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RELATOS DAS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO EM LÍNGUA PORTUGUESA: DO MESMO LADO DA RUA, ENTRE O SABER E O SENTIR

Por:   •  6/12/2016  •  Artigo  •  7.031 Palavras (29 Páginas)  •  379 Visualizações

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RELATOS DAS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO EM LÍNGUA PORTUGUESA: DO MESMO LADO DA RUA, ENTRE O SABER E O SENTIR.

Maria Nazareth Bezerra[1]

Adenilso dos Santos Assunção²

RESUMO:

Este artigo é relato das experiências acadêmicas na regência escolar desenvolvida na disciplina obrigatória de Estágio Supervisionado I e I I. Trata-se de um instrumento de socialização e partilha do conhecimento adquirido, das impressões percebidas e transformadas em aprendizagem da vida e cotidiano de uma escola vivenciada pelos alunos. Também são esforços acadêmicos para encontrar pressupostos teóricos que os conduzirão as formas do pensar científico, contribuindo com o interagir metodológico/científico e prático no desenvolvimento do estágio. Neste sentido, optamos pelo materialismo histórico como método do desenvolvimento do trabalho acadêmico e, como metodologia de pesquisa trabalhamos com a observação, a leitura de texto para embasamento teórico, acompanhamentos em sala de aula e entrevistas com professores, coordenação e direção para o entendimento do cotidiano da escola.

Palavras Chaves: Escola Pública. Periferia. Estágio. Identidade.

RESUMEN:

Este artículo es la cuenta de experiencias académicas en la escuela regencia desarrollados en materia obligatoria de Supervisada Etapa I y I I. Se trata de una herramienta de socialización y el intercambio de conocimientos adquiridos, las impresiones percibidas y se transformó en el aprendizaje y la vida cotidiana de una escuela experimentado por los estudiantes. Son también los esfuerzos académicos para encontrar supuestos teóricos que conducen a formas de pensamiento científico, que contribuyen a la interacción entre metodológico / científico y práctico en etapa de desarrollo. En este sentido, optamos por el materialismo histórico como el desarrollo del método de trabajo académico y, como una obra metodología de investigación con la observación, el texto leído para el fondo teórico, platos de acompañamiento en el aula y entrevistas con profesores, coordinación y dirección para la comprensión rutina de la escuela

Palabras clave: Escuela Pública. Periferia. Prácticas. Identidad.

INTRODUÇÃO

A Lei número 11.788, de 25 de dezembro de 2008 institucionaliza o estágio obrigatório nos cursos superiores instrumento este que devem fazer parte do projeto pedagógico de todos os cursos superiores, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e dos projetos pedagógicos dos cursos além de integrar o itinerário de formação do educando.

Com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e o mundo do trabalho, no Regimento Interno dos Cursos de graduação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, normatizam internamente o estágio curricular obrigatório supervisionado como instrumento de formação acadêmico-profissional do aluno; fortalecimento dos espaços formativos; inserção do aluno-estagiário na vida econômica, política e sociocultural da sociedade.

Também é definido no projeto pedagógico dos cursos uma carga horária de estágio a cumprir que se constitui em requisito para aprovação e obtenção do diploma. No que a execução do estágio no ano de conclusão dos cursos a tarefa se transforma no cotidiano do sujeito acadêmico em uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer segundo, representada numa vida acadêmica exaustiva e estressante congestionada de resumos, textos, livros, artigos, provas, trabalhos, resenhas, seminários, fichamentos, analises de filmes numa quantidade extenuante. Sem mencionar construção do trabalho de Conclusão do Curso-TCC, além das horas extracurriculares. Saímos da vida acadêmica e entramos no mundo do trabalho, nosso principal instrumento para desenvolver as funções atribuídas é o conhecimento teórico acumulados nos anos da graduação, onde o fortalecimento advém da representação simbólica dos nossos excelentes professores, mestres, doutores que são os responsáveis diretos pelo profissional que podemos nos tornar.

Recorremos a Pedagogia da Autonomia para exprimir o sentimento do primeiro dia de estagio, nas seguintes palavras Paulo Freire imaginando metaforicamente o professor que eu gostaria de ser em Freire:

[...] estar no mundo necessariamente significa estar com o mundo e com os outros. Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem "tratar" sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência, ou teologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem idéias de formação, sem politizar não é possível. FREIRE(2011, p. 64)

O estagio como cenario de construção da identidade do sujeito-acadêmico, estagiário e quase, que na construção da identidade contou com elementos culturais, sociais, políticos da comunidade que vivenciou, influenciou e foi influenciado na compreensão de uma identidade em construção que diante de um conjunto de possibilidades constrói e sua identidade. Podendo em Iara Maria José Coracini ser representado:

[...] fragmentos esses que nos precedem e que recebemos como herança e que, por isso mesmo, sofrem modificações, transformações. De modo simplificado, poderíamos dizer que a memória, portanto, o interdiscurso são as inúmeras vozes, provenientes de textos, de experiências, enfim, do outro, que se entrelaçam numa rede em que os fios se mesclam e se entretecem. Essa rede (tecido, tessitura, texto, melhor dizendo, escritura) conforma e é conformada por valores, crenças, ideologias, culturas que permitem aos sujeitos ver o mundo de uma determinada maneira e não de outra, que lhes permitem ser, ao mesmo tempo, semelhantes e diferentes; essa rede se faz corpo no corpo do sujeito, (re)velando marcas indeléveis de sua singularidade. CORACINI(2007, p. 22)

Neste espaço de construção e afirmação de identidade profissional e escolha definitiva da profissão como o contato e vivencia com uma comunidade de periferia que nasceu a proposta de construção desse instrumento que objetiva a socialização do conhecimento, das formas encontradas para superar obstáculos, dos relatos primeiros de suas experiências em uma escola pública na periferia de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul.  

  1. SUJEITO ESTAGIÁRIO PROFESSOR

É dentro do contexto que somos apresentados a profissão, onde o estágio obrigatório insere o sujeito acadêmico quase professor diante  da profissão. Partindo do principio da construção de uma relação de encontro com as práticas pedagógicas que vai desde as mais arcaicas as consideradas modernas, a falta de recursos materiais, os espaços físicos depressivos, a falta de interesse da comunidade, professores a beira de um ataque de nervos, os baixos salários, as jornadas de trabalho extenuantes e o risco de vida diário.

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