O Espaço Escolar

Para um melhor entendimento sobre o tema “Escola como espaço geográfico”, temos que trazer a categoria espaço para essa discussão e assim trazer o que foi visto nesse primeiro mês de estágio. A análise de qualquer espaço precisa ser realizada analisando o movimento do mesmo, já que o espaço é dinâmico e deve ser interpretado. Então devemos estudar a produção do espaço escolar enquanto espaço de aprendizagem, e os usos e contra-usos desses espaços (FARIA, 2014).

Santos (1994) traz que:

O espaço contém o movimento. Por isso, paisagem e espaço são um par dialético. Complementam-se e se opõem. Um esforço analítico impõe que os separemos como categorias diferentes, se não queremos correr o risco de não reconhecer o movimento da sociedade. (SANTOS, 1994, p. 72)

A escola, entretanto, não é um todo homogêneo. Cada espaço de suas dependências, tais como as salas de aula, as quadras, os pátios, entre outros, têm uma diferente configuração de organização e produção do espaço que se dão de acordo com os interesses daqueles que os frequentam (FARIA, 2014). Essa observação traz muito do que venho pautar, nesse texto, principalmente, na diferença de espaço entre os anos escolares.

Segundo Milton Santos (2002, p.64) “O espaço é entendido como um conjunto de sistemas de objetos e de sistemas de ações“. E, de tal modo, no espaço se agrupam materialidade e ação humana. Com um viés dialético o espaço traz para a sua discussão a categoria do territorial. Sendo assim Santos (1994, p. 78) já dizia que o território “[...] significa objetos, ações e a constituição de redes, podendo ser compreendido como sinônimo de espaço geográfico socialmente organizado [...]”.

Como meio de observação, pude observar dois meios totalmente diferentes de espaço escolar, o recreio dos alunos do ensino fundamental e os alunos do ensino médio, Faria (2014) já coloca que “os alunos por excelência são os agentes produtores desse espaço, são eles que vão apropriar, transformar os usos e as funções a partir de suas relações sociais”. Isso ficou bem distinto nas minhas observações.

Nos intervalos de aula e nos recreios do ensino médio, se vê uma apropriação do espaço escolar bem nítido, alunos do 3º ano do ensino médio ficam na entrada do prédio conversando e se apropriando daquele espaço, e para que esse espaço seja destacado, a função de território tem que estar junto, entender que eles criam aquele local como um ponto de encontro e discussão e que vai muito além da escola, em que temas como política entram na discussão desse meio.

Entretanto as turmas do ensino fundamental 2, não se vê tanta essa apropriação do espaço escolar, foi visto uma ação escolar em que eles nos intervalos fiquem mais dentro de sala e que no recreio, eles criem uma maior identidade com o espaço da cantina e criem lá um local bem fixo deles durante o recreio.

Mais o que podemos colocar que esses alunos criam seu território principalmente em sala de aula, em que os alunos se dividem dentro de sala em certos territórios bem fixos e que são plenamente modificados pela ação dos professores, o mapa de sala é um grande fator de fixação de território em sala de aula, alunos tentam criam suas relações a partir do local em que estão sentados, se eles mudam algumas relações tende acompanhar, como uma sala de aula não se tem divisões entre as carteiras, as relações podem ir desde do aluno da última carteira até a alunos da primeira.