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A Pedagogia Hospitalar

Por:   •  25/7/2019  •  Artigo  •  4.225 Palavras (17 Páginas)  •  224 Visualizações

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O CAMARIM DA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

MARJORIE DINIZ PEREIRA[1]

RESUMO

Este artigo fala sobre a dificuldade de aprendizagem onde um aluno, em específico, torna-se personagem principal de análise para identificar os princípios da sua dificuldade de aprendizagem.

Com o uso de algumas metáforas o leitor poderá ter uma ideia do que há por de trás das dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos.

Vale ressaltar que são vários os elementos para que a aprendizagem ocorra de forma natural, simples e sadia e que cabe aos profissionais da educação, do Estado e pais dos alunos garantirem condições básicas estruturais para que a aprendizagem ocorra.

Palavras-chave: aprendizagem, dificuldade, apoio, conhecimento, alfabetização.

2017

INTRODUÇÃO

Será analisado em específico o caso de um aluno morador e estudante na E.M Francisco Adolfo de Varnhagem, no 5º ano da cidade de Iperó do bairro Jorge Oeter.

O artigo traz uma compreensão e entendimento acerca das dificuldades, limitações, traumas e insucessos para que, este aluno em específico, alcance a alfabetização e consiga desenvolver o seu cognitivo para aprender as outras matérias e avançar em sua aprendizagem.

É possível e importante o professor ter uma visão diferenciada ao enxergar um aluno. Um ser que tem um passado, emoções/sentimentos positivos e negativos, sua realidade, seus pensamentos, suas ações, palavras, crenças, atitudes, reações e gestos não verbais – reconhecer que cada aluno é único como se possuísse um universo em si.

A partir dessa visão diferenciada com um olhar no “todo”, o professor consegue ter conhecimento e condições de elaborar e realizar suas estratégias pedagógicas, metodologias e intervenções funcionais para se alcançar os resultados almejados em relação à aprendizagem dos alunos (que possuem dificuldades ou não) sendo que o apoio, o auxílio, a persistência, o amor pelo o que se faz são elementos vitais e funcionais para criar um ambiente escolar propício e saudável para se aprender com ânimo e vontade.

Para Piaget o indivíduo experimenta estágios de equilíbrio e desequilíbrio em busca do conhecimento, buscando esquemas para alcançar a aprendizagem.

Ele enfatiza que desequilíbrio e equilíbrio são constantes no processo diário de aprendizagem humana.

Ele não descarta que fatores sociais, emocionais e afetivos estão relacionados com a aprendizagem, sendo o professor o mediador entre o estudante e o objeto a ser estudado criando desejo como forma de estímulo para que o estudante venha a interagir com o objeto de estudo ou o objeto a ser apreendido, despertando sua curiosidade, atingindo o cognitivo e provocando a construção do conhecimento.

Um estudo foi desenvolvido por Bazi (2003) em uma escola pública estadual da cidade de Campinas e contou com a colaboração de 602 estudantes do 3º e do 4º ano, e com a aplicação de testes (ADAPE - Avaliação das Dificuldades de Aprendizagem na Escrita, além de testes de personalidade e relativos a emoções), foi possível obter como resultado que as crianças da segunda série com menos dificuldades na escrita foram as mais extrovertidas, alegres, as menos tristes e com baixos níveis de agressividade no contexto escolar e geral. As crianças da terceira série, e que apresentaram menos dificuldades de aprendizagem na escrita, foram as mais alegres e com baixos níveis de agressividade no contexto escolar. Dessa forma, as variáveis de personalidade e emocionais evidenciaram ser pertinentes ao estudo da realidade educacional, principalmente quanto às dificuldades na escrita.

Muitos profissionais da educação não esperam e muito menos imaginam viver situações complicadas e ficam limitados diante de diversos problemas do mundo real que explodem na sala de aula bloqueando e/ou atrapalhando à aprendizagem dos alunos como agressividade no ambiente familiar, frio, fome, problemas no ambiente familiar com bebidas, drogas e outras coisas ilícitas, rejeição ou abandono, problemas emocionais diversos como medo, ansiedade, tristeza, vergonha entre outros, negligência, traumas familiares, abusos sexuais, espancamentos, nutrição precária ou ausência quase que total dela, problemas de doenças na família, mudanças constantes de residência, morte do pai ou mãe, etc.  

Experiências diversas e terríveis vividas por alunos que se tornam praticamente protagonistas de um filme de horror que modificam o funcionamento e desenvolvimento natural e sadio do cérebro, sendo o cérebro o órgão da aprendizagem. Essas complicadas situações interferem no estímulo a inteligência e no desenvolvimento natural da criança de suas competências e habilidades.

Uma série de estudos indica que o Q.I não permanece constante quando há alterações profundas na vida da criança, no lar e na escola. Se até uma certa idade a criança teve oportunidades para desenvolver sua capacidade mental e a partir de então foi privada culturalmente e/ou viveu em péssimo clima emocional no lar, quando testada terá um Q.I  mais abaixo que aquele que tinha antes (Dorin Lannoy,1982, p. 199).  

Conhecer o funcionamento do cérebro, como ele aprende, estratégias de ensino-aprendizagem e metodologias que faz com que o cérebro aprenda com facilidade devem ser um dos interesses primordiais dos profissionais da educação para enfrentar corajosamente a dificuldade de aprendizagem.

E como atrair, convencer, seduzir, instigar a vontade de aprender?

É nesse contexto que a didática, a sensibilidade, o compromisso com os alunos e o carinho pelos alunos e pelo o que se faz devem entrar em ação.  

É visível que em algumas cidades há um trabalho em conjunto com professores, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais da área da saúde buscando caminhos de cura e prevenção para os problemas de aprendizagem.

Daniel, nome fictício, possui dificuldades de aprendizagem. Aparentemente um aluno saudável que vive com a Irmã (que não possui dificuldades de aprendizagem) e os avôs paternos.

Ele se encontra atualmente no 5º ano, conseguiu com muito esforço migrar do silábico com valor para o alfabético o qual está na fase inicial. Ele tem doze anos e é repetente.

O maior esforço, tanto dele e dos avôs quanto da professora atual, são para que ele esteja preparado para a próxima etapa – o fundamental II.  

Ele foi o meu aluno em 2016, ano passado, e até ele conseguir migrar do silábico com valor para o alfabético na fase inicial nós dois trilhamos um caminho longo de equilíbrio e desequilíbrio, sucessos e insucessos, acertos e erros, por diversos momentos nossas emoções se abalavam diante de suas dificuldades, mas a coragem e persistência foram caminhos de superação e força para continuar nesta batalha que eu designo no caso dele a batalha para aprender os conteúdos de outras disciplinas e também se alfabetizar completamente.  

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