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Resenha Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire

Por:   •  25/11/2019  •  Resenha  •  1.284 Palavras (6 Páginas)  •  277 Visualizações

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Hipólito Costa do Nascimento Júnior [1]

Raimunda Cristina Almeida Alves 2

Paulo Freire nasceu no Recife no ano de 1921 e morreu na cidade de São Paulo em 1977. Foi um educador, escritor, filósofo, Patrono da Educação Brasileira e criador de método inovador de alfabetização. Patrono da Educação Brasileira e autor de várias obras com reconhecimento mundial, ganhando a titulação de Doutor Honoris Causa de diversas universidades, incluindo a universidade de Harvard, Cambridge e Oxford. Dentre suas principais obras estão, Pedagogia do oprimido, obra citada em diversos trabalhos de ciências humanas no mundo e Pedagogia da Autonomia.

A presente resenha discorrerá sobre o livro de Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, seu último livro escrito em vida. Publicado no ano de 1996, em que de forma bem didática e clara ele fala sobre os saberes fundamentais para a prática educativa, destacando que formar vai bem além de treinar, a prática formadora do professor que se conduz juntamente com a consciência ético-crítica que permite um olhar muito mais humano e condizente com suas práticas e ações na sociedade.

No primeiro capítulo, intitulado Não há docência sem discência, promove uma análise acerca da prática educativa progressista refletindo sobre a relação existente entre teoria e prática e a importância desses dois para uma real mudança social. Condizente para se estabelecer uma prática formadora capaz de criar possibilidades para construção do conhecimento.

Em suas palavras, defende o ensinar não como algo fixo e com uma fórmula pronta e acabada, mas sim um processo que ocorre dentro das relações sociais, defende ainda que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. É um estado de construção permanente para ambos, como seres inacabados e históricos, necessitamos estar a todo momento em contato com o processo de conhecer. Sendo esta troca necessária para uma experiência total, que corresponde a todos os campos de saberes.

É no processo de aprendizagem que descobrimos o ensinar, ocasionado por um desejo crescente de saber mais, a nossa curiosidade produz o sentido de ensinar e de aprender. Paulo Freire, defende a rigorosidade metódica do ato de ensinar tratando dessa relação que exige a superação de paradigmas.

Ensinar exige pesquisa pois não podemos nos basear no senso comum, devemos respeitar, mas a nossa capacidade de racionalizar e pensar nos permite ir além, comprometendo-nos a buscar a nossa capacidade criadora estimulando a produção do conhecimento. Ensinar exige respeito, pois o conhecimento individual de cada um deve ser valorizado e a partir dele buscar uma visão mais crítica da realidade. Ensinar exige criticidade a medida que nossa racionalidade estimulada pela curiosidade permite saímos do âmbito do senso comum e buscar por meio da ciência respostas para as perguntas que as respostas existentes não nos satisfazem. A curiosidade como inquietação indagadora que nos move a criticar a realidade deve ser estimulada e constantemente exercitada.

Ensinar exige corporeidade das palavras pelo exemplo, compreendendo que nossas ações devem corporizar nossas palavras, testemunhar o que se prega. Assim sendo, Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer discriminação, disposto a desafiar o educando a correr riscos ao conhecer algo que ainda não havia visto ou pensado, agir diferente, ver diferente, exigindo uma reflexão crítica sobre a prática que é testemunhada na prática docente.

A formação permanente do professor, refletindo sobre a prática para ser melhor, superar-se, estando sempre em um estado de curiosidade inabalável. Não é somente repassar conteúdos pré-estabelecidos, mas também reconhecer a importância do outro e de suas individualidades que enriquecem o sentido coletivo do ser social. São essas especificidades que permitem construir uma sociedade menos preconceituosa e que respeite a individualidade de cada um. Um saber não conteúdista, mas de troca, de relação ativa que promove a curiosidade.

No segundo capítulo, que intitula Ensinar não é transferir conhecimento, vai falar sobre o dia a dia na sala de aula, na postura do professor enquanto mediador que deve criar possibilidades para a produção e construção individual de conhecimento. Mantendo uma postura de construção e diálogo que ao produzir conhecimento alimenta a curiosidade. Um não contentamento e estímulo a uma postura mais dialógica, aberta e democrática.  

Ensinar exige consciência do inacabado, nossa inconclusão é o que alimenta nossa busca pelo conhecimento. É o que impulsiona a nossa prática educativa permanente, para exercitarmos nossa capacidade de aprender e de ensinar. Enquanto seres conscientes do inacabado nos colocamos em um permanente movimento de busca. E nisto se fundamenta a educação como processo permanente, como colocado por Freire, somos “programados, mas para aprender”, exercitamos tanto melhor sua capacidade de aprender e ensinar, quanto mais se façam sujeitos e não puros objetos do processo.

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