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CURRÍCULO E CULTURA: O LUGAR DA CIÊNCIA

Por:   •  6/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  627 Palavras (3 Páginas)  •  175 Visualizações

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CULTURA E CURÍCULO

     As bases do que se compreende por “conhecimento” estão se modificando na modernidade, assim como as formas de legitimá-lo e os próprios fundamentos do que seria a verdade científica. A ciência é descritiva, baseado na experimentação e provas empíricas, pragmática e fundamentada na epistemologia para a legitimação até mesmo no âmbito das Ciências Sociais há modelos quantitativos e empíricos que estabeleçam sua legitimação.

     Segundo Lyotard (2000) “a ciência se constrói com base em um saber denotativo de maneira a se afastar das formas narrativas dos saberes do senso comum cotidiano” (154). Embora os saberes narrativos possuem suas regras, elas são mais brandas e não recorrem às provas ou argumentação, estes saberes são tratados como não- científicos, como meras ideologias, preceitos ou opinião. No entanto o saber científico, regularmente, recorre aos discursos narrativos, tanto para obter legitimação, como para se sustentar socialmente e garantir sua centralidade na vida contemporânea, esta que traz consigo o advento da mecânica quântica, grandes avanços tecnológicos, globalização, dentre outros fatores que geram uma ressignificação ao que conhecíamos como ciência.

     A concepção de ciência, na contemporaneidade, é: uma atividade social e cultural, interessada, que tem a pretensão de ser verdade, portanto as formas de provar da ciência passam a ser legitimas pela capacidade de atingir os desempenhos esperados, com base nas performances que é capaz de produzir. De acordo com Lyotard “...o conhecimento não é validado, bom, justo ou belo, mas por expressar um bom desempenho, eficiente, capaz de gerar uma produção e uma tecnologia (performatividade)” (p.156) .

      A relação entre currículo e conhecimento é bastante intenso e o debate sobre o currículo, por vezes pode se confundir com o debate sobre quais conhecimentos são mais válidos. Passa-se a questionar a centralidade do conhecimento acadêmico-científico, sendo este um fator de desigualdade econômicas e sociais, culminando a busca pela valorização dos saberes sociais e o empoderamento dos sujeitos nas práticas cotidianas, há, portanto, uma dicotomia entres saberes entres saberes dominantes e dominados.

    As discussões epistemológicas dão lugar à diversidade, contingência, identificação, discurso e texto, na discussão do debate curricular, há a aceitação de múltiplos saberes como válidos, sem que se estabeleça uma posição de superioridade do saber científico e nem do senso comum, sendo assim, passamos a tratar o currículo como cultura, redefinindo as relações entre ciência e currículo.

     Na teoria curricular a seleção dos conhecimentos válidos baseia-se na concepção de que a cultura é um repertório de significados diversos, e a colonização Europeia é a responsável pela hegemonia dessa superioridade do saber científico em detrimento de outros saberes, advindos das culturas dos colonizados.

     A cultura científica visa explicar o mundo, por meio da deslegitimição das possibilidades já existentes e evitando o surgimento de novas, como o exemplo da colonização das américas e a canonização ou extermínio de nativos. Era preciso nomear, traduzir, deduzir, rotular o desconhecido, estancando o fluxo incontrolável da diferença.

     Na modernidade, no entanto, a diversidade cultural se sobressaiu os saberes científicos, e não foi excluída, há uma pluralização de sistemas de significação. Embora o senso comum, cultura nativas, religião, saberes populares e artes não tenham legitimidade científica, ainda sim são culturalmente enraizados.

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