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AVALIAÇÃO: TRILHANDO NOVOS CAMINHOS PARA APRENDIZAGEM

Por:   •  7/1/2016  •  Artigo  •  4.502 Palavras (19 Páginas)  •  443 Visualizações

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AVALIAÇÃO: TRILHANDO NOVOS CAMINHOS PARA A APRENDIZAGEM

Anica Elinei Gonçalves Laurindo[1]

Jóice Sabrina de Souza[2]

Adriana Maria Corsi[3]

RESUMO

O presente artigo tem como principal objetivo identificar e analisar as concepções de avaliação de alunos e professores. A metodologia adotada envolveu uma pesquisa de campo realizada em uma escola particular filantrópica, no interior do estado de São Paulo, com duas salas do Ensino Fundamental. Os professores foram entrevistados a respeito de como é realizada a prática avaliativa em sala de aula e o desempenho de seus alunos. Os alunos responderam a um questionário e em seguida fizeram um desenho representando seus sentimentos perante as provas. No início, apresentamos uma discussão com base em estudos sobre avaliação, destacando especialmente a avaliação mediadora proposta por Hoffmann. Em seguida são apresentados os dados coletados na escola e as análises finais do estudo, destacando que um dos sentimentos mais presentes no processo de avaliação é o medo.  Esse sentimento foi revelado pelos alunos tanto nos questionários, como nos desenhos.

Palavras-chave: Educação. Avaliação. Ensino-Aprendizagem.

Introdução

Na atualidade, ainda nos deparamos com alunos do ensino fundamental ansiosos e temerosos perante as avaliações, encarando-as com receio e repulsa. Muitos passaram por essa ansiedade e expectativa momentos antes da prova durante a infância, a prática avaliativa seguia o modelo tradicional nesta época.

Ainda hoje a avaliação apresenta características desse modelo tradicional, no qual os alunos devem mostrar tudo o que puderam reter das aulas e os professores utilizam a nota somente para classificar os alunos.

O presente artigo tem por base a reflexão da avaliação mediadora nos dias atuais, a explicitação e definição da avaliação em vários segmentos, as suas funções e modalidades segundo o modelo de Regina Haydt, e o melhor caminho a ser seguido para uma aprendizagem de qualidade, embasado nos estudos realizados por Hoffmann.

Neste artigo, apresentamos os resultados de pesquisa que teve como objetivo identificar e analisar as concepções de avaliação de alunos e professores. Buscamos conhecer os sentimentos dos alunos quanto ao processo de avaliação na escola e, também, a compreensão dos professores sobre este processo.

Após um levantamento e estudo teórico sobre o tema, foi realizado um estudo de campo. Foram coletados dados em duas salas de aula do Ensino Fundamental, em uma escola filantrópica do interior do Estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de questionários e desenhos produzidos pelos alunos e questionários respondidos pelos professores destas salas. No total, vinte e dois alunos e duas professoras participaram da pesquisa.

Foram quantificadas as respostas dadas pelos alunos referentes à avaliação e os desenhos foram organizados de acordo com os temas sugeridos pela representação dos alunos. As respostas das professoras forma analisadas como parte do conjunto dos dados de cada sala.

Breve histórico da Avaliação Escolar

Para falar sobre a avaliação da aprendizagem, primeiro precisamos contextualizar a história da Educação no Brasil, esta se iniciou com a chegada dos padres jesuítas durante o período de 1549 a 1759, pregando aos índios. Os jesuítas foram os principais educadores no Brasil, estes não trouxeram apenas a moral, os costumes e a religiosidade europeia, mas também os métodos pedagógicos, conforme estudos de Bello (2001).

Na pedagogia jesuíta, predominava os exercícios de gramatica, filosofia, memorização e leitura de textos, juntamente com a educação indígena e a catequese.

Nesta época, a educação não tinha um valor social importante. Basta ver que, enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em 1551, a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo. (BELLO, 2001).

Em 08 de Janeiro de 1599, foi promulgado um documento escrito pelos jesuítas integrantes da Companhia de Jesus, relatando seus métodos pedagógicos, a fim de orientar para organização administrativa e pedagógica dos seus colégios, denominado Radio Studorium, a sua IV parte é dedicada a Educação, neste continham entre outras orientações, regras pedagógicas, algumas que utilizamos até os dias atuais.

O Ratio Studiorum, “expressa o modelo ideal de formação, de educação dos estudantes nos colégios e universidades” (Costa, 2004, p. 225), e carrega o caráter histórico da sociedade de Jesus. Para Miranda (2009, p. 41), este documento serve para que entendamos a dita Primeira Educação no Brasil.

Algumas das regras contidas no Ratio Stodurium, segundo Golz (2010), que os professores utilizam até hoje, são a dos alunos não poderem intervir durante a avaliação, sentar separados evitando colas e o tempo de aplicação da avaliação, não podendo haver acréscimos.

A avaliação começa a assumir uma forma mais estruturada depois do século XVIII, onde começaram a serem formadas as primeiras escolas modernas, os livros passaram a serem acessíveis a todos e criaram-se as bibliotecas. Nesta época devido à utilização de exames como forma de avaliação, esta ficou a associada à ideia de exames, de acordo com Bello (2001).

O termo “avaliação educacional” foi proposto primeiramente por Ralph Tyler em 1934 na mesma época em que surgiu a educação por objetivos, que tem como princípio formular objetivos e verificar se estes eram cumpridos.

Na década de 40, o termo avaliar era usado como sinônimo para medir, por conta dos testes utilizados para medir o conhecimento dos alunos, mas como o tempo esse termo foi apresentando suas limitações, pois nem todos os aspectos da avaliação podem ser medidos, segundo Haydt (2002).

Em 1960, a avaliação assumiu novas dimensões. A partir daí houve várias mudanças e influencias no campo da Avaliação. Podemos citar, entre essas mudanças, a pedagogia de Comenius, onde o uso dos exames era o ideal para que os alunos se esforçassem a tirar boas notas. Influencia essa usada também nos dias de hoje, de acordo com Golz (2010).

O que é avaliação?

Há várias definições para o termo avaliar. Comecemos pelo Aurélio, que define avaliação da seguinte maneira:

s.f. Ato de avaliar, seu efeito. / Cálculo do valor comercial de uma propriedade. &151; O valor comercial é o preço mais provável pelo qual uma propriedade pode ser comprada ou vendida por pessoas capazes. As avaliações são feitas por especialistas denominados avaliadores.

Para Luckesi (1986), a avaliação escolar é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.

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