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O PRAZER DA LEITURA NA SALA DE AULA: O DESAFIO DE FORMAR LEITORES NOS ANOS INICIAIS

Por:   •  28/4/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.899 Palavras (16 Páginas)  •  528 Visualizações

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O PRAZER DA LEITURA NA SALA DE AULA: O DESAFIO DE FORMAR LEITORES NOS ANOS INICIAIS

Jucicléia Alves Boeno[1]

Maria Cecília Martínez Amaro Freitas[2]

RESUMO

É por meio da leitura afetiva que podemos facilitar o processo de ensino aprendizagem de todas as disciplinas, porém ela é um desafio para a escola e necessita de muita atenção, pois pode gerar consequências para toda a vida. Este estudo bibliográfico busca analisar como ocorre o processo da formação do leitor para leitura prazerosa, ponderando sobre a importância da leitura na formação do aluno, como a escola pode dificultar o processo na formação do aluno e como o professor pode agir no cotidiano escolar para formar leitores para toda a vida. Os resultados apontaram que a leitura é parte fundamental na formação do indivíduo e se trabalhada de forma imposta sem considerar os aspectos afetivos dificulta a aprendizagem e que o professor é parte fundamental nesse processo, pois as atividades de leitura, como são colocadas pode influencia para o gosto pela leitura.

PALAVRAS – CHAVE: leitura, Leitura afetiva, formação de leitura

INTRODUÇÃO

        Desenvolver o gosto pela leitura é um desafio para a escola, mas é um desafio que precisa ser tratado dentro de casa, e a própria família tem o papel de apresentar à criança o universo dos livros e de proporcionar atividades de leitura para a criança ainda pequena. Quando a criança inicia a vida escolar essa tarefa é acrescentada ao professor sem afastar as responsabilidades da família, o que seria família e escola juntas nesse processo.

        A escola sempre teve uma grande dificuldade de apresentar a leitura sem que seja traumática para a criança, sem que seja uma imposição. Muitos professores ainda trabalham a leitura sem considerar os aspectos afetivos. Vale ressaltar que a leitura afetiva reflete na prática da leitura para estudo e vice-se versa. Uma vez que se o aluno está sendo formando para a leitura de forma afetiva ele não terá dificuldades na sua formação científica. Já o aluno formado apenas para decodificar ou ler para aprender sobre os conteúdos da escola ele dificilmente conseguirá afeiçoar sua leitura.          

        Nesse sentido esse estudo bibliográfico busca analisar como ocorre o processo da formação do leitor para leitura prazerosa, ponderando sobre a importância da leitura na formação do aluno, como a escola pode dificultar o processo na formação do aluno e como o professor pode agir no cotidiano escolar para formar leitores para toda a vida.

  1. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DO ALUNO

        Durante a história da educação a palavra leitura teve diferentes significados, podendo ser apresentada como simplesmente decifração do código escrito ou atribuição de sentido a algo escrito, o fato é que a leitura vai além.

        Villardi (1997, p.4), por exemplo, deixa claro que “ler é construir uma visão de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura, analisando e se constitui como um dos atributos que permitem exercer, de forma mais abrangente e complexa, a própria cidadania.” Ou seja, o ato de ler  é um caminho para o indivíduo compreender o mundo, oferecendo aberturas para exercício da cidadania.

Ainda sobre esse conceito Jolibert (1994, p. 14-15) apresenta o resultado de uma pesquisa sobre leitura realizada  nos Estados Unidos e depois na França produzida por Foucamber, F. Richaudeau, J. e pela associação Francesa para a leitura. Segundo essa pesquisa

ler é questionar algo escrito como tal a partir de uma expectativa real(necessidade-prazer)numa verdadeira situação de vida (...) Ler é ler escritos reais, que vão desde um nome de uma pala até um livro, passando por cartaz, uma embalagem, um jornal, um panfleto, etc, no momento em que se precisa realmente deles numa determinada situação de vida, “para valer” como dizem as crianças. (JOLIBERT, 1994, P. 14-15).

        

        Em outras palavras, a atribuição de sentido à leitura deve ser a necessidade da mesma. Diante dessa afirmação podemos perceber também que, ler vai além de decodificar e sim posicionar o leitor em outra perspectiva de acordo com a expectativa e a situação.

        Além disso, não podemos deixar de mencionar que a leitura também oferece subsídio ao desenvolvimento da escrita ortográfica, que segundo Kato (1985 apud Zorzi 2003, p. 11) “quanto mais hábil um leitor se torna, menos dependente ele fica em termos de ter que analisar com detalhes as palavras”.  Isso denota que quanto mais um aluno faz uso da leitura menos ele terá dificuldade na escrita de palavras. 

        Silva (1981, p. 38) acrescenta que a leitura facilita o posicionamento do leitor colocando-o numa condição exclusiva, podendo exercer sua cidadania, usufruir dos bens da cultura escrita, levando-o a descobrir novos conhecimentos além de poder difundi-lo.. Nesse sentido Paulino (2001, p.22) reforça a ideia de que quando um indivíduo tem acesso à leitura ele ativa seu lugar social, suas vivências, sua biblioteca interna, suas relações com o outro, os valores de sua comunidade.  

        Assim, o bom desempenho do estudante está centrado na leitura e todas essas informações nos remetem, à escola e as situações de leitura, levando-nos a uma reflexão sobre como ela a tem abordado. Compreende-se que a leitura não pode ser vista somente como um meio de adquirir conhecimento, mas também como um meio para facilitar o fortalecimento de ideias, possibilitando o enriquecimento do vocabulário do aluno, permitindo novas aprendizagens, explorando a imaginação e transportando-o para outras perspectivas.

Nesse sentido, Zorzi (2003, p.01) acrescenta que 

aprender a ler não se reduz à capacidade de decodificar e dar sentido às palavras. Mais especificamente, juntamente com o aspecto que podemos considerar cognitivos da leitura, deve ser levado em contato conta o elemento afetivo em relação a ela.(ZORZI, 2003, P. 01)

        Como o autor afirma aprender a ler envolve aspectos cognitivos e esses aspectos devem ser motivados pelos aspectos afetivos. Diante dessas afirmações fica explícito o quanto a leitura é importante na vida de qualquer indivíduo e que ela está presente na nossa vida em todas as atividades, seja a leitura de mundo ou a leitura da palavra escrita, pois como Freire (2011, p. 17-19) assegura que a leitura do texto e do contexto está ligada visceralmente ligada a alfabetização e a todas as práticas da educação alongando a inteligência do mundo.

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