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ALFABETIZAÇÃO TECNOLÓGICA DO PROFESSOR: ABORDANDO A MELHORIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM

Por:   •  20/5/2017  •  Artigo  •  5.053 Palavras (21 Páginas)  •  435 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO TECNOLOGICA DO PROFESSOR: ABORDANDO A MELHORIA DO ENSINO E APRENDIZAGEM

Rafael Alves Paim*

Universidade do Estado da Bahia - UNEB

RESUMO

Esse trabalho apresenta uma discussão relativamente nova para o campo educacional no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem. O estudo segue na perspectiva de relacionar o professor em sala de aula, sendo este professor oriundo de “gerações passadas”1, as quais não podem ser entendidas apenas com referência ao tempo, com o conceito de “alfabetização tecnológica”2, e levar a uma reflexão para prática docente mais assertiva, haja vista a rapidez com que as tecnologias da informação e comunicação se desenvolvem e como os sujeitos sociais das novas gerações se apropriam delas rapidamente.

Palavras-chave: tecnologia. educação. gerações contemporâneas.

INTRODUÇÃO

O mundo se tornou uma imensa rede global, onde as tecnologias estão à disposição da humanidade, alterando o ambiente, as relações sociais, a cultura, o espaço. Nessa rede global existe uma busca constante por soluções rápidas e inovadoras, seja em âmbitos empresariais, escolares, etc. Observando a naturalidade com que os jovens alunos, que já nascem com as tecnologias pertencentes à sua época, lidam com elas e os comparando com os professores que tiveram que se adaptar as mesmas tecnologias que estão vindo à tona desde a década de 80, e indo mais adiante, olhando para o ambiente acadêmico, para os docentes que formam os futuros profissionais, é importante entender se as soluções inovadoras, que são um dos objetivos das tecnologias, estão surgindo no ambiente acadêmico como forma de aumentar os ganhos da relação ensino-aprendizagem, e como consequência também entender como os professores do ensino superior, tendo o domínio das recentes tecnologias, podem trabalhar de forma a potencializar os ganhos na relação ensino-aprendizagem.

1 DAS TÉCNICAS AS TECNOLOGIAS: INFLUÊNCIAS NA VIDA DO HOMEM

1.1 Tecnologias o que é isso afinal?

Quando surgem os primeiros instrumentos primitivos há 2,6 milhões de anos, esses instrumentos causam mudanças no sistema. O sistema não podia mais se recuperar totalmente, não era uma mudança cíclica, mas uma mudança cumulativa e sequencial. Os instrumentos alteravam o ambiente, libertavam os seus usuários dos processos naturais. Esses instrumentos eram fonte de mudanças. Desencadeavam sequências de alterações, “mudavam com seus instrumentos, alteravam também radicalmente nossa percepção desse mesmo mundo” (BURKE e ORNSTEIN, 2010, p.31). Quanto mais esses instrumentos eram utilizados mais se percebia a necessidade de novas produções, alterando a estrutura da comunidade, aumentando a capacidade do cérebro, de construir cenários, de teorizar produtos perante a prática.

Porém, enquanto um grupo produzia os instrumentos que geravam as mudanças, outros grupos apenas assistiam participando como sujeitos passivos, fazendo uso desses instrumentos com deslumbrância e encantamento, mas com poucos questionamentos. Os novos instrumentos permitiam crescimento, otimização, controle, fixação de moradia. Como a mudança era contínua, também houve alteração de direitos individuais e também se podia ter maior controle da comunidade. Uma tecnologia levava a outra e a população fazia uso contínuo destas. Todavia, o conhecimento que daria o fio de vantagem, que tornaria o ser crítico, que permitiria analisar o uso dessas tecnologias para atingir objetivos coletivos bem direcionados, esse conhecimento era fechado para a maioria dessa população.

Burke e Ornstein (2010) fazem a reflexão acima, se baseando nos primórdios do homem e mostram como as tecnologias alteram tudo a sua volta. Eles afirmam que o uso da tecnologia sem o conhecimento do saber crítico relativo a mesma, pode responder o porquê das dificuldades da sociedade atual. A sociedade atual estaria impactada devido a demora de entendimento da lição: causa e efeito.

Corrêa (2006) traz contribuições para definição do atributo “novas tecnologias” e “antigas tecnologias”, mostrando também “como” fazer essa divisão. A posição na linha temporal de produção do artefato originado pela tecnologia não é o que dará o atributo de velho ou novo, tampouco a época em que estará se fazendo uso do artefato. Essa relação é definida pelo resultado causado. O que separa as novas tecnologias das antigas tecnologias é a consequência, é a mudança que ela causa nas relações dos sujeitos envolvidos na utilização, a sua relevância.

Sampaio e Leite (2010) fazem um trabalho de catalogação de conceitos. Elas discutem os possíveis usos das tecnologias relatando a visão de diversos autores e estudiosos da área, mostrando a relação entre tecnologias e o homem, escola, sociedade. Dentre os autores que elas trazem, e que tratam da discussão das tecnologias da informação (Tic), é possível destacar em breve síntese:

Marcuse em 1967 defendia superação para o que parecia ser o momento em que as tecnologias dominavam o homem, com caráter desumano. Ferkis em 1972 aponta que as tecnologias sozinhas não podem acabar com as desigualdades sociais consequentes do capitalismo, ressaltando a necessidade do homem dominar as tecnologias e não o contrário. Morais em 1978 mostra preocupação com a desigualdade de distribuição que os benefícios das tecnologias trazem, ressaltando a necessidade da reflexão crítica. Fromm em 1984 chama atenção à necessidade das tecnologias serem postas a serviço da humanidade e não ao grupo da elite. Silva J. em 1992 destaca a máquina realizando trabalhos que anteriormente eram exclusivos do homem. Parente em 1993 amplia a discussão e descreve tecnologias como produtoras e produtos da subjetividade humana. Borheim em 1995 fala sobre a robotização do homem, afirmando existir a pedagogia da máquina. Como é possível constatar, a tecnologia e sua utilização ao longo dos tempos levantam pensamentos opostos que apontam preocupação com o resultado dessas tecnologias na sociedade.

A discussão que tenta entender a tecnologia acaba suscitando questionamentos sobre possíveis “impactos” que estas possam causar. Lévy (2000) afirma que metaforizar “tecnologias” e “impactos” é inadequado. O autor não concorda com “impactos das tecnologias na sociedade”, pois tecnologia seria o produto da sociedade e cultura, aliado a técnica ou técnicas. Não podendo se falar de apenas

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