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A Evasão Escolar na EJA

Por:   •  21/12/2022  •  Trabalho acadêmico  •  3.483 Palavras (14 Páginas)  •  91 Visualizações

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EJA - Educação de Jovens e Adultos

História e Evasão Escolar

Carla Lucia Mendes da Silva e Melaine Tresbach da Silveira¹

Marly Spier²

Centro Universitário Leonardo Da Vinci - UNIASSELVI

Curso de Licenciatura em Pedagogia (PED4378FLC)

07/12/2022

RESUMO

Este trabalho tem como finalidade explanar sobre a modalidade de ensino EJA, educação de jovens e adultos, no sentido de conhecer o curso na história da educação. O objetivo central foi analisar as causas da evasão na EJA, no contexto brasileiro, elencando os motivos pelos quais os estudantes desta modalidade de ensino evadem da escola e os desafios para se retornar aos espaços escolares. Percebeu-se que dois fatores contribuem para a evasão de jovens e adultos nas escolas brasileiras: os socioculturais, agregados às relações familiares e econômicas e o método de ensino aplicado nas salas de aula que não condiz com o perfil de estudantes dessa modalidade. Considera-se importante que existam políticas públicas direcionadas à permanência deste público na escola e que os métodos e estratégias de ensino correspondam às expectativas destes sujeitos, oportunizando emancipação na sociedade em que vivem. Abordar o andamento histórico da EJA, analisar e compreender as fases dessa época, no entanto, no decorrer dos anos a EJA, vem se modelando de acordo com as necessidades culturais e de acordo com o contexto de cada momento histórico. Tendo em vista a temática deste trabalho, percebe-se o grau de importância que os movimentos sociais tiveram nova vitória da alfabetização de jovens e adultos, resgatando e Trazendo um novo significado a modalidade de ensino EJA.

Palavras-chave: EJA, Educação Brasileira, História, Evasão Escolar.

1. INTRODUÇÃO

Historicamente, a educação de jovens e adultos transpassou etapas significativas em sua caminhada, os acontecimentos decorridos trouxeram novas reflexões para o cenário educacional da EJA.

Ao longo dos anos a educação de jovens e adultos vem se transformando e recebendo notoriedade após as lutas originadas nas mobilizações sociais que se moveram com o propósito de viabilizar mudanças em relação ao ensino e em consequência o seu ato metodológico e aprendizagem fosse relevante aos educandos tornando os indivíduos capaz de praticar sua cidadania com dignidade, desempenhando assim, papel participativo diante da realidade ao qual vivenciam.

A EJA permite às pessoas terem a oportunidade de frequentar e retomar a escola na idade adulta para recuperar o tempo perdido. O adulto quando procura a escola, geralmente não quer somente aprender a ler e escrever, mas senti necessidade de se atualizar no contexto social em que vive e que faz parte.

O processo de ensino e escolarização dos adultos deve ser diferenciado, levando em consideração a realidade dos sujeitos em idades atípicas do processo de escolarização organizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), além da realidade econômica, social e cultural também serem diferentes. Na EJA, a metodologia sugere adequar-se de acordo com a realidade dos estudantes, de modo a inserir estes sujeitos no contexto social; um “método que seja ativo, dialógico, crítico e criticista” (FREIRE, 1979, p. 39).

A necessidade dos jovens e adultos estarem nas escolas não é mais uma questão de dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem, mas configura uma reorganização concretizada na garantia de direito à escolarização, na qualidade da formação integral a partir da escolarização de educandos que não tiveram a oportunidade em tempo previsto pelas diretrizes da educação brasileira.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A EJA no Brasil configurou-se como uma necessidade para atender as demandas da sociedade da época e com isso garantir também mão de obra para a indústria. Segundo Tassinari e Pupin (2015, p. 37), A história da Educação Básica para jovens e adultos em nosso país começou a se delinear desde a década de 1930, assinalada como uma necessidade urgente para atender às transformações que estavam ocorrendo na sociedade, em particular no setor industrial. A década de 1950 é demarcada pelo governo populista que trouxe os discursos sobre a educação de adultos, levando em consideração os anseios discutidos, principalmente por parte da sociedade civil. Em 1958, o “II Congresso Nacional de Educação de Adultos”, a partir dos princípios ditados por Paulo Freire revelando para esta área novas propostas de reavaliação, teorização e metodologia para a EJA. A história da EJA passa a ser construída a partir de bases legais, com fortes tendências políticas e instituição de políticas públicas para sua melhor implantação. As ideias de Paulo Freire conferiam à educação um perfil que estimulava a tomada de consciência social e política, com notadas posições de participação crítica da população civil, em que os sujeitos fossem protagonistas de sua realidade social e vivência, mudando, com isso, a perspectiva metodológica, desde o ensino, a formação e a aprendizagem dos envolvidos no processo.

A Educação de jovens e adultos, é um conjunto de desafios educativos que busca dar retorno aos desafios decorrentes das desigualdades políticas, econômicas e culturais, que afetam a humanidade.

Vivemos em um país onde a diversidade é muito mais complexa do que imaginamos. Existem vários elementos, como religiões, línguas, artes, povos e ideais que podemos destacar. No entanto, esses elementos diversos podem ser experimentados por todos, através das redes de comunicação, das trocas culturais, das curiosidades de conhecer o diferente.

Este tópico mostra como devemos trabalhar com a diversidade na educação, fazendo com que as pessoas, sendo elas jovens ou adultas, aprendam a respeitar o que é diferente no outro, compartilhando experiências. “Pensar nos sujeitos do EJA trabalhar com e na diversidade; diversidade esta que constitui a sociedade Brasileira, abrangendo jeitos de ser, viver pensar e agir” (BRASIL, 2008, P. 1 apud ANZORENA; BENEVENUTTI, 2013, P. 71)

Destacam-se a importância de trabalhar com os jovens e adultos de maneira a usar os seus conhecimentos prévios, fazendo com que eles construam da melhor maneira o conhecimento e o pensamento crítico.

A educação até bem pouco tempo atrás, era tida como desnecessária vinda da linha de trabalhadores. A partir de transformações e evoluções nos processos industriais, mudou-se este conceito e surgiu a necessidade de um operário “pensante”. A Modalidade de ensino veio para quem não teve a oportunidade de concluir o ensino fundamental e o ensino médio na idade regular.

“Pensar, propor e realizar uma educação voltada a jovens e adultos neste cenário é mais que um desafio: é assumir a responsabilidade histórica de contribuir para a consolidação de um legado construído na diversidade dos movimentos que lutaram e lutam pela democratização do nosso país.” (PAULA; OLIVEIRA, 2011, P. 10).

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