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Resenha. Língua, Uso e Cognição. Joan Bybee

Por:   •  3/7/2019  •  Resenha  •  8.242 Palavras (33 Páginas)  •  417 Visualizações

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Resenha do texto: “Language, Usage and Cognition”, de Joan Bybee, Cap. 1, 2 e 3.

A) RESUMO

Capítulo 1: Uma perspectiva da língua baseada no uso (usage-based)

1.1 A natureza da linguagem

- “Se quisermos entender fenômenos que são tanto estruturados quanto variáveis, é necessário olharmos para além das formas superficiais mutáveis e considerarmos as forças que produzem os padrões observáveis.”

- “Um foco nesses processos dinâmicos que criam a língua também nos permite ir além de um foco de atenção exclusivo nas estruturas linguísticas e formular um objetivo mais amplo: derivar a estrutura linguística a partir da aplicação de processos de domínio geral. Nesse contexto, processos de domínio geral seriam aqueles que se podem mostrar operantes em outras áreas da cognição humana que não a da linguagem. O objetivo deste livro é explorar a possibilidade de que os fenômenos estruturais que observamos na gramática das línguas naturais podem ser derivados de processos cognitivos de domínio geral, já que eles operam em múltiplos casos do uso da língua.”

- - “Na medida em que a estrutura linguística é vista como um produto emergente da aplicação repetida de processos que lhe são subjacentes, e não como um dado a priori ou como resultado de um planejamento, então a língua pode ser compreendida como um sistema adaptativo complexo.”

- “a língua exibe uma grande quantidade de variação e de gradação. A gradação se refere ao fato de que muitas categorias da língua ou da gramática são difíceis de serem distinguidas, geralmente porque a mudança ocorre no tempo de um modo gradual, movendo um elemento de uma categoria a outra ao longo de um contínuo.” “A variação se refere ao fato de que unidades e estruturas da língua exibem variação no uso sincrônico, normalmente ao longo das trajetórias contínuas de mudança que criam a gradação.”

1.2 Gradiente e variação na estrutura linguística

Esta seção apresenta alguns exemplos do tipo de gradação e de variação que motivam uma visão da língua como um sistema adaptativo complexo.

1.2.1 Unidades: morfemas

- “Todos os tipos de unidades propostos pelos linguistas exibem gradação, no sentido de que há muita variação dentro do domínio da unidade (diferentes tipos de palavras, morfemas, sílabas) e dificuldade em estabelecer os limites da unidade.”

- “Morfemas gramaticais são tradicionalmente definidos como itens de classe fechada. Uma vez que as classes são definidas em termos das propriedades de construções, morfemas gramaticais são aqueles restritos a posições particulares em construções. Como uma classe de unidade, morfemas gramaticais são altamente variáveis. No nível mais alto, encontramos variância nos tipos de morfemas gramaticais que ocorrem translinguisticamente. Forma e significado diferem de modos sistemáticos.”

- “As similaridades são visíveis nos clines2 de tipos morfológicos, os quais permitem observar como as línguas ocupam diferentes zonas nesse cline, indo de analítica (isolante) a aglutinativa e a flexional.”

“Em qualquer língua, essas mesmas categorias podem ser identificadas, embora, frequentemente, seja difícil de se estabelecerem distinções rígidas entre elas.”

- “A variação e gradação na categoria do morfema gramatical são um resultado direto do processo de mudança que afeta os morfemas e molda suas propriedades de forma e significado.” (p. 4)

- “esses processos de mudança são bem conhecidos e tomados como garantidos. O que não é tão bem apreciado, porém, é o que eles nos dizem sobre o processamento cognitivo que é usado na linguagem. Eles nos dizem algo sobre como o uso da linguagem afeta o armazenamento na memória e a organização desse armazenamento.” (p.4)

- “Ao invés de considerar a gradação ilustrada apenas como um problema descritivo, consideremos a própria essência do fenômeno e pensemos que a linguagem já foi afetada pelo seu uso e pelo aspecto que a experiência tem no sistema cognitivo. (p.4)

1.2.2 . Categorias específicas da linguagem que são heterogêneas e gradientes: o auxiliar inglês

- A sequência auxiliar inglesa merece um exame minucioso porque parece ser um exemplo muito bom de uma estrutura lingüística bem-comportada que está envolvida em certas regras claras. (p.4)

(...)

- Assim, os membros da categoria de itens auxiliares em inglês são bastante diversificados, não sendo nem estrutural nem funcionalmente uniformes.

(...)

- A categoria em si tem menos que limites discretos. Os elementos mencionados - os modais, the Progressive be, o Perfect "have" e o copula - são categoricamente membros dessa classe de itens, mas os verbos "dare" e "need" às vezes se comportam como se fossem verbos principais ordinários. Essa gradação não é apenas um estágio passageiro; em vez disso, esses dois verbos ocuparam as duas categorias desde o momento em que a categoria de auxiliares começou a diferenciar-se da categoria do verbo principal. (p.5)

- Estas classes de itens apresentam propriedades estruturais muito semelhantes e expressam uma ampla gama de significados diferentes.

(...)

- Essa heterogeneidade não é específica para afixos e auxiliares; proposições também mostram muitas diferenças de comportamento, com "of", o mais comum, muitas vezes não se comportam muito muito similarmente com uma preposição de fato (Sinclair 1991) e preposição complexa (como "em cima de", "apesar de") mostrando misto comportamento entre conter duas preposições e um substantivo e funcionar como uma unidade.

1.2.3. Instâncias Específicas da variação: "I don´t know, I don´t inhale"

- Os modos de gradiente e variação discutidos nas seções anteriores são mais inerentes à literatura , mas o modo de gradiente que se tem discutido mais recentemente se volta para um fenômeno com o qual a linguística deve contar. Nesta sessão nosso foco se voltará para o fato de, às vezes, instâncias específicas de construções assumirem um comportamento diferente da construção geral.(p.5)

- As duas expressões no título parecem ser estruturalmente idênticas, cada uma tendo um pronome na primeira pessoa

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