A violência contra o professor no ambiente escolar

A VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR NO AMBIENTE ESCOLAR

Sâmia Raquel Carvalho Ferreira - Universidade Federal do Piauí (UFPI) Graduanda de Pedagogia <csamiaraquel@hotmail.com>

Profa. Esp. Brígida Barbosa - Mestranda em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)/ Universidade Estadual do Piauí (UESPI) <brirys@yahoo.com.br>

Prof. M.e Erlon Barros - Professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI)/ Doutorando em Educação (UFRJ) <b.erlon@hotmail.com>

RESUMO

A violência no Brasil vem crescendo a cada dia, e se manifesta de diversas maneiras, alcançando também as escolas, sendo praticada contra alunos, diretores, demais funcionários e principalmente contra professores.

Existem vários tipos de agressões praticadas contra a classe docente: psicológica, física, verbal e virtual. Sendo todas essas desestruturadoras do sistema educacional, pois afetam o principal mediador da educação.

Este artigo tem como objetivo tratar de um tema um pouco polêmico e muito vivo em  nossas escolas, principalmente contra os professores que de uma forma ou de outra são os mais prejudicados, pois a maioria das leis estão a favor dos alunos.

Palavras chaves: Educação, Violência, Professores.

INTRODUÇÃO

Com o crescimento dos centros urbanos surgiu também um grande problema social e de saúde pública: a violência, que tem como uma das principais causas, a desigualdade social. Hoje essa violência saiu das ruas e conseguiu chegar também às escolas, onde pode ser praticada de diversas formas, verbal, física, virtual ou psicológica; e atinge a toda a comunidade escolar, especialmente a classe docente.

Os professores se tornaram alvo da violência na escola, onde muitos alunos perderam o respeito que antes era imposto pela figura do professor. E muitas vezes a causa desse desrespeito vem de uma má educação familiar, ou do uso de entorpecentes, que modificam totalmente o comportamento das pessoas.

        A visão de violência escolar muda de acordo com o olhar que direcionamos para ela. Antigamente a visão de violência no âmbito escolar era praticada por professores nas aplicações de castigos e até mesmo punições físicas, como exemplo, citamos o uso da palmatória. Hoje métodos como este já não podem mais ser utilizados, pois as leis e o Estatuto da Criança e do Adolescente não permitem.  

Mas essa “autoridade” do professor foi revertida, pois não existe mais o respeito pelo docente. Muitas vezes, por motivos de ameaças, os professores já não sentem prazer em exercer a sua função. A escola deixa de ter como foco a promoção de um ambiente construtor e transmissor de conhecimentos e valores, onde o professor é figura fundamental, e torna-se um espaço de desconforto, desmotivação e insegurança para o mesmo.

DESENVOLVIMENTO

A violência é um problema de cunho social que se caracteriza por agressões contra terceiros, representado por atos cometidos contra pessoas com o intuito de prejudicar o outro. (ROCHA, et.al; 2012).

O sistema educacional brasileiro vem se defasando e não contribui muito para melhorias no trabalho do professor, que tem que desempenhar suas funções sem os recursos necessários e sem salários justos. Além disso, a escola não oferece nenhum tipo de sistema de segurança contra agressões físicas, verbais e virtuais, deixando esses professores a mercê de críticas e de práticas violentas não só dos alunos, mas também dos pais e até mesmo dos próprios colegas de trabalho.

Dentre as muitas formas de violência a psicológica é a que mais causa danos à atividade docente, pois torna o educador frágil, e pode afastá-lo definitivamente da sala de aula, sendo que a violência física e verbal também pode gerar problemas psicológicos. Charlot ([s.d] apud Abromovay e Rua, 2003, p. 21 e 22) classifica a violência escolar em três níveis:

a. Violência: golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo;

b.  Incivilidade: humilhações, palavras agressivas, falta de respeito;

 c. Violência Simbólica ou institucional: [...] negação da identidade e da satisfação profissional aos professores, a obrigação de suportar o obsenteísmo e a indiferença dos alunos.

É muito comum, principalmente nos grandes centros urbanos, o professor sofrer agressões diversas. Há muitos casos de professores sendo esfaqueados, agredidos fisicamente, verbalmente, sendo roubados dentro das escolas, ou humilhados com palavras agressivas e desrespeitosas, gerando transtornos psicológicos muitas vezes irreversíveis, originando uma insatisfação profissional e, consequentemente, comprometendo a qualidade do ensino.

A violência Psicológica é a que os professores mais sofrem e que na maioria das vezes é tratada como uma coisa banal, leve ou mansa, mas mesmo assim não deixa de ser uma violência. Essa violência ocorre de várias formas: injúrias, injustiças ou falsidade; calúnias e difamações como afirmações desonrosas, quando se atribui a alguém um fato ofensivo a sua reputação. São essas situações que os docentes vivenciam diariamente, não só partindo dos alunos, mas também dos próprios pais e até de todos os que o cercam no seu ambiente de trabalho.

Esse tipo de violência pode gerar danos irreversíveis para a vida do professor causando problemas emocionais, diminuição da autoestima, depressão, incapacidade de desenvolver suas atividades profissionais. E quando não causa danos irreversíveis, deixa sequelas como diminuição do desempenho profissional, insegurança.

Outro tipo de violência vivida pelos professores é a violência verbal que é uma agressão sem o uso da força, mas que também fere. Esse tipo de violência ocorre quando a vítima é insultada, xingada, criticada ou humilhada no seu trabalho. E com os professores não é diferente. Muitas vezes trazem como consequência a falta de vontade de exercer a sua função, e a baixa autoestima, pois não conseguem desenvolver suas atividades como deveriam, diante de tantas críticas e reclamações se sentem humilhados e diminuídos. Sendo assim como todos os outros tipos de violência, a violência verbal pode sim causar danos psicológicos irreversíveis, podendo ter como consequência o afastamento permanente do professor.

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