila ela desiste ou se modifica, e essa modificação, nada mais é, que novos esquemas da assimilação. Um exemplo citado durante a própria disciplina, foi o caso de um bebê ao ver um cachorro. Ele relaciona o animal, a algo que anda com quatro patas e tem pelo. Após, ao ver um cavalo, por exemplo, primeiramente ele vai assimilar novamente a um cachorro. Com o tempo ele vai entender a diferença de um ao outro, acomodando, assim, novos esquemas de assimilação. Esse esquema, é fundamental para entender o processo de aprendizagem das crianças.

         Piaget, conclui, que é papel fundamental dos educadores e educadoras, proporem atividades desafiadoras aos educandos e educandas, estimulando a atividade mental do aluno, e não apenas transmitindo conteúdos prontos a eles. Assim, o aluno e a aluna exerceriam papel ativo na construção de seus conhecimentos, sob orientação e auxílio constante do educador ou educadora, que através da interação entre objetos de agrado dos alunos e sujeitos, buscaria despertar o interesse concretos dos estudantes no seu próprio ensino.

        Ao relacionar, novamente, aos métodos aplicados pela instituição no filme, notamos claramente, que os métodos aplicados pelos professores, em nada se parece com a abordagem defendida por Piaget. Inclusive, indo em direção totalmente contrária do psicólogo suíço, sendo que os professores apenas repassavam conteúdos e tarefas aos alunos, geralmente sem nenhuma flexibilidade ou tolerância, restando aos alunos apenas executar as tarefas pré-definidas. “Podar” o pensamento abstrato dos adolescentes, também é característica desse método de ensino, fazendo que ajam sempre através do pensamento lógico, não permitindo que os alunos possam pensar e refletir por si mesmos.

        O professor John, ao contrário, buscou estimular um aprendizado construído pelos próprios alunos. Ele buscou métodos em que os alunos buscassem refletir e construir suas próprias ações. Ações mais coletivas, como a leitura de frases em quanto jogavam bola e a liberdade de andarem no pátio, e ações indivíduas, quando ele estimula o aluno Todd, por exemplo, a declarar um poema na frente da sala, mostram abordagens progressistas do professor, diferente das adotadas pelos seus colegas na escola. John, buscou também a interação entre alunos e objeto, trazendo a poesia e a arte para o cotidiano dos alunos, estimulando assim, o pensamento abstrato e a capacidade de buscar outras alternativas para suas vidas.

        Entretanto, Piaget, em suas teorias educacionais, ao defender a interação objeto-sujeito como base para auxiliar o conhecimento, de certa forma, nega outro caráter de extrema importância para o aprendizado: a interação social.

        A teoria educacional que aborda a interação, sujeito-social, é a do psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky. Vygotsky acreditava na necessidade de um mediador entre a interação indivíduo e objeto, sendo ele, o ambiente. Nesse mundo marcado pela forte desigualdade social, é natural que cada aluno terá suas particularidades e suas influências do meio, que trarão junto com eles para dentro da sala de aula. Então, uniformizar o aprendizado de crianças, por exemplo, apenas por faixa etária, é negar toda à influência que o ambiente gera no psicológico e no aprendizado dos alunos e das alunas.

        Trazendo o condicional do ambiente para o exemplo do filme. O aluno Neil  Perry vivia uma situação social diferente dos seus colegas. Sua família, diferente das demais, havia uma condição econômica menor, tendo uma pressão por parte dos pais, para que o menino tivesse uma vida melhor e menos sofrida que eles. Assim, Neil tinha uma carga de pressão enorme em cima de si, refletindo em suas atitudes e em seus medos de desapontar seus pais, deixando para trás o seu maior sonho de atuar em peças teatrais. Ainda sobre a situação de Neil Perry, após muita pressão por parte dos pais, acaba sendo obrigado a desistir de fazer teatro, e como consequência, acaba cometendo uma atitude radical, tirar sua própria vida.

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