TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resumo de A Avaliação: Resultados e Orientações do Ensino e da Aprendizagem

Por:   •  17/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.004 Palavras (9 Páginas)  •  675 Visualizações

Página 1 de 9

A Avaliação: Resultados e Orientações do Ensino e da Aprendizagem

O ensino e a escola vem passando por grandes transformações nas últimas décadas e, com isso, torna-se cada vez mais urgente rediscutir e modificar os procedimentos da avaliação dos resultados do ensino e da aprendizagem.

No Brasil, no início dos anos 1970, aboliu-se o exame de admissão que selecionava os alunos para o antigo curso ginasial. Quase ao mesmo tempo, unificaram-se os oito primeiros anos da escolaridade, transformando-os no ensino de 1º grau (hoje, ensino fundamental), que se tornou obrigatório para todos os indivíduos entre 7 e 14 anos de idade.

Diversas medidas foram tomadas para atenuar os processos de exclusão promovidos dentro do sistema escolar brasileiro: introdução ou reforço da merenda escolar, fornecimento gratuito dos uniformes escolares, entre outras providências. Essas medidas, no entanto, não tocavam no núcleo do processo de ensino e de aprendizagem e não tocavam, em especial, nos procedimentos da avaliação do desempenho dos alunos.

A primeira medida mais consistente foi a implantação, em meados dos anos 1980, do chamado Ciclo Básico. A intenção era intervir no momento inicial da alfabetização, que era quando se produzia a maior exclusão, na medida em que cerca de dois terços das crianças não conseguiam avançar além da 1ª série, seja repetência, seja pela evasão.

Numa concepção de escola para todos, a avaliação tem que ser repensada. Na escola democrática, a avaliação precisa ser compreendida como parte indispensável do processo de ensino e de aprendizagem e como mecanismo essencial que permite, tanto aos professores quanto aos alunos, reorientar as suas ações de maneira a garantir a aprendizagem para os alunos.

As Representações da Avaliação

De tudo que acontece na escola, no ensino e na aprendizagem, aquilo que parece ser mais imediatamente lembrado são os mecanismos e as consequências da avaliação.

Todas as alterações das práticas habituais de sala de aula transformavam (ou ainda transformam) os momentos da avaliação numa espécie de ritual em que seriam produzidas e proclamadas as hierarquias, os vitoriosos e os derrotados. Essa carga de solenidade permanece na memória das pessoas, marcando fortemente uma grande parte das relações dos alunos, professores, pais e sociedade em geral com a escola, a escolarização, o ensino, a aprendizagem, o saber.

Também se podem recuperar inúmeros relatos sobre o uso dos procedimentos avaliativos como mecanismos de controle dos alunos e de imposição da autoridade pelos professores.

Examinando-se as lembranças individuais e as representações coletivas da escola, percebe-se portanto, o grande peso atribuído às práticas da avaliação. É na escola, que a avaliação enquanto fenômeno social é posta muito claramente, pela primeira vez, para os indivíduos.

Alunos, professores, pais e familiares, imprensa, agentes públicos, todos acabam voltando suas atenções para a avaliação escolar como se os seus resultados fossem a expressão mais perfeita do sentido do empreendimento da escola.

Surgem mecanismos de avaliação externa, nacionais e internacionais, para verificar o trabalho realizado nas escolas. Criam-se índices de escolarização mais refinados, como o do analfabetismo funcional, que procura confrontar escolaridade e saberes mínimos que se espera que sejam adquiridos.

Todo esse debate acaba afetando as escolas e os profissionais do ensino, em particular os professores

Não se pode, no entanto, perder de vista as dimensões e os significados mais amplos que o trabalho educativo acaba assumindo na situação contemporânea e sobre os quais o trabalho individual de cada professor acaba tendo uma influência relativamente limitada.

Trata-se portanto, de examinar o campo e indicar algumas possibilidades efetivas da atuação docente no que se refere às práticas de avaliação. Nesse caso, há muito para ser feito.

Avaliar Para Selecionar ou Avaliar Para Ensinar e Aprender?

Frequentemente, nas escolas, os resultados da aprendizagem são verificados por meio da aplicação de um mesmo teste ou prova escrita a que todos os alunos devem responder individualmente. Nela a tarefa principal do ensino é pensada como transmissão de determinados conhecimentos que se configuram sob a forma de saberes proposicionais, isto é, sob a forma de um conjunto de afirmações a respeito de um determinado assunto, tema, problema ou questão. Para tanto, são usados instrumentos escritos ou verbais em que o aluno possa demonstrar essa assimilação, devolvendo-a sob a forma de texto ou de produção linguística.

Isso quer dizer que os modos como se efetivam a avaliação e os instrumentos escolhidos dependem do tipo de concepção pedagógica que se assume. Assim, examinar como se realiza a avaliação pode nos oferecer elementos importantes para entendermos que tipo de aluno se pretende formar com determinadas práticas desenvolvidas na escola.

Embora, já se tenha apontado que essa não é a única nem a mais relevante modalidade de saber com que a escola pode e deve trabalhar, é preciso admitir que as provas, testes e trabalhos escritos ainda constituem a maior parte das atividades desenvolvidas pelos alunos e que são utilizadas como instrumentos de avaliação pelos professores e pelas escolas.

Do ponto de vista dos concursos ou dos vestibulares, talvez se possa admitir que os padrões de normalização sejam necessários. Afinal, a função desses exames não é extremamente a de avaliar aprendizagens consolidadas, mas sim, a de hierarquizar e selecionar alguns dos candidatos para ocupar um número limitado de vagas. Porém, na escola pública, democrática, aberta a todos, o papel da avaliação deve ser outro: ela deve se tornar uma instância decisiva do processo de ensino e de aprendizagem. Para tanto, a avaliação precisa ser considerada como um diagnóstico daquilo que professores e alunos vêm realizando até ali e, ao mesmo tempo, como um guia que permita indicar os rumos a serem seguidos dali em diante no sentido de se corrigir o que não vem dando certo e reforçar as práticas bem-sucedidas.

O professor deve estar atento para verificar em que medida os procedimentos avaliativos que ele adota são decorrentes da mera produção de experiências anteriores, ou são coerentes, de fato, com os pressupostos teóricos e com os objetivos de ensino por ele adotados. Muitas vezes, porém, não basta a reflexão pessoal e talvez seja produtivo também instaurar discussões coletivas a respeito da avaliação, dos seus procedimentos e propósitos, dos seus resultados e consequências nas instâncias em que isso é possível.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (13.5 Kb)   pdf (86.8 Kb)   docx (15.5 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com