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Alfabetização Para Pessoa com Autismo

Por:   •  3/8/2020  •  Artigo  •  5.303 Palavras (22 Páginas)  •  145 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO PARA PESSOAS COM AUTISMO

Iane da Silva Moreira Bionês1

Danilo Martins Fontes2

Resumo

No Brasil estamos enfrentando uma grande dificuldade quando falamos de alfabetização com aluno com TEA, a falta de especialização dos profissionais e aceitação de familiares quanto à forma mais adequada de trabalho com cada indivíduo. Pois hoje nos deparamos com a dificuldade do professor em aprender e ensinar e qual o método de trabalho que devemos utilizar com o aluno TEA, qual o mais indicado pelos estudos científicos, tudo isso acaba sendo um ponto de interrogação, pois cada aluno é único e necessita de um ensinamento direcionado para seu desenvolvimento específico e por isso esse trabalho tem como objetivo compreender o processo de alfabetização com aluno com TEA

 

Palavra Chave: autismo; alfabetização; métodos

  1. Introdução

Para compreendermos o autismo hoje é necessário entender um pouco de sua trajetória desde seu surgimento até a atualidade. O autismo teve sua primeira descrição em 1943 pelo psiquiatra Leo Kanner em seu artigo “Autistic disturbances of affective contact", relatando o caso de crianças que apresentavam isolamento extremo, porem apresentavam inteligência com os objetos em sua volta, mas não apresenta reação com os estímulos externo

(LEO KANNER, 1943).

Em 1956, Kanner evidencia o “isolamento autísticos” que é a falta relações entre pessoas, relatando que a criança apresenta essa incapacidade desde o nascimento até 5 anos de vida. Por este motivo, ele descreve o ponto chave que foi à formação de um quadro clinico diferenciado das síndromes já existente. Levando assim a estruturação desses sintomas e descrevendo-o como Autismo, justificando o afastamento social que as crianças apresentavam (LABOYER, 1935).

Mas somente em 1961 o publico toma conhecimento sobre o autismo, em uma reportagem no “Womwn’s Hour”- BBC radio, por Helen Allison, onde vários pais começaram a identificar os mesmos sintomas descrito por ela, sendo assim em 1963 ocorreu à fundação da primeira associação do mundo a falar de autismo: National Austistic Society (MELLO et al., 2013)

 Mais tarde a sintomatologia foi organizada em uma tétrade, especialmente por Rutter (1978), Ornitz e Ritvo (1976), e no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. – III (1980).

  • Uma incapacidade de desenvolver relações sociais;
  • Um déficit no desenvolvimento da linguagem;
  • Respostas anormais ao meio ambiente, em particular,                     estereotipias gestuais e uma resistência à mudança.
  • O fato de que os sinais aparecem antes da idade de trinta meses. (LABOYER, 1935, p.11).

Levando assim uma maior compreensão desse transtorno e juntamente com mais trabalhos que foram direcionados ao autismo, influenciaram em 1980 o reconhecimento do autismo com Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TIDs, devido as varias partes afetadas no cérebro, no DSM-III e CID-10 (KLIN, 2006)

Porém em 2007 a Organização das Nações Unidas (ONU), percebe a importância em chamar a atenção para esse transtorno e institui dia 02 de ABRIL – “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”, abrindo assim as portas para comunicação entre pais, profissionais e todos que de uma maneira estão envolvidos, para assim uma maior conscientização e estudos para que ocorresse a desmistificação de dados que estavam sendo relatados sem estudos científicos.

Em 2013 é lançado DSM-V e com isso as subcategorias do autismo são eliminadas, passando assim ter um único diagnostico Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em 2014 estimou que o autismo fosse atingir 1% da população com um total de 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil.

  1. Autismo no Brasil 

 No Brasil já existia fundações que trabalhavam com autismo, mas somente em 1983, a AMA - Associação de Amigos do Autista foi registrada oficialmente. Com isso em 1984 fizemos o grande encontro de amigos autista, que foi um evento que levou nossa causa para mídia (MELLO et al., 2013).

Mas tarde em 1987 veio à grande tacada passamos em horário nacional na TV Globo, com uma chamada de 30 segundos, feita pelo ator Antonio Fagundes “Você sabe o que é autismo?”.

De acordo com Mello et al.(2013), em 1988, ocorre à fundação da Associação Brasileira de Autismo – ABRA, onde conseguimos mais participantes e a luta continuou em prol a conscientização sobre o Autismo.

Somente em 1994, pessoas com autismo foram reconhecidas pela Política Nacional de Educação Especial do Ministério da Educação - MEC.
            Em 2002, a Portaria 1635 do Ministério da Saúde (MS), garantindo o atendimento de pessoas com deficiência intelectual e Autismo (MELLO et al., 2013).

Quatro anos mais tarde, em 2006 a ABRA consegue a participação no Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), para assim continuar a luta para ampliar os direitos da pessoa com deficiência e autismo. (MELLO et al., 2013).

Em 2011 com as melhorias do Sistema Único de Saúde (SUS), conseguimos incluir elementos essências para a continuação do trabalho como: Centros de reabilitação; Protocolo para autismo; Centros de Referências e Residências Inclusivas.

Sendo promulgada em 2012, a Lei 12.764 que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA. Garantindo todos os atendimentos para pessoa com deficiência. (MELLO et al., 2013).

Ocorre em 2 de abril de 2013, a “Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo” teve sua versão preliminar publicada pela Área Técnica da Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde e” Linha de Cuidado para a atenção às pessoas com TEA e suas famílias na rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde" foi publicado pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas na mesma época. (MELLO et al., 2013).

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