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UMA LEITURA MÍTICO-SIMBÓLICA DE DOIS CONTOS INFANTIS

Por:   •  19/3/2020  •  Monografia  •  10.504 Palavras (43 Páginas)  •  206 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

Adriane Pereira Silva

UMA LEITURA MÍTICO-SIMBÓLICA DE DOIS CONTOS INFANTIS

São Cristóvão (SE), 02 de julho de 2010.

Adriane Pereira Silva

UMA LEITURA MÍTICO-SIMBÓLICA DE DOIS CONTOS INFANTIS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Universidade Federal de Sergipe como requisito para obtenção do título de graduação em Licenciatura Letras Português-Francês.

Orientadora: Profª Drª. Ana Leal Cardoso.

São Cristóvão (SE), 02 de julho de 2010

“ Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos. Todos nós precisamos compreender a morte e enfrentar a morte, e todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois à morte. Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos”.

Campbell

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................05

1 – A LINGUAGEM MÍTICO-SIMBÓLICA E OS CONTOS DE FADAS....................07

  1.  – O CONTO CHAPEUZINHO VERMELHO...........................................................11

2.1.  As diferenças do enredo nas duas versões.......................................................12

2.2.  A simbologia em Chapeuzinho Vermelho ........................................................ 13

2.3. Os conflitos de Chapeuzinho Vermelho..............................................................16

  1.  – O CONTO OS SAPATOS VERMELHOS.........................................................18

3.1. O Universo de H. C. Andersen e o resumo da história......................................18

3.2. A simbólica em Os sapatos vermelhos...............................................................21

3.2.1. A representação da dança com os mitos hinduístas.......................................27

4 – PARALELOS ENTRE OS DOIS CONTOS..........................................................33

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................35

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................38

INTRODUÇÃO

        A história de Chapeuzinho Vermelho, contada para as crianças das gerações atuais, trata-se de adaptações criadas a partir das versões de Charles Perrault e dos irmãos Grimm que viveram entre os séculos XVII e XVIII.  Esses contos, possuidores de uma forte carga mítico-simbólica, tiveram seus conteúdos originais camuflados, de forma a tornar despercebida a mensagem que os autores tentaram passar.        

        O conto Os Sapatos Vermelhos, do dinamarquês Hans Christian Andersen, apresenta uma personagem feminina na sua fase pubertária e na adolescência. Assim como na história de Chapeuzinho Vermelho, no conto de Andersen está implícita também a questão dos impulsos sexuais, presentes no ser humano, além de um conteúdo de fundo moralizante, capaz de expressar a mentalidade da sociedade cristã da época.

        Vê-se que no conto de Chapeuzinho, que sugere a transmissão de relações íntimas entre a menina e a avó, e a relação de sedução entre o lobo e a menina, encontram-se marcas próprias de uma sociedade falocentrica. No que diz respeito ao conto Os Sapatos Vermelhos, observa-se uma temática mais voltada para as questões sociais: os marginalizados, a importância da igreja, o ideal de riqueza e felicidade, entre outras. 

        O que faz contos como Chapeuzinho Vermelho e Sapatinhos Vermelhos ressaltarem a problemática do espiritual, do social e do existencial é que mitos e contos de fadas expressam os processos inconscientes do ser humano. Desejos, jogos, sedução, abuso sexual, curiosidade, ambição, violência, castigo são retratados nesses contos de forma a restabelecer a ligação entre consciente e inconsciente associados ao mundo mítico-simbólico, os quais atualmente têm recebido sua devida importância pelo fato de serem autênticas fontes de conhecimento do homem e de seu lugar no mundo.

1 – A LINGUAGEM MÍTICO-SIMBÓLICA E OS CONTOS DE FADAS

        O homem possui sentidos como tato, visão, audição, paladar e olfato, e, apesar disso ele não consegue compreender a visão do todo de forma a fazer um insight. Por conta dessa deficiência “é que freqüentemente utilizamos termos simbólicos como representação de conceitos que não podemos definir ou compreender integralmente” (JUNG, 1993, p.21).  

        O próprio caráter humano é o de comunicar sinais intermediando a linguagem entre os sujeitos, para isso utiliza-se do inconsciente para transmitir o pensamento simbólico.

“O símbolo é, então, uma espécie de instância mediadora entre a incompatibilidade do consciente e do inconsciente, um autêntico mediador entre o oculto e o revelado. Ele não é nem abstrato nem concreto, nem racional nem irracional, nem real nem irreal; é sempre ambos. Pertence a ‘esfera intermediária da realidade sutil’, que só se pode expressar, de modo suficiente através do símbolo”. (JACOBI, 1995, p.90)

        Jung divide os símbolos em dois tipos: os naturais e os culturais, os primeiros são provenientes dos conteúdos inconscientes da psique, apresentam-se como idéias e imagens arquetípicas essenciais e são encontradas desde a sociedade primitiva à atual. Os segundos são os símbolos culturais: muito utilizados pelas religiões, exprimem verdades eternas, são imagens coletivas aceitas em praticamente todas as sociedades.

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