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AS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Por:   •  2/5/2018  •  Artigo  •  9.121 Palavras (37 Páginas)  •  292 Visualizações

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AS CONSEQUÊNCIAS  DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Sônia Cristina Rodrigues Ferreira[1]

Resumo: O presente trabalho tem como tema o bullying, uma violência crescente nas escolas do Brasil, ou para ser mais preciso em todo o mundo. O objetivo deste estudo é analisar as causas que levam os adolescentes e jovens no período escolar a cometer tal ato, segundo as pesquisas realizadas, a violência dentro das escolas são reflexos do contexto familiar e social que estão inseridos, outro fator não menos importante, são as consequências sobre as vítimas da violência, onde se descreverá um pouco da discussão das consequências. A primeira seção conta um breve histórico da sociedade capitalista como reprodutora de desigualdade, a segunda fala da família subalternizada, a terceira entra na questão da escola como reprodutora desse fenômeno que é entendido como bullying e para fechar a entrevista com professores e gestores que atuam na rede municipal nas escolas de Cabo Frio que, se deparam com a violência escolar. O instrumento de pesquisa de campo foi utilizado questionário com seis perguntas abertas.

Palavras-chave: Bullying; Violência; Capitalismo; Escola.

Introdução

Muito se tem discutido recentemente acerca do bullying nas escolas. O bullying é uma palavra inglesa que, se refere a abusos psicológicos, sociais ou físicos, realizados pelos ditos “valentões”. A pesquisa iniciou-se acerca de 10 anos atrás na Europa, mais precisamente na Noruega, quando se descobriu que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes, sem receber atenção da escola ou dos pais, era então onde os jovens recorriam a medidas drásticas (ASSIS, 2010).

O bullying é aparentemente um assunto novo, mas o que se analisa na realidade cotidiana é que, mesmo sendo um assunto novo em meio à mídia, a prática é centenária; no meio da sociedade. Um fato interessante é que, essa violência se faz presente em meio a humanidade; o bullying independe do contexto histórico; a dúvida fica com a pergunta: se a violência se faz presente nas escolas e nas escolas não são tão recentes assim; quem nunca foi vítima de bullying? Apelidos, brincadeiras de mau gosto, violência sem limites que, machuca fisicamente ou podem deixar marcas psicológicas que, podem gerar graves transtornos à vítima (ASSIS, 2010).

De acordo com as pesquisas realizadas, entende-se que, a violência nas escolas tem em seu princípio a base de toda essa questão que, acaba tendo um efeito “cascata” que, em primeiro lugar o capitalismo gerando a desigualdade social que, afeta consequentemente a sociedade chegando às famílias e refletindo nas escolas que, é parte da sociedade, e toda a vivência dos alunos são transferidas para dentro dela. A violência chega com os jovens dentro das salas de aula, mostrando a fragilidade familiar, a qual está inserida.  Estes jovens reproduzem seu cotidiano; não se pode esquecer que, antes desta criança ou adolescente chegar à escola, seu primeiro convívio se dá na família e depois em sociedade. Na fala dos professores da rede pública de ensino que, trabalham em escolas de comunidades que, foram entrevistados, reforçam as pesquisas bibliográficas sobre o bullying no meio escolar. O presente artigo utilizará a metodologia de pesquisa quantitativa como confronto dos dados, os quais mostram os textos que descrevem a importância e a evolução das práticas educacionais utilizadas para o combate da violência escolar A pesquisa de campo será realizada em 02 escolas públicas.

Analisam-se as causas e consequências do bullying na vida da criança e dos adolescentes. Busca conhecer com esta pesquisa o universo em que eles vivem; o mundo da violência. Esta pesquisa será realizada através da metodologia de análise bibliográfica e estudo da realidade. A primeira seção conta um breve histórico da sociedade capitalista como reprodutora de desigualdade, a segunda fala da família subalternizada, a terceira entra na questão da escola como reprodutora desse fenômeno que é entendido como bullying e para fechar a entrevista com professores e gestores que atuam na rede municipal nas escolas de Cabo Frio que, se deparam com a violência escolar. O instrumento de pesquisa de campo foi utilizado questionário com seis perguntas abertas.

1. A sociedade capitalista como reprodutora de desigualdade social.

Subentende-se que, o capitalismo é a acumulação de bens e valores, foi à transição do modelo artesanal para um novo modelo de trabalho. A inclusão de máquinas a princípio o que, posteriormente desencadeou o acúmulo do grande capital, contribuindo para a exclusão de pertencimento de bens. Segundo Ianni (1966, p. 12); “É durante a segunda metade do século XIX que a sociedade brasileira, profundamente marcada por relações coloniais (com Portugal e, depois com a Inglaterra), começa a sofrer a diferenciação interna que caracterizará a sua relativa autonomia e singularidade”.

Neste contexto, estava vivendo-se uma época de transição, onde findava o regime escravocrata e um novo modelo de mão de obra estava surgindo; a mão de obra assalariada. Com a chegada dos imigrantes delineava um novo contexto histórico social.

[...] a expansão e o predomínio da cafeicultura; a imigração europeia para a zona cafeeira e os centros urbanos mais importantes; a colonização das regiões despovoadas ou com baixa densidade demográfica; o florescimento da borracha, provocando o fluxo de nordestinos para Amazônia; os primórdios da industrialização; a abolição da escravatura; a Proclamação da República (IANNI, ibid, p. 13).

Mediante tal fato houve um grande salto da economia interna, começaram a surgir novas formas de produções, de trabalhos e qualidade de vida, sendo o pais marcado por uma mudança significativa na organização social daquele momento, novos grupos surgiram e se expandiram, aparecendo neste contexto grupos ainda á época não identificados. Porém que, detinham o capital, aparecendo a partir daí a influência dos elitistas. Conforme Ianni (1966, p. 27); “A expansão econômica faz-se acompanhar, pois de uma diferenciação crescente do sistema econômico social. A segunda metade do século XIX assinala o movimento de maior transformação econômica histórica brasileira”.

O desenvolvimento econômico e acumulação do capital para Ianni (1966, p. 27); “surge após 1950, onde se percebe o grande “boom” do capital, diversificando-se em muitas áreas, no entanto, para aquele momento era um salto significativo, comparando-se à realidade deixada para trás, onde os pais eram dependentes de vínculos econômicos externos”.

Percebe-se dentro deste contexto que, o capitalismo surgia, com ele nascia uma classe diferenciada que, naquela época já era chamada de elite, entendendo-se com grande clareza que, se tratava de outra realidade dentro da sociedade; dividia-se em elite e classe subalternizada. “À medida que um sistema social progride, criam-se e multiplicam-se as carências. Ao mesmo tempo em que, o progresso implica uma acumulação de riqueza e a elevação do nível de vida (para certos grupos sociais), o desenvolvimento gera tensão e novas necessidades” (IANNI, 1966, p. 28).

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