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Ficha de Leitura o Capítulo XIII de O capital

Por:   •  20/12/2018  •  Abstract  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  132 Visualizações

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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I - Eurelino Coelho

DISCENTE – Iuka Lima Cerqueira

FICHA-RESUMO de MARX, Karl. Maquinaria e a indústria moderna. In: MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política: livro I capital. Karl Marx: tradução de Reginaldo Sant’Anna. – 31ª Ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

  1. Elementos centrais/eixo do texto: tema, problematização, teses principais.

A geração de Marx foi a primeira a ver a maquinaria, portanto, o texto é escrito no próprio contexto da revolução industrial. Marx escrevia sobre sua própria vivência e interpretação desse processo. Em sua escrita ele trata das relações sociais através de uma perspectiva econômica, analisando o impacto da economia na vida da sociedade, dando ênfase as lutas de classe e ao proletariado. O capítulo XIII (A maquinaria e a indústria moderna) é parte do primeiro volume de O Capital, no qual o autor dedica-se a explicar os conceitos do modo de produção capitalista. Os escritos de Marx revelam sobre como se deu o processo de substituição do homem pela maquinara, a diferença entre cooperação e sistema de máquinas, sobre como a revolução na industrialização encadeou na revolução de outros setores. A chegada da maquinaria dispensou o trabalho especializado, abrindo as portas das fábricas também para mulheres e crianças. Isso gerou o aumento da mortalidade infantil, aumento esse que foi atribuído a negligência materna, uma vez que, naquela época vivia-se em uma sociedade patriarcal e a responsabilidade de cuidar dos filhos era inteiramente da mãe. A maquinaria aumentou a produtividade, consequentemente aumentou a jornada de trabalho, passando a funcionar 24 horas por dia. Diante dessas circunstâncias de desvalorização do trabalho humano os operários aceitavam qualquer salário e condições de trabalho. Com o aumento da produtividade a máquina barateia o produto e aumenta a mais valia, aumentando proporcionalmente à exploração da força de trabalho. A partir daí o capital passa a governar a vida das pessoas. Deixando os capitalistas ricos mais ricos e o proletário mais subordinado e em péssimas condições de sobrevivência. Os trabalhadores percebem a necessidade de lutar por direitos, surgindo então o movimento ludita, no qual os trabalhadores protestavam invadindo fábricas e quebrando máquinas, a partir disso surgiram muitas outras formas de luta da classe operária.

  1. Estrutura do texto (seções)

São 10 tópicos em que o texto se divide:

  1. Desenvolvimento da maquinaria.

Não é o objetivo do capital facilitar o trabalho humano ao empregar maquinaria, o capital produz para si mesmo, seu objetivo é aumentar a produção de mais valia barateando a mercadoria, encurtar a parte do dia de trabalho que o trabalhador precisa para si mesmo para ampliar a parte que ele dá ao capitalista. O número de ferramentas com que o homem pode operar simultaneamente é limitado, enquanto a máquina pode operar com diversas ferramentas ao mesmo tempo, aumentando a produção em grandes proporções. Marx faz a distinção entre cooperação de muitas máquinas e sistema de máquinas, no primeiro caso, o produto por inteiro é feito por uma máquina, e cada uma das máquinas-ferramenta independentes entre si, possuem, um motor em comum. O sistema de máquinas é formado por um conjunto de máquinas-ferramenta de diferentes espécies, que se completam reciprocamente, assemelhando-se a divisão do trabalho característica da manufatura. “Quando a máquina-ferramenta, ao transformar a matéria-prima, executa sem ajuda humana todos os movimentos necessários, precisando apenas da vigilância do homem para uma intervenção eventual, temos um sistema automático, suscetível, entretanto, de contínuos aperfeiçoamentos. ” (P.437) A revolução no modo de produção de um ramo industrial acaba se propagando a outros, principalmente nos ramos industriais que constituem fases de um processo global, sendo assim a revolução na indústria acabou por gerar a revolução de outros setores, como agricultura, comunicação e transportes. A base técnica da indústria se constitui a partir da produção de máquinas com máquinas.

  1. Valor que a maquinaria transfere ao produto

As necessidades humanas não são uma finalidade do capital, são um meio para sua finalidade que é gerar lucro. O trabalho cria valor e o capital se apropria dando uma pequena fração ao trabalhador. Onde não houver trabalho, não há produção de valor. A máquina não cria valor, ela transfere o seu próprio valor para o produto (trabalho morto) para qual ela produz. A máquina apesar de custar mais caro que as ferramentas, produz mais em menos tempo, tornando-se um investimento compensatório que barateia o produto aumentando a produtividade. O valor da máquina é proporcional a quantidade de trabalho vivo que ela poupa, quanto mais mão-de-obra ela poupa, mais produtiva ela é, portanto, o capital só investe em maquinaria quando o custo com trabalho vivo é superior ao valor da máquina, se a mão-de-obra é muito barata não compensa investir em tecnologia. Entende-se que o processo de transferir valor só interessa sobre certas circunstâncias.

  1. Consequências imediatas da produção mecanizada sobre o trabalhador

O ponto de partida da indústria moderna, é a revolução do instrumental de trabalho, e esse instrumental revolucionado assume sua forma mais desenvolvida no sistema orgânico de máquinas da fábrica. A chegada da maquinaria permite o emprego de trabalhadores sem força muscular ou com desenvolvimento incompleto, mas com membros flexíveis. O capitalista passa a empregar todos os membros da família do trabalhador, sem distinção de sexo e idade, assim, desvaloriza a força de trabalho do adulto. “Desse modo, a máquina, aumenta o campo específico de exploração do capital, o material humano, amplia, ao mesmo tempo, o grau de exploração (p. 451). ” O emprego de mulheres e crianças nas fábricas teve consequências desastrosas, as taxas de mortalidade infantil aumentaram consideravelmente. Nesse período os lucros são extraordinariamente altos, e o capitalista procura explorar ao máximo, prolongando ao máximo possível o dia de trabalho. “A máquina põe abaixo todos os limites morais e naturais da jornada de trabalho (P.466). ”

O prolongamento desmedido da jornada de trabalho, produzido pela maquinaria nas mãos do capital, ao fim de certo tempo provoca, uma reação da sociedade, que, ameaçada em suas raízes vitais, estabelece uma jornada normal de trabalho, legalmente limitado. Em consequência dessa limitação, assume decisiva importância um fenômeno que já examinamos: a intensificação do trabalho. (P.467)

A mobilização da classe trabalhadora forçou o Estado a diminuir o tempo de trabalho, tornando impossível aumentar a produção da mais-valia, prolongando o dia de trabalho, fazendo com que o capital se lançasse na produção da mais-valia relativa, acelerando o desenvolvimento de máquinas. Ao mesmo tempo, ocorre uma alteração no caráter da mais-valia relativa. Esse método consiste em capacitar o trabalhador, com o acréscimo da produtividade do trabalho, a produzir mais, com o mesmo dispêndio de trabalho no mesmo tempo. Mas após a redução da jornada de trabalho, o trabalho passa a ser medido não só em duração e extensão, como também em intensidade. O trabalhador emprega mais força numa menor quantidade de tempo, desse modo, o que se perdia em duração se ganhava em eficácia. Em suma, a tendência do capital, com a proibição legal definitiva de prolongar a jornada de trabalho, é compensar-se com o aumento da intensidade do trabalho e a conversão do aperfeiçoamento da maquinaria em meio para absorver maior quantidade de força de trabalho.

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