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O ATO DO BRINCAR NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DAS SÉRIES INICIAIS DE UMA ESCOLA PARTICULAR EM TAGUATINGA NO DISTRITO FEDERAL

Por:   •  29/3/2016  •  Artigo  •  7.582 Palavras (31 Páginas)  •  535 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A brincadeira na educação infantil e também nos anos iniciais do ensino fundamental tem sido bastante debatida. Pesquisas como as desenvolvidas por Zanluchi (2005) e Oliveira (2000) têm revelado que a brincadeira tem função social e inclusiva, por isso o brincar é uma das expressões que se destaca nos primeiros anos de idade, e é através dela que a criança denota e dá um novo significado ao mundo, produzindo e reproduzindo assim suas práticas culturais e constituindo a sua identidade pessoal.

As mudanças no mundo atual têm interferido de forma significativa no espaço, no tempo e na forma de brincar. Hoje, boa parte das crianças, quando entram na escola, já tiveram contato com as novas tecnologias da informação e comunicação, sobretudo por meio de jogos, mas estas nem sempre são utilizadas na escola. Assim, a escola não consegue trazer para o universo escolar, uma prática cultural infantil.

Para piorar a situação, as escolas ainda sofrem com a falta de espaço, ausência de profissionais para utilizar os ambientes existentes no âmbito escolar da educação infantil. Muitas vezes, os brinquedos são deixados de lado e o brincar passa a ser uma atividade pedagógica que para muitos é um tempo perdido. Assim, a escola não consegue se organizar nem mesmo para proporcionar jogos e brincadeiras tradicionais, fora do mundo tecnológico.

Mesmo sendo importante, a prática da brincadeira na educação infantil ainda tem “reputação” de ser apenas uma prévia para a escola, sem nenhum valor pedagógico ou como um passatempo. No entanto, é sabido que os jogos e brincadeiras têm um papel fundamental na aprendizagem e no desenvolvimento da criança.

Segundo Fantacholi (2011) o brincar é uma das formas da criança desenvolver suas capacidades cognitivas, isso envolve atenção, memória, imitação, imaginação, o que proporciona o desenvolvimento nas áreas da personalidade, afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade. O brincar na educação infantil é fundamental para a criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.

Considerando o contexto educacional, a pesquisa busca identificar se as atividades lúdicas são: no atual cenário escolar e educacional importantes ferramentas para o desenvolvimento motor e intelectual do aluno? De que forma os professores incorporam o lúdico na organização do trabalho pedagógico? Como percebem o impacto das atividades lúdicas sobre a aprendizagem das crianças?

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Para responder a essas questões foi feita uma pesquisa de campo. Essa pesquisa foi realizada em uma escola particular da região administrativa de Taguatinga, no Distrito Federal e teve como objetivo geral analisar de que forma os professores implementam jogos de numeração na organização do trabalho pedagógico no 1º e 2º ano do ensino fundamental.

São objetivos específicos da pesquisa: i) analisar a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem nos anos iniciais, especialmente no 1º e 2º ano do ensino fundamental; ii) identificar de que forma a brincadeira contribui com a aprendizagem e, por fim, iii) compreender como os professores dos 1º e 2º anos utilizam o lúdico em suas atividades pedagógicas.

Assim, a intenção da pesquisa foi identificar de que forma a brincadeira contribuiu para a aprendizagem matemática e também como os professores dos 1º e 2º anos utilizaram o lúdico na organização do trabalho pedagógico.

A pesquisa de natureza qualitativa e participante (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, pág.32) se preocupou com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Segundo esses autores, as características dessa pesquisa são: objetivação do fenômeno; hierarquização das ações de descrever, compreender e explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das diferenças entre o mundo social e o mundo natural; respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos; busca de resultados os mais fidedignos possíveis; oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências.

Esse tipo de pesquisa tem como intuito fazer uma amostra da realidade, produzindo informações a fundo e ilustrativas sem se preocupar com generalizações. Desta forma, a presente pesquisa, se preocupou com aspectos da realidade que não podiam ser quantificados, sem controlar variáveis, mas buscando compreender o contexto no seu conjunto.

A pesquisa exploratória, de natureza participante, permitiu uma maior familiaridade entre o pesquisador, o tema pesquisado e os sujeitos da pesquisa.

A pesquisa foi realizada em duas etapas, inicialmente foram observadas as aulas no período matutino ministradas pelo professor regente da turma, e na outra etapa foi aplicado o jogo “ganha cem primeiro” sendo no segundo dia no período matutino, que contribuiu para com a construção dos números e consolidação da noção de agrupamento simples (de dez em

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dez)4. O jogo possibilitou coletar dados indicativos de como o lúdico era utilizado na organização do trabalho em sala de aula, na construção de conceitos matemáticos.

LÚDICO E A APRENDIZAGEM

Brincar, segundo o dicionário Ferreira (2003), “é divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode “entreter-se com “jogos infantis”, ou seja, brincar é algo muito presente em nossas vidas.

Partindo do ponto de vista social, o brincar é uma importante fonte de comunicação, por meio dessa ação a criança pode reproduzir o seu dia a dia. O ato de brincar facilita o processo de aprendizagem da criança, pois possibilita a construção da reflexão, da independência e da capacidade de criar, determinando, desta forma, uma relação restrita entre o lúdico e aprendizagem.

Do ponto de vista científico, o brincar aumenta as oportunidades de convivência com os indivíduos do seu meio, fornecendo estímulos para que o cérebro humano se desenvolva inteiramente. O brincar não se limitaria apenas a exercitar habilidades motoras, emocionais, sociais ou cognitivas, como é costume alegar em educação. Teria uma função ainda mais nobre: seria parte do próprio desenvolvimento humano.

Pesquisas como as de Almeida (2000) e Moyles (2012), mostram que o ato de educar não está limitado somente ao quadro de escrever e ler e nem se limita ao espaço de uma cadeira onde o aluno se senta. Por isso, o educar e o brincar são aliados, porque enquanto brinca a

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