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Resenha de filme

Por:   •  6/6/2015  •  Resenha  •  479 Palavras (2 Páginas)  •  3.194 Visualizações

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Não há erro na diferença!

O documentário Travessia do silêncio relata a história de diferentes surdos e suas respectivas famílias. Ressaltando especialmente as divergências existentes no desenvolvimento da comunicação dos mesmos, para isso, faz uso de descrições e constatações do cotidiano dos surdos, com ênfase nas vantagens do método adotado para sua educação.

O primeiro artificio destacado no filme foi o implante coclear, uma técnica que consiste em colocar uma antena no canal auditivo, mediante cirurgia, com o intuito de devolver parte da audição ao surdo. Esse método foi mostrado durante o relato de um casal que possuía dois filhos surdos, um menino e uma menina, que logo pequenos já apresentavam o equipamento implantado e estavam começando a desenvolver o processo da oralização. Isso posto, percebe-se ao longo dos relatos que o principal enfoque do uso do aparelho é o desenvolvimento da fala, e como consequência, os surdos são compelidos a se introduzir em uma sociedade onde as diferenças não são respeitadas, e, portanto, devem aprender a falar mesmo que isso prejudique a formação da sua própria identidade.

Outro formato de diálogo discutido foi a libras, uma forma de comunicação totalmente visual. Que através de gestos sinalizados transmitem o significado das palavras oralizadas para a pessoa que não possui a capacidade de distinguir sons. Para enfatizar o uso da linguagem de sinais, foram apresentados vários casos de surdos que preferiam se expressar por meio desse artifício, relatando inclusive o caso de uma mulher que por ser filha de pais surdos aprendeu a libras como primeira língua e que só foi oralizada quando começou a frequentar a escola.

Ver-se também, ao longo do documentário que existe uma grande separação entre as pessoas favoráveis ao oralismo em comparado às defensoras da linguagem de sinais. No filme não há uma ponderação de ideais, os favoráveis à oralidade são muitas vezes contra o uso da libras, como se essa estivesse a margem da sociedade, e não a compusesse. Em contrapartida, os que aceitam a linguagem de sinais são mais humanos, ao levarem em conta o individuo surdo, que apresenta maior facilidade de se expressar mediante os meios visuais.

Com relação aos familiares, nota-se em muitos dos casos, que estes têm dificuldade de aceitar as opiniões do surdo, como no caso da Sônia mãe de Pedro, que ao longo da educação do filho fez uso de agressões físicas e psicológicas para reprimir a vontade do filho de interagir em libras e aprender a se comunicar por meio da fala. A pressão psicológica empregada pela mãe foi tanta que Pedro passou a rejeitar tudo advindo do universo surdo, não se considerando parte dele.

Em suma, o que se percebe através do documentário é a não aceitação do diferente, não apenas da surdes, mas do fato de alguém nascer com características que fuja do dito normal. Sobretudo, nas famílias mais conservadoras o filho “especial” significa um erro que não se pode acontecer.

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