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Resenha de libras

Por:   •  16/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.662 Palavras (7 Páginas)  •  3.218 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS I – LET-E48

VIVIANE CARVALHO DA SILVA

FICHAMENTO: LIBRAS? Que língua é essa? (capítulo I e II)

SALVADOR

2015.1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS I – LET-E48

DOCENTE: LETICIA MAGALHÃES

NOME: VIVIANE CARVALHO DA SILVA

LIBRAS? Que língua é essa? Fichamento do capitulo I e II

CAPITULO 1: A língua de sinais

O primeiro capítulo da obra de Gesser (2009), é dedicado a desconstrução  de crenças e preconceitos sobre o surdo, assim utilizando-se de questionamentos seriados sobre a universalidade da língua e outras ocorrências cotidianas que envolvem a língua de sinais, vemos desmoronar boa parte das premissas que acreditávamos ter haver com o surdo e sua não audição. Inicialmente, a autora atesta que a língua de sinais não apresenta caráter universal, pois cada comunidade linguística dos surdos possui suas particularidades. O único fator universal, é o “caráter comunicativo” que, no caso dos surdos, é realizado sinalizando, ao invés da comunicação oral.

Outra crença que é confrontada pela autora ela combate refere-se defesa que muitos fazem, diz respeito, a universalização das línguas de sinais.

"(...)Com a língua de sinais não é diferente: nos EUA os surdos “falam” a língua americana de sinais; na França, a língua francesa de sinais, no Japão, a língua japonesa de sinais (...)" (Gesser, 2009, p.11/12)

O trecho destacado nos permite identificar que cada localidade quando apresenta a língua de sinais possui as suas singularidades e particularidades. Gesser (2009), destaca que a língua de sinais não seja universal, ela não deixa de ter riqueza linguística.

Ainda nessa seara, Gesser (2009) comenta sobre a falsa ideia de que as línguas de sinais sejam artificiais. Segundo a autora elas evoluem diacronicamente, “pois evoluiu como povo surdo” (GESSER, 2009, p. 12). De forma oposta, a autora cita que podem ser consideradas línguas artificiais: o Gestuno e o Esperanto.

Outro fato questionado refere-se a existência de uma gramática das línguas de sinais. Utiliza em seu argumento os estudos de Willian Stoke, que identificou em sua pesquisa, estruturas linguísticas associadas a padrões lógicos universais de pensamento. O reconhecimento de tal teoria ocorreu tardiamente, foram utilizadas como precursora para futuros estudos relacionados a ASL.

Os parâmetros linguísticos das línguas de sinais, em especial a ASL (língua americana de sinais) utilizados por Stoke são constituídos por três pontos: a configuração de mão; o ponto de articulação e o Movimento. Somente após os estudos de Battisson (1974) e Klima& Bellugi (1979), foi acrescido um quarto parâmetro denominado, orientação através da palma da mão.

OS estudos de Klima, Bellugi e Battisson identificaram que a língua de sinais apresenta uma gramática própria cercada de aspectos fonológicos, que Stoke denominou de quirologia (fonema por meio das mãos). Existe uma diferenciação marcada na flexão do verbo na tentativa de comunicação que envolvem sentenças negativas e afirmativas. Assim percebe-se que as mãos por meio de traços paralinguísticos das línguas orais, realização movimentos que variam de acordo com a entonação, a velocidade, o ritmo, as expressões faciais, hesitação. Assim na língua de sinais a marcação sintática e lexical é realizada por movimentos faciais (olhos, cabeça, boca, sobrancelha.

Um bom exemplo desta situação é ilustrado pela autora descrevendo um esquema de observação realizado entre ouvintes e surdos narrando uma história, foi identificado que os usuários das línguas de sinais americana (ASL), apresentavam certa similaridade entre os sinais expressos na comunicação, ao passo àqueles que utilizaram a mímica não possuíam tal sistematização em comum. Tal fato ilustra que a expressão da língua de sinais é infinita, exprimindo desde fatos e a ocorrências simples ou outros conceitos de diversas ordens. Desta forma chega-se a conclusão que a língua de sinais não é mímica.

Gesser (2009) destaca que a língua de sinais não se trata de códigos secretos dos surdos. Segundo a mesma, tal crença é um verdadeiro equívoco. A mesma autora também desconstrói outros dois pensamentos errôneos relacionado ao uso do alfabeto manual e da língua de sinais ser uma versão sinalizada das línguas orais. No que se refere ao alfabeto manual, a autora afirma que o mesmo é visto apenas como um recurso sendo nomeado como soletração digital ou datilologia, o qual é uma representação das letras alfabéticas. Sendo normal, aliás, em todas as línguas naturais. Contudo, não se pode negar que esse recurso se apresenta, como um elemento de interação entre os ouvintes e os surdos.

Gesser é enfática, quando trata da questão que tange o senso comum de acreditar que as línguas de sinais são uma versão sinalizada da língua oral. Afirma que além delas não se limitarem a datilologia e nem a mímica, elas não são universais, muito menos artificiais. Toda língua de sinais possui uma estrutura própria, única, que varia de acordo com contextos sociais e culturais diferenciados.

CAPÍTULO 2: O surdo

O capítulo é iniciado com o seguinte questionamento: Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Tal questionamento traz à tona uma dúvida que temos para nos referir ao individuo que apresenta surdez. Afinal como devemos nos referir aos mesmos. Uma das respostas que destaco, vem de um aluno ouvinte que em sua vivência com alunos que apresentavam surdez, revela:

Eu achava que “deficiente auditivo” era menos ofensivo ou pejorativo do que “surdo”… mas, na convivência com os próprios surdos, fu i aprendendo que eles preferem mesmo é que os chamem de surdos e uns ficam até irritados quando são chamados de deficientes(…) (Gesser, 2009, p.46, apud aluno ouvinte, 2004).

        É interessante perceber que muitos surdos em cursos de libras tem a oportunidade de posicionarem quanto ao uso da terminologia que preferem que seja utilizada para si. Na sociedade e no âmbito cotidiano existem fortes discussões sobre a utilização dos termos para correta designação dos surdos, assim ficamos em meio ao dilema: surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Questionamento este que precede a parte inicial deste capítulo. Para identificar a resposta a esta situação, podemos indagar ao individuo com surdez como ele prefere ser chamado.

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