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A DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SURDEZ

Por:   •  8/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.513 Palavras (7 Páginas)  •  129 Visualizações

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DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SURDEZ

Ouvir é uma forma de contato pessoal com o mundo do som e com toda a estrutura da linguagem falada; esta, é o meio pelo qual a maioria das pessoas inicia o desenvolvimento da linguagem. A linguagem falada é o principal meio de comunicação humana, e a escuta participa efetivamente do processo de aprendizagem, desde os conceitos mais básicos até o aprendizado da leitura e da escrita. Há, porém, pessoas que possuem esse sentido na forma estrita ou reduzida, o que não significa que sejam incapazes de desenvolver a linguagem[1].

A ciência moderna descobriu que boa parte da nossa comunicação tem um caráter não-verbal (gestos, expressões, conduta), e isso denota que a linguagem é muito mais do que uma simples audição de palavras. A arte musical, sendo ela uma forma de linguagem que lida com sons e pausas, com o objetivo de causar sentimentos e sensações em quem escuta, também pode ser “comunicada” através de meios não verbais ou melódicos. Mas, antes de lidarmos aqui com esse tema e responder a essas perguntas que normalmente passam pela mente de profissionais da música, é necessário melhor definir o que vem a ser uma deficiência auditiva.

Existe uma diferença clinicamente estabelecida entre surdez e deficiência auditiva. A diferenciação existe devido a causa do problema, a forma como ele se manifesta e a reversibilidade ou não de tal deficiência. O deficiente auditivo é alguém que possui algum teor de perda da capacidade de captar sons e vozes; mas este pode ter adquirido o problema ao longo da vida, seja através de alguma doença, acidente, idade, prejuízo interno devido ao alto volume sonoro ou mesmo ser apenas uma deficiência temporária, que pode ser revertida, melhorada ou mesmo curada mediante tratamento e adaptação.

O surdo, por sua vez, é uma pessoa que nasceu com a impossibilidade de captar sons e vozes, sendo uma limitação muita vez de origem biológica e desenvolvida ainda em idade uterina. Este, ao contrário do deficiente auditivo, não possui reversibilidade no quadro.

Basicamente, a audição desempenha as seguintes funções:

  • Operação cognitiva de identificar de onde vêm os sons, portanto de localidade espacial;
  • A capacidade de prestar atenção a todos os estímulos sonoros ao redor;
  • Capacidade de se comunicar com outrem por meio de palavras expressas verbalmente;
  • Meio de adquirir informações e conhecimentos, visto que a maioria do que é comunicado de um ser humano para outro é por meio da fala;
  • Capacidade de distinguir vozes e sons diferentes.

De acordo com o método de ensino bilíngue empregado em muitos locais (comunicação verbal e por meio da LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS), é possível perceber que essas pessoas são perfeitamente capazes de aprender os mesmos conceitos e conhecimentos que qualquer oura pessoa sem a surdez, desde que esses conhecimentos sejam “traduzidos” para LIBRAS ou comunicados de uma forma não-verbal. Quanto ao tratamento, uma das alternativas diante da perda auditiva detectada é o uso de aparelhos auditivos conforme orientação médica (GESSER, 2009).

LIBRAS é uma língua viso-espacial, portanto, obtê-la pelo modo à distância não é o ideal. Além de obter uma compreensão mais profunda dos estilos de vida dos surdos e suas culturas, o envolvimento com a comunidade surda pode beneficiar a percepção e a experiência de certos aspectos gramaticais da língua de sinais que são limitados apenas durante apresentações virtuais. Conforme estipulado na Resolução CNE 02/2001, a educação de alunos surdos pode ser bilíngue, permitindo que eles e suas famílias escolham o método de ensino que entenderem, com o aconselhamento de profissionais. Um envolve o ensino de dois idiomas em momentos diferentes, e o outro apresenta o ensino do segundo idioma após a aquisição do primeiro idioma.

A educação musical é, sem dúvida, fundamental para a formação do indivíduo, é uma ferramenta de socialização, desenvolvimento do pensamento crítico, comunicação e divulgação, expansão cultural, entre outros benefícios. No entanto, quando se trata de pessoas com deficiência, essas questões ficam em segundo plano.

Ignorando a necessidade de uma formação integral, muitas vezes as pessoas se definem apenas por sua deficiência, tornando qualquer contato com o ensino de música apenas uma forma de terapia e não uma possibilidade de formação. HAGUIARA-CERVELLINI (2003, p.59) define vários problemas que podem afetar os humanos: físicos, mentais, morais, culturais. Para KUNTZE (2014), os professores de música para pessoas surdas devem ter pelo menos um intérprete de LIBRAS com conhecimento mínimo de música, para que o ensino seja eficaz. O método, como veremos a seguir, é eficaz e comprovadamente benéfico para a inclusão social do aluno e para a sua educação musical.

A música, como dizemos no início, não é apenas uma sucessão de sons: ela expressa um sentimento, uma visão de mundo, uma série de sanções que é comum a todo ser humano, surdo ou não, de tal modo que um surdo pode muito bem “sentir” o que uma obra musical expressa. Sendo essa arte uma capacidade de produzir vibrações através de ondas sonoras, e graças a notação musical, a combinação dessas coisas pode e deve ser usada como instrumentos de uma pedagogia musical. É necessário, então, que o professor domine LIBRAS e prepare o conteúdo para seus alunos de forma fácil de entender.

DALCROZE defende uma educação musical para todos, argumentando que as aulas de música são essenciais nas escolas, pois de todas as artes, é a que mais aproxima pessoas e as fazem socializar, baseadas numa afinidade comum e na capacidade de sentir o mesmo sentimento que está sendo expresso pelo som; o autor segue afirmando que a música é a base de todas as artes porque é uma "figura rítmica de excelência" (DEL PICCHIA, 2013, p. 75). Sendo assim, a educação musical para deficientes auditivos/surdos deve ser uma pedagogia totalmente visual que possa ser aplicada através do método de movimento e ritmo desenvolvido pelo educador musical austríaco do próprio Dalcroze.

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