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TRABALHO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  17/9/2020  •  Relatório de pesquisa  •  2.310 Palavras (10 Páginas)  •  412 Visualizações

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TRABALHO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Maria Margarete de Oliveira

Introdução

A escola é instituição educativa inserida num ambiente social, influencia e, é influenciada por esse ambiente, portanto, precisa manter uma estreita relação com a comunidade escolar para cumprir com seu papel na formação do cidadão. Nesse sentido, cabe a equipe da escola buscar meios que possibilitem a criação de espaço de diálogo com a comunidade. Embora, ainda existam controvérsias em relação às funções do supervisor escolar, não há dúvidas quanto ao seu papel mediador das relações que são estabelecidas na escola como um todo. Sendo assim, cabe a este a articulação de ações que promovam o diálogo entre escola e a comunidade.

Concebendo a escola como espaço de convivência, de ensino, de aprendizagem e formação, ou seja, ambiente responsável pela educação sistematizada com objetivos próprios, para tanto, a escola deve organizar situações que permitam o desenvolvimento dos estudantes, no caso, da Educação Infantil o desenvolvimento integral das crianças, ou seja, o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social, “complementando as ações da família e da comunidade (BRASIL, 2013, p.36)”, a escola como um todo deve se preocupar com o bem estar de todas as crianças e com o desenvolvimento desta. Para tanto, é necessária à organização de situações que favoreça o trabalho pedagógico que se desenvolve na escola.

Na contemporaneidade, a escola se depara com grandes e novos desafios para que a inclusão alcance a todos, principalmente aos alunos com deficiência ou transtornos. É preciso que a escola busque articular o trabalho pedagógico da sala de aula regular ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), assim como, com a escola como um todo.

Concebendo que é função do supervisor escolar mediar o processo de ensino/aprendizagem garantido a efetivação do trabalho pedagógico no contexto da escola, considerando que no campo educacional, a supervisão escolar foi criada como um instrumento de melhoria da qualidade da educação. Segundo o Ministério da Educação e Cultura – MEC- (1980):

Supervisão Pedagógica é um processo técnico-pedagógico que visa à promoção e manutenção da unidade da atuação docente com vistas à realização dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino, por meio de um serviço planejado que possibilite a eficiência e a eficácia da ação educativa. Sua finalidade básica é a promoção da melhoria do sistema ensino-aprendizagem (BRASIL, 1980, p.18).

A supervisão escolar está ligada as ações pedagógicas e administrativas da escola, é função do supervisor escolar articular o trabalho pedagógico e administrativo da escola, o que envolve tomada de decisões junto aos professores, diretor e demais profissionais da escola.

O supervisor como coordenador pedagógico tem fundamental importância na construção e formação nas ações desenvolvidas na escola na medida em que o mesmo exerce um papel de mediador e pesquisador no espaço da coordenação pedagógica na Escola juntamente com o gestor e demais membros da escola, viabilizando a construção de um ensino de qualidade.

As funções e o papel do supervisor escolar delinearam-se ao longo da história da educação no país. Para o Ministério da Educação e Cultura - MEC (1980) “É bastante recente a experiência brasileira de supervisão escolar desenvolvida como atividade profissional com características próprias e desempenhada por especialistas treinados para tal (BRASIL, 1980, p. 17)”. As questões que envolvem o papel do supervisor escolar se modificam segundo a concepção dos legisladores, sendo assim, para compreender qual o real papel da supervisão escolar na Educação Infantil se faz necessário um breve resgate histórico sobre supervisão escolar.

Para Saviani (2002), a história da supervisão escolar no Brasil tem início a partir de 1552 com a figura do “Prefeito de estudos”, como um assistente do reitor tinha funções específicas dentro das instituições de ensino e distintas dos demais profissionais da educação, cabendo a este a coordenação dos estudos nestas instituições. Com o avanço das políticas educacionais ao supervisão escolar ganha contornos políticos, administrativos e de inspeção, Saviani (2006). Esse modelo permaneceu até a Independência do Brasil.

Segundo Almeida (2006), com a criação das escolas de primeiras letras no ano de 1827, a função de supervisão é desempenhada também pelo professor, no entanto, esse modelo se mostrou ineficiente e a função de supervisionar passa a ser exercida por agentes específicos como pode ser percebido no relatório de Chichorro da Gama, ministro do Império que requere mudanças no modelo até então estabelecido, como apresenta Almeida (2008) “É uma coisa impraticável, em um país nascente, onde tudo está para ser criado, e com o péssimo sistema de administração que herdamos, que um ministro presida ele próprio aos exames, supervisione as escolas em todos os detalhes (ALMEIDA, apud SAVIANI, 2008, p. 22-23)”.

Argumentando que o acúmulo de funções em uma só pessoa não permite ao sujeito desempenhar com eficiência seu papel e por consequência a educação não cumpriria também a sua função. Com isso, em 1854, com a reforma Couto Ferraz, estabeleceu-se um modelo de supervisão permanente em todas as instituições de ensino na figura do inspetor geral ao qual os professores particulares deveriam dar informações e esclarecimentos sobre as escolas e seus alunos.

No final do período monárquico e início do período republicano, os debates apontaram a necessidade da organização de um sistema brasileiro de educação, período em que a função supervisora é ampliada adquirindo a forma tecnicista, “[...] neste contexto, a idéia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos ao mesmo tempo em que as condições objetivas começaram a abrir perspectivas para se conferir a essa idéia o estatuto da verdade (SAVIANI, 2006, p.24)”, onde e a supervisão escolar tem por função inspecionar, fiscalizar, monitorar o trabalho desenvolvido na escola.

Esse caráter fiscalizador, permaneceu até meados de 1930, com Decreto 19.890/1931 a função supervisora deixa o caráter fiscalizador e assume características de supervisão educacional, onde o supervisor passa a acompanhar tanto o aspecto organizacional, quanto o pedagógico nas instituições de ensino (Lima, 2001). Os movimentos em prol da educação no país que ocorreram nos anos seguintes resultaram na formulação do Decreto-Lei 4.244 de 9/4/1942 que acrescenta o caráter de orientação pedagógica

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