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O LÚDICO NA ESCOLA: Jogar, brincar e facilitar a aprendizagem

Por:   •  16/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  4.151 Palavras (17 Páginas)  •  141 Visualizações

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O LÚDICO NA ESCOLA: jogar, brincar e facilitar a aprendizagem.1

RESUMO

O professor precisa conhecer o perfil de seus alunos, suas possibilidades e peculiaridades, seus interesses e motivações, acreditar que a criança é um ser competente e inteligente. Observando as crianças pode-se entender suas preferências e os processos que realmente levam os alunos a construírem seus conceitos, valores e atitudes que lhes permitem o verdadeiro crescimento. O objetivo deste trabalho foi compreender o papel do lúdico no processo de ensino e aprendizagem e as implicações na formação docente. Os resultados alcançados com a intervenção na sala de aula demonstraram que a utilização do lúdico como estratégia de aprendizagem é um excelente meio para que o professor obtenha sucesso no ensino, bem como pode lhe trazer experiências que ficarão consolidadas em sua formação docente. Para tal propósito como metodologia foi utilizada a pesquisa-ação, considerando que esta trata-se de uma possibilidade importante de pesquisa que associa pesquisadores e atores em uma mesma estratégia de ação para modificar uma dada situação identificada.

Palavras-chave: Lúdico. Ensino e Aprendizagem. Pesquisa Ação.

 INTRODUÇÃO

A escolha do tema em questão se deve ao fato de que as vivências lúdicas podem se transformar numa excelente estratégia de ensino e aprendizagem nos diferentes estágios de desenvolvimento dos alunos. Nessa ótica, o lúdico foi o tema apresentado como uma proposta de estratégia pedagógica a ser desenvolvida nas etapas de Educação Infantil e Anos Iniciais.

Podemos entender assim, que o lúdico estará levando a criança a fazer mais assimilações, isto é, novas descobertas, novos dados na aprendizagem, enquanto que os adultos por sua maior vivência estarão acomodando-os para em seguida apreender.

 A concepção construtivista, tanto genética de Piaget quanto social de Vygotsky possibilita que o lúdico propicie situações de aprendizagem, pois, na gênese social da consciência humana defendida por Vygotsky o desenvolvimento humano se dá em dois [1]níveis: o conjunto de atividades que a criança consegue resolver sozinha e no segundo, a criança não consegue realizar sozinha, mas que, com a ajuda de alguém  ela consegue resolver. É desta maneira que o lúdico por meio dos jogos e brincadeiras irá possibilitar a fantasia e a imaginação inserindo a criança em seu meio social.

 Piaget fala da aprendizagem do sujeito com o objeto, isto é, destaca em sua teoria que ele vai aprender quando mobiliza, age sobre esses objetos. Portanto, fala de uma aprendizagem ativa, ou seja, quando joga, brinca, ouve uma história, tem possibilidade de agir, pensar, envolver-se com estas situações e desafios cognitivos. Já Vygotsky vai enfatizar que é do meio cultural, social que são os mais importantes pois, segundo ele, o sujeito sozinho, sem a mediação do outro não pode aprender. Percebe-se assim, que apesar das ênfases distintas de ambas as concepções isto não nos impede de aproximá-las quando estamos discutindo o papel do lúdico como estratégia de ensino.

Consideramos, portanto, desafiador um trabalho com lúdico que pudesse despertar o interesse e a motivação para aprendizagem dos sujeitos em diversas etapas educacionais, de forma que desenvolvesse a cognição, a atenção e concentração, a ansiedade, a coordenação motora, a criatividade e a memória. Desta forma, o objetivo principal deste trabalho é compreender o papel do lúdico na aprendizagem e as implicações na formação de sujeitos.

Apesar de tantas discussões em torno da educação atualmente, colocando-a novamente como saída para alavancar o progresso do país, muitas tentativas, mudanças, inovações vêm sendo realizadas, mas o que vemos como resultado nas avaliações em nível nacional é um fraco desempenho dos alunos, professores e instituições escolares.

Para tal propósito como metodologia, utilizei a pesquisa-ação, considerando que ela é uma possibilidade importante de pesquisa que associa pesquisadores e atores em uma mesma estratégia de ação para modificar uma dada situação identificada. Para Goldemberg (2004, p. 79):

 

A pesquisa científica requer flexibilidade, capacidade de observação e de interação com os pesquisados. Seus instrumentos devem ser corrigidos e adaptados durante todo o processo de trabalho, visando os objetivos da pesquisa.

Um dos principais pressupostos em eleger essa metodologia consiste em proporcionar a nós alunos/pesquisadores os meios de nos tornarmos capazes de responder com eficiência aos problemas evidenciados no contexto educativo, concatenando a teoria aprendida com a realidade da prática vivida no espaço da sala de aula, formando-nos constantemente e com qualidade. Todos ganham com esse processo de aprendência.  

Para tanto, na aplicação deste processo de ação com pesquisa, os princípios foram articulados durante a prática na sala de aula, quando no andamento das observações, percebi a dificuldade no processo de ensino aprendizagem dos sujeitos inseridos no contexto escolar.

Assim, no transcorrer desse trabalho trarei as experiências vivenciadas nas salas de aula da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, discutindo sobre a importância de utilizarmos o lúdico como estratégia de ensino aprendizagem.

2 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Com base na proposta Piagetiana, a Educação Infantil oferece um campo ideal para a aplicação da estratégia lúdica, em função de que é um período em que as crianças estão na fase de desenvolvimento sensório motor e pré-operatório e se caracteriza pela experimentação do mundo ao seu redor através das ações corporais. “Em sua origem sensório-motora, o jogo é para ela pura assimilação do real ao “eu” e caracteriza as manifestações de seu desenvolvimento”. A fase pré-operatória, que acontece entre dois e sete anos, sendo que entre dois e quatro anos, “É a fase do egocentrismo, na qual elas são o centro de tudo e tudo se volta para o seu eu, [...] os jogos com regras não funcionam”. Porém, entre quatro e sete anos, [...] “Os jogos passam a ter uma seriedade absoluta na vida das crianças e um sentido funcional e utilitário” (PIAGET apud ALMEIDA, 1974, p.47).

Observa-se que as crianças da fase pré-operacional adoram rasgar, pegar no lápis, encaixar objetos nos lugares, montar e desmontar objetos, brincar de casinha, motorista, cavalo-de-pau, dança, faz de conta, imitam tudo e todos. As atividades como o canto, exercícios físicos, contação de histórias, montagens, encaixes, contato com as letras, adivinhações são indispensáveis para o desenvolvimento.

Podemos acrescentar, como docentes em formação na experiência da Educação Infantil, que na interação com as crianças o professor precisa penetrar no mundo da fantasia infantil para compreendê-la no seu processo de desenvolvimento. Na afirmação de Nóvoa (1999), é na prática e na interação que repensamos nossa forma de agir.

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