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Deficiência auditiva x surdez

Por:   •  4/10/2018  •  Artigo  •  2.090 Palavras (9 Páginas)  •  257 Visualizações

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Deficiência auditiva x surdez.

Sabe-se que a audição é um sentido muito importante no desenvolvimento humano, haja vista que através da audição a criança interage com o mundo, inclusive desde a gestação, é também através da audição que identificamos os diferentes sons. A falta da audição necessita de desenvolver formas diferentes de comunicação.

No Brasil, há uma estimativa de 5,7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. De acordo com o Decreto de número 3.298 de 20 de dezembro de 1999, a deficiência auditiva é uma perda parcial ou total, que varia em graus. Os surdos são indivíduos que também tem perda total, congênita ou adquirida. Apesar das semelhanças há algumas diferenças que definem a deficiência auditiva e a surdez.

Deficiência auditiva: apresenta alteração em alguma das estruturas do ouvido, causando diminuição da capacidade de apreender o som.  O deficiente auditivo geralmente se comunica através da fala, apresentando perda auditiva de grau leve ou moderado.

Surdez: Também se caracteriza pela alteração nas estruturas do ouvido, porém ocasiona uma incapacidade de entender o som. A pessoa surda, na maioria das vezes se comunica com o uso da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e a perda auditiva geralmente é grau severo a profundo. Os a graus de surdez são:

Surdez leve- 26 a 40dB ( dificuldade para ouvir e entender conversação suave, a criança adquire e desenvolve a linguagem oral espontaneamente);

Surdez Moderada- 41 a 70 db ( dificuldade em entender uma conversação normal, a fala e a linguagem são afetadas);

Surdez severa- 71 a 70db (dificuldade no desenvolvimento espontâneo da fala);

Surdez profunda- mais de 90db (não consegue desenvolver a linguagem oral espontaneamente);

A surdez pode ser classificada como unilateral, quando aparece em um ouvido e bilateral quando ocorre nos dois ouvidos.

Os tipos de deficiência auditiva são:

  1. Condutiva:  ocorre quando a capacidade dos ouvidos, em conduzir sons para o ouvido interno, é bloqueada ou reduzida.
  2. Neurosensorial: quando a perda de audição acontece devido a problemas no ouvido interno (cóclea) ou nas as vias nervosas que vão do ouvido interno ao cérebro.
  3. Mista: É o resultado de problemas em ambos os ouvidos: interno e externo ou médio. 
  4. Central: é causada por problema no nervo auditivo ou centros auditivos

As causas da deficiência auditiva podem ser: pré-natais, perinatais e pós-natais.

As causas pré-natais ocorrem antes do nascimento. Neste caso a perda auditiva é causada por fatores genéticos, por exemplo, quando há a união de consangüíneos, hereditários, por doenças que a gestante desenvolve como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, e também quando a mãe faz uso de drogas durante a gestação.

As causas perinatais ocorrem durante o nascimento, podendo ter causa no nascimento prematuro, anóxia (falta de oxigênio no cérebro) e por traumas de parto (uso de fórceps inadequado, demora ou rapidez na hora do parto).

As causas pós- natais ocorrem após um mês de vida e durante toda a existência. São provocadas por meningite, sarampo, caxumba, uso de medicamentos oto-tóxicos, idade avançada, acidentes, infecções de ouvido e ruídos de repetição.

Quanto ao período de surgimento da deficiência auditiva, há dois grupos: o congênito (a pessoa já nasce sem audição) e adquirida (a pessoa nasce ouvindo e perde a audição no decorrer da idade).

Quanto a linguagem da pessoa com deficiência auditiva/ surda dividimos em fase pré-lingual (surdez/ D.A presente antes da aquisição da linguagem) e pós-lingual (surdez/ D.A após a aquisição da linguagem).

História da educação dos surdos

Sabe-se que na antiguidade os surdos viviam à margem da sociedade. Os mesmos eram vistos como pessoas sem capacidade de exercer coisa alguma. Por isso eram impedidos de freqüentar escolas, além disso, eram privados dos direitos básicos que todo individuo possui. As pessoas surdas não casavam, não herdavam bens familiares, todos os seus direitos eram banidos.  Os mesmos não eram aceitos e por isso viviam excluídos da sociedade.

Inicia a história na antigüidade, relatando as conhecidas atrocidades realizadas contra os surdos pelos espartanos, que condenavam a criança a sofrer a mesma morte reservada ao retardado ou ao deformado: "A infortunada criança era prontamente asfixiada ou tinha sua garganta cortada ou era lançada de um precipício para dentro das ondas. Era uma traição poupar uma criatura de quem a nação nada poderia esperar" (BERTHIER, 1984, p.165).

 A história da educação de surdos vem se destacando em várias fases dos séculos, inicialmente podemos falar da primeira escola para surdos, localizada  na França nos anos de 1712 / 1789 com a forte presença do Abade Michel L´Epée e com a utilização da língua de sinais (uma combinação dos sinais da gramática francesa) L´Epée tinha como objetivo ensinar os surdos a ler, escrever e principalmente transmitir a cultura através da educação .

Até então, como eu já havia explicado, todos os educadores de surdos interpretavam o princípio que “nossa mente não contém nada que não chegou lá através dos sentidos” como se seu único trabalho fosse dar a estes desafortunados o uso mecânico da fala. Ao contrário, l'Epée foi o primeiro a vislumbrar na linguagem mímica ainda imperfeita deles, meios mais seguros e simples de comunicação e uma mais direta e clara tradução de pensamento. (2006, p. 256)

No final do século XV, um italiano chamado Giralamo Cardamo surge como uma nova esperança para educação dos surdos. Giralamo utilizava sinais e linguagem escrita para a comunicação com as pessoas surdas. Percebe-se aqui o inicio da valorização do surdo enquanto pessoa digna de direitos e deveres como todo individuo. Após o italiano, surge também um monge espanhol que além de utilizar os sinais, fazia o treinamento da voz e da leitura dos lábios. Após destes dois percussores surgiram outros professores que se dedicaram na educação dos surdos ao longo dos séculos. O método de ensinar era específico para cada professor. Alguns priorizavam o método oral puro, outras escolhiam a língua de sinais e outros faziam o uso combinado.

O oralismo, ou filosofia oralista, usa a integração da criança surda à comunidade de ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral (no caso do Brasil, o Português). O oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada através da estimulação auditiva. (GOLDFELD, 1997, pp. 30 e 31).

Historicamente, podemos observar vários eventos que defenderam a importância da educação dos surdos. No ano de 1880 ocorreu em Milão o Congresso Mundial de Professores Surdos, neste congresso foi escolhido como melhor método o Oral Puro. Um pouco antes, no Brasil em 1857, o professor surdo Hernest Huet funda a escola especializada para surdos, conhecida hoje como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). A partir desta escola surge então a oportunidade dos surdos criarem a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). A partir daí foram surgindo outras escolas que se espalharam pelo Brasil, dentre elas destacamos algumas bem conhecidas: O Instituto Santa Terezinha para meninas surdas em São Paulo, Escola Concórdia no Rio Grande do Sul, Escola de Surdos de Vitória, Centro de Audição e linguagem, e várias outras escolas.

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