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A PERSPECTIVA E OS DESAFIOS DO PEDAGOGO DA EJA

Por:   •  27/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.409 Palavras (6 Páginas)  •  229 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Propomos com esta produção textual discutir sobre a formação docente no âmbito da Educação de Jovens e Adultos.

A princípio, faremos um breve relato histórico da EJA no Brasil, seus avanços e seus retrocessos, em seguida falaremos sobre o papel do professor da EJA, que vai além do simples ensinar, envolvendo diversas ações de situações que desenvolvam o pensamento crítico e reflexivo, para alcançar uma “educação libertadora” (FREIRE, 1982), considerando e respeitando o ambiente cultural de cada aluno.

Ressaltaremos a importância de se trabalhar na construção da mudança de postura desses jovens e adultos, visto que, somente com a modificação na forma de pensar e sentir dos alunos da EJA, será possível promover a transformação em suas vidas, que depois poderá repercutir em uma transformação social ampla.

Nesse contexto, teorias, crenças e concepções pedagógicas enraizadas no pensamento de cada professor podem contribuir ou dificultar o processo de aprendizagem do aluno.

Sabemos que EJA é uma modalidade que busca uma educação qualificada e eficiente, para erradicação do analfabetismo.

E a maior necessidade é de construção de políticas públicas que possam contribuir de maneira efetiva para a transformação das expectativas e esperanças dos alunos EJA em realidade.

A história da EJA no Brasil começou durante o processo de colonização em 1549, através da catequização e “instrução” de adultos e adolescentes tanto de nativos quanto de colonizadores, diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social. Após a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal ocorreu uma desorganização do ensino.

Em 1910, segundo informações do IBGE, o direito a ler e escrever era negado a quase 11 milhões e meio de pessoas com mais de 15 anos. Logo, alguns grupos sociais mobilizam-se para organizar campanhas de alfabetização chamadas de “Ligas”.

A partir de 1945 com a aprovação do Decreto nº 19.513 a Educação de Adultos torna-se oficial. Daí por diante novos projetos e campanhas foram lançados com o intuito de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso a educação em período regular.

Porém, durante o regime militar (1964-1985), estes movimentos e seus integrantes foram perseguidos e reprimidos pelos órgãos do Governo Federal que, em 1967, autorizou a criação do MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização (a partir de 1985, passa a se chamar Fundação Educar), tendo como principal objetivo: erradicar totalmente o analfabetismo, mas, principalmente, preparar mão-de-obra necessária aos seus fins aos interesses capitalistas do Estado.

A LDB 5692/71 que contemplava o caráter supletivo da EJA, excluindo as demais modalidades, não diferia dos objetivos do MOBRAL quanto: a profissionalização para o mercado de trabalho e a visão da leitura e da escrita apenas.

Esse método de ensino para jovens e adultos estava na contra mão de tudo que Paulo Freire, que é atualmente o patrono da Educação Brasileira, considerava correto.

Freire teve grande influência sobre a educação de jovens e adultos, pois foi ele quem batalhou para que a mesma fosse instituída formalmente no país.

Ao falar sobre seu legado na educação de jovens e adultos consideramos que o desafio que Freire continua nos colocando é como desenvolver a EJA na perspectiva e no espírito da educação popular e de forma que o cidadão saia preparado para participar ativamente do processo democrático.

O método criado por Freire é a construção de um conhecimento entre professor e aluno, ou seja, ele educa enquanto se constrói e, portanto, é um processo de prática da educação popular. Essa prática de aprendizagem dá ao sujeito liberdade para ler e escrever, porém para que esta escrita fizesse sentido maior deveria ter um caráter crítico e socializador que analisasse o contexto político, social e individual de cada um.

Ele nos ensinou que é preciso valorizar o conhecimento popular de cada aluno e respeitar suas particularidades.

Infelizmente a Educação transformadora que ele defendia ainda não é realidade. O que cresceu muito, nos últimos tempos, foi uma concepção meritocrática e competitiva de ensino. É claro que isso reflete o nosso mundo, nunca tivemos uma sociedade tão acomodada como a atual.

Para Paulo Freire o papel do professor é fundamental com a educação de jovens e adultos, especialmente no Brasil, em que ainda é grande o número de pessoas que não tiveram oportunidade de freqüentar ou dar continuidade aos seus estudos na educação básica. Consideramos fundamental destacar o papel do docente, já que ele contribui de forma decisiva para a formação dos alunos e para um ensino de qualidade.

Como educador, é preciso conversar a respeito do que significa aprender a ler e a escrever, o que se faz com que esses conhecimentos, em que sentido a vida das pessoas se modificam depois que aprendem a ler e escrever, quais as previsões de uso desse conhecimento pelo resto da vida, fora da escola. Assim, o educador da EJA deve vencer o desafio de despertar em seus alunos uma motivação para seguirem em frente, levando-os a acreditarem que a educação é algo dinâmico, uma troca de experiências, tanto entre os educandos, quanto entre professor e aluno, um diálogo no espaço escolar onde todo saber é relevante.

Dentro desse contexto, a metodologia do professor da EJA deve implicar num processo integrado, no qual os conteúdos das disciplinas devem ser trabalhados de forma interdisciplinar e contextualizados, possibilitando uma aprendizagem mais significativa, propondo um ensino que almeje resgatar a cidadania do indivíduo, bem como sua autoestima e também o interesse de participar da sociedade, a partir da promoção de situações que desenvolvam o pensamento crítico e reflexivo, sem deixar de considerar os conhecimentos e habilidades de que esses sujeitos dispõem adquiridos de modo informal, em suas experiências

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