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Gestão Escolar

Por:   •  13/2/2017  •  Artigo  •  4.600 Palavras (19 Páginas)  •  246 Visualizações

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[1]MEDIAÇÃO: MÉTODO PARA A GESTÃO DE CONFLITOS NA ESCOLA ¹

ELAINE CRISTINA DE OLIVEIRA SOUZA ²

ELLEN BEATRIZ DE OLIVEIRA ³

SHEILA APARECIDA FRANQUITO 4

RESUMO

        Nas escolas podem ocorrer diversas modalidades de conflitos, chegando, inclusive, a gerar atos violentos. A partir disso, que o presente artigo tem como finalidade apresentar a mediação como um tipo de método eficaz para os educadores e todos os outros profissionais envolvidos na organização escolar, que tem como fim a gestão pacífica e alternativa do conflito gerado na escola, entendendo o conflito como um fenômeno comum e não necessariamente negativo, e sim, dependente das partes e da forma de ser resolvido.

PALAVRAS-CHAVE: Escola. Conflitos. Profissionais da educação.

1 INTRODUÇÃO

        A mediação escolar exercida pelo professor baseia-se em ampliar a cultura do ser humano, com o objetivo de que possa influenciar criticamente em sua realidade e, na vivência com o outro, pensar e transformar seu dia a dia. Essa relação social no desenvolvimento humano, constantemente mediada pelo educador, será responsável pela formação do pensamente e integrará a humanização dos envolvidos no processo.

Atualmente, nota-se a necessidade de trabalhar sobre novas estratégias educativas que atendam a crescente demanda de conflitos na convivência escolar. Os inúmeros estudos e notícias vinculadas na imprensa são reflexos da carência de uma educação baseada na paz, da ausência de padrões para resolução adequada da desavença, e em muitas ocasiões, do fenômeno social dos conflitos escolares não solucionados e/ou levado aos extremos de índole dramática. Quando isso acontece, é imprescindível que sejam adotadas atitudes para que essa situação conflituosa não se prejudique tornando-se um ato de violência. A esse aspecto Ortega, (2002:143), assegura que

O conflito surge em toda situação social em que se dividem espaços, atividades, regras e sistemas de poder e a escola obrigatória é um deles. Um conflito não é precisamente um fenômeno da violência, embora, em muitas ocasiões, quando não abordado de forma adequada, pode chegar a deteriorar o clima de convivência pacífica e gerar uma violência multiforme na qual é difícil reconhecer a origem e a natureza do problema.  

        Na presença de conflitos é preciso que a escola aprimore ações preventivas e conciliadoras com o objetivo de tornar as relações e a atmosfera escolar harmoniosa, por meio do diálogo e da mediação dos conflitos. Assim a mediação de conflitos na escola se mostra como uma ideia de pacificação, disponibilizando aos indivíduos envolvidos no conflito a oportunidade de solucioná-lo ou, pelo menos, amenizá-lo por meio de auxílio de especialistas.

A influencia da mediação pode ser situada em três características no mundo de hoje: isolamento, impaciência e a falta de instancias conciliadoras. Atualmente, ninguém tem tempo sobrando e esta correria resulta na impaciência em ouvir o outro.

Hoje, a mediação é uma ferramenta empregada em diferentes áreas, desde a familiar, legal, comunitário, trabalhista ou da comunidade, mas, acima de tudo, destaca por sua grande incidência no campo escolar. Baseia-se na necessidade de proporcionar condições que possibilitem a aprendizagem práticas para vida, definidas como aquelas competências ou habilidades que permitem encarar de forma positiva e construtiva os desafios da vida cotidiana. É válido destacar as indicações de Boqué (2009), que o bem-estar emocional afeta diretamente nas condições de aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo e vice-versa, o prazer de aprender melhora a aoutoestima e o auto-conceito que, por sua vez, abrem as portas para uma sociabilidade saudável.

A mediação, portanto, apresenta-se como uma ferramenta eficaz para lidar, de forma pacífica e resolutiva, nos conflitos diários que aparecem no ambiente escolar. Como sua educação precoce pode afetar o estilo de vida do indivíduo, deve se capacitar as pessoas através de suas técnicas de ensino para: empatia, ouvir a outra pessoa, descobrir interesses e necessidades próprias e do outro, explicar as necessidades, sem violar a outra pessoa e incentivar a criatividade para a resolução de conflitos. Neste sentido, é urgente o ensino de mediação nas escolas, pois como explica Marina (2001:20): a educação é concebida como um projeto ético no qual “não é suficiente fazer o aluno construir conhecimentos, também devem construir bom humor e bons hábitos comportamentais”.

REFERENCIAL TEÓRICO

A mediação mostra-se como um andamento espontâneo e reservado em que um outro, imparcial, auxilia dois ou mais indivíduos em conflitos a encontrar uma solução reciprocamente aceitável ao seu problema. Entende-se que o conflito como uma resistência de interesses, podendo ser inevitável, mas com uma ação intencional de intervenção pode-se antecipar, conduzir e administrar.

Ortega, (2002:147), defende que:

A mediação é a intervenção, profissional ou profissionalizada, de um terceiro – um especialista – no conflito travado entre duas partes que não alcançam, por si mesmas, um acordo nos aspectos mínimos necessários para restaurarem uma comunicação, um diálogo que, é necessário para ambas (...) com o reconhecimento da responsabilidade individual de cada um no conflito e o acordo sobre como agir para eliminar a situação de crise com o menor custo de prejuízo psicológico, social ou moral para ambos os protagonistas e suas repercussões em relação a terceiros envolvidos.

        A partir daí, a função do mediador afigura-se como uma ferramenta favorável à conversa com discussão bem preparada e socialização de ideias e equilíbrio entre as partes envolvidas. Deste modo, o mediador não deve tomar partido e favorecer a comunicação entre os envolvidos no momento da crise, com a intenção de amenizá-la. É importante frisar que ele é apenas facilitador e organizador da tomada de decisões, compromisso único dos envolvidos no conflito.

        O conflito não é um fenômeno simples. Pelo contrário, é complexo, pois embora possa ser revelado de uma forma pura, geralmente se compões de uma combinação de fatores que, por sua vez, geram outros conflitos. Depende da escolha da melhor forma para resolver o problema, à medida que se afastam da percepção de nocividade do conflito, porque, às vezes, apresenta-se a oportunidade para aprender e melhorar uma situação problemática. Entende-se então, que o conflito não tem o porquê de significar o caos em nenhum sentido, pelo contrário, uma oportunidade de aprendizagem, maturidade e aperfeiçoamento pessoal.

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