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Alfabetizacao

Por:   •  13/9/2015  •  Resenha  •  9.112 Palavras (37 Páginas)  •  182 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

 

Tem  se falado muito em alfabetização nos últimos tempos, principalmente após divulgação das teorias sobre a construção da língua escrita de FERREIRO e  TEBEROSKY (1999), da psicogênese da língua escrita. Há também comparações entre a escrita na escola tradicional e numa visão  sócio-construtivista.

        A visão da aprendizagem da escrita na educação tradicional é apresentada por um breve histórico no primeiro capítulo. A detenção do saber centralizava-se na figura do professor, enquanto o aluno era visto como um ser passivo, apenas receptor do conhecimento. O processo da aquisição da escrita era totalmente, desvinculada da função social centrada em métodos técnicos, automáticos e sistemáticos, encontrados nas cartilhas, manual didático de grande valor para o professor e que dava  lhe segurança.

        A Alfabetização será o foco deste trabalho, abordando o significado do que é alfabetizar embasado nas teorias de PIAGET, VYGOTSKY, FERREIRO, TEBEROSKY,  WEISZ dentre outros autores, possibilitando o entendimento da construção da língua escrita numa visão contextualizada e significativa levando em consideração o que o aluno já sabe sobre a escrita, suas hipóteses, seus interesses centrados na interação com o mundo.

         Abordarei sobre a psicogênese da língua escrita de FERREIRO e TEBEROSKY (1999). Será feita uma pequena análise sobre as hipóteses das crianças frente à escrita, possibilitando reflexões positivas, apontando que é necessário entender os níveis da construção da escrita no processo da alfabetização em uma visão teórica e metodológica, para que a intervenção pedagógica se torne eficaz e coerente com a hipótese em que a criança esteja e assim possa avançar.

        O professor alfabetizador  deve ter claro que a escrita faz parte de um trabalho com a linguagem e assim como figura de mediação,  a sondagem  é um recurso que facilitará  ao professor saber em qual hipótese encontra-se seu aluno.

        A perspectiva de ensino- aprendizagem aqui colocada propõe um repensar mais consequentemente sobre a avaliação. Assim portanto, só é compreensível a avaliação que considere o processo de apropriação da linguagem do aluno. Avaliação não centrada no produto, mas no processo desenvolvido. No âmbito dessa situação, é que a ação avaliativa se orientará, analisando as conquistas realizadas pelo aluno, comparando suas produções e estratégias com aquelas que ele mesmo era capaz de fazer em momentos anteriores.

É importante  que o professor tenha registros que possam indicar a evolução da aprendizagem de cada aluno, sempre em relação ao seu próprio ponto de partida.

Por outro lado, ter o próprio aluno como ponto de partida não pode implicar o abandono deste ao próprio ritmo, uma vez que possibilita a aprendizagem, o avanço e o desenvolvimento do aluno.

        Formar cidadãos capazes de dominar a linguagem oral e escrita  com competência é um desafio que compromete não somente a área de Lìngua Portuguesa mas a escola em si.

Neste sentido, a definição dos conteúdos a serem ensinados nesta área passa pela reflexão sobre a função da escola e sobre o que significa ensinar a língua hoje. A linguagem desempenha um papel decisivo na construção do conhecimento, sendo o eixo articulador que pemeia a interação de todo processo educativo. O desenvolvimento da capacidade de uso da língua oral e escrita por todos os alunos possibilita a concretização dos objetivos da escola que pretende ser democrática e inclusiva.

Neste contexto, a tarefa central da dimensão pedagógica da escola se constitui na alfabetização. Alfabetização esta que  não deve ser entendida como aprendizagem das letras e mecânica da leitura, mas como um processo permanente de compreensão e produção de linguagens e sistemas de escrita.

A alfabetização, vista desta maneira, pressupõe a análise da prática pedagógica e a reflexão sobre este espaço educacional onde se dá o encontro entre alunos, usuários de uma língua que extrapola os limites da escola, e que buscam na conquista desta um instrumento para explicar e solucionar problemas, ou seja, um saber que possibilte a compreensão do mundo.

Qualquer ação educativa tem como objetivo a aprendizagem que se dá na convivência e nas relações com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, o que, por sua vez, é condição fundamental para desenvolver valores universais como respeito, igualdade de direitos, solidariedade e cooperação.

Educar e alfabetizar é um trabalho mobilizador e desafiante. É difícil e provocativo uma vez que não sabemos tudo o tempo todo, não queremos modelos, pois o paradigma posto é a diversidade e ao mesmo tempo a singularidade.

           Trabalhar a partir de uma representação da escola como um espaço de diversidade educativa exige aos professores um novo olhar, novos conhecimentos, novas práticas e muita coragem, porém precisamente nesse esforço de experimentação, de fracassos e de acertos, é que a alfabetização poderá ser efetivamente construída.

Dessa forma, trabalhar com a diversidade passou a ser o principal argumento para que a escola repense seus processos pedagógicos, estimulando que professores aperfeiçoem, atualizem e reestruturem as condições pedagógicas, pois as práticas em sala de aula devem ser orientadas para atividades que incentivem as relações interativas, os diferentes pontos de vista, as pesquisas e as experiências de reconhecimento e valorização da diferença.

Para garantir o aprendizado de todos, é necessário investir em atividades que estimulem a curiosidade, a significação do conhecimento, mobilizando o aluno a pensar, inventar, improvisar, fazer escolhas e alcançar seus objetivos.

Tendo por base o direito de todos a educação de qualidade e por entender que o processo de construção do conhecimento e referenciais éticos, por parte dos alunos, requer o respeito as suas características e a incorporação de sua identidade ao processo pedagógico tem buscado trabalhar no sentido da identificação das características dos alunos como condição da elaboração dos currículos e permitir que estes respondam as necessidades cognitivas e culturais,  estimulando a cada momento o surgimento de novos interesses e necessidades.

Tal processo exige por outro lado, que nos professores tenhamos elementos para uma reflexão teórica para que consequentemente ocorra uma transformação da prática.

Essa concepção me leva a concordar com as organizadoras do Livro “ Alfabetização e Letramento em sala de aula” , quando  afirmam que:

... o professor, consciente de que o acesso ao mundo da escrita é em grande parte responsabilidade da escola, conceba a alfabetização e o letramento como fenômenos complexos e perceba que são múltiplas as possibilidades de uso da leitura e escrita na sociedade.” ( 2009. p 15 ).

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