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A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI SEM NUNCA IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR

Por:   •  6/11/2017  •  Resenha  •  3.028 Palavras (13 Páginas)  •  896 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA

ANGELO HENRIQUE LORENZI RIBEIRO

VITOR HUGO MOURA DO CARMO

RESENHA DO LIVRO

A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI SEM NUNCA

IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR

LIMEIRA

2016

ANGELO HENRIQUE LORENZI RIBEIRO

VITOR HUGO MOURA DO CARMO

RESENHA DO LIVRO

A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI SEM NUNCA

IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR

Trabalho de discussão e leitura

Do livro :A escola com que sempre

sonhei, sem nunca imaginar

que pudesse existir de Rubem Alves

Orientado por: Prof.ª Liliane Inglez

LIMEIRA

2016

 Introdução

Se perguntarmos a qualquer de nossos amigos e conhecidos: como é uma escola? Não é difícil imaginar o que ele vai responder. Afinal, todo mundo sabe como são as escolas. Claro, um professor e um aluno terão visões diferentes (mas não sempre) e ainda dependendo se for um professor do primário ou universitário, de uma escola publica ou privada, as respostas podem variar um pouco, mais ainda assim, as escolas no Brasil são em sua maioria do mesmo jeito. De que jeito? Do jeito que você deve estar se lembrando agora de como eram as escolas de sua infância. Lembra-se do seu primeiro ano na escola? Dali pra frente não mudou muita coisa. Todo o ensino fundamental também transcorre de maneira similar. O que muda são os conteúdos transmitidos (nem sempre absorvidos), mas já deve ter ficado claro qual é o ponto que se deseja atingir: O Programa.

 Nossas escolas são escolas que seguem um programa. A dos nossos pais e avós também, e a dos pais e avós deles também. As instituições de ensino “padrão” submetem-se a esse programa que “ vem de cima”, pronto e acabado. Aqui não será questionada sua validade ou qualidade (nem a de seus elaboradores, e nem de quem mandou que se criasse esse tal programa, ou suas razões pra o ter feito), mas o fato é que com o passar dos anos surgiram alternativas ao programa. O Programa, referido aqui como entidade por si mesma, modelo absoluto do que representam as escolas populares e do ensino tradicional, apesar de sua secularidade, não pôde satisfazer a todos, e sem que fosse, ao menos aqui no Brasil, afetado (de uma maneira geral, pois existem alternativas sendo aplicadas em escolas brasileiras, inclusive públicas) por iniciativas alternativas, elas surgiram, timidamente, acanhadas no início, de modo que era possível apenas imaginar como seria um modelo de escola livre de programas, eficaz e libertador.

O psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro Rubem Azevedo Alves, indivíduo questionador acima de tudo, escreveu em uma série de crônicas publicadas originalmente no jornal Correio Popular de Campinas, SP (respectivamente em 14/05, 21/05, 28/05, 04/06, 11/06 e 18/06 do ano 2000¹), sua reflexão quando, convidado pelo professor Ademar Santos, pode conhecer uma dessas escolas “fora do sistema”, a “Escola da Ponte”, no distrito do Porto em Portugal. Respondendo à pergunta do inicio, essas são as palavras de Rubem Alves:

“ Aqui, quando a gente vai a uma escola, sabe o que vai encontrar: salas de aula, em cada sala um professor ensinando, explicando a matéria prevista nos programas oficiais, as crianças aprendendo...”

 A escola da Ponte por outro lado, não tem nada disso, os alunos não são separados por salas, os professores não são professores de uma só matéria, não há campainha anunciando o intervalo. Não há matérias, não há notas, não há provas e não há programa.

A reflexão que se segue busca esclarecer de maneira breve, mas simples, as diferenças existentes entre o clássico modelo de ensino (daqui em diante referido por abordagem) e as diversas alternativas surgidas com objetivo de ensinar ou facilitar a aprendizagem do aluno, seus principais idealizadores e sua dialética com as crônicas de Rubem Alves. Assim, veremos que apesar de não seguir um modelo, diversas abordagens encaixam-se em um ou mais pontos para descrever a relação ensino-aprendizagem que ocorre de maneira tão eficaz e orgânica quanto nessa escola que se sempre sonhou, sem nunca imaginar-se que pudesse existir.

Abordagem Tradicional

O método clássico de ensino, bem conhecido por todos nós e alvo das criticas de Rubem no prefácio de suas crônicas sobre a escola da Ponte. É o modelo da “linha de montagem”. O homem adulto é o produto acabado, o modelo a ser atingido. A criança é por consequência, incompleta, não sabe nada, um “adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado (MIZUKAMI 1986). Não possui modelo no sentido de que não surgiu como uma abordagem com parâmetros pré e bem definidos, não possuindo também ninguém que possa ser chamado de criador ou desenvolvedor do método. Não houve estudos que fornecessem argumento de sustentação, uma “razão de ser assim”, pois é o método mais antigo de transmissão de conhecimento, que remonta à tradição de mestre e aprendiz, em que o conhecimento verte de um para outro. Não significa que não tenha certa “validade” como abordagem ou que não possua adeptos e defensores. Georges Snyders (1974), francês contemporâneo (1917 – 2011) que teve formação ligada à filosofia e sua carreira como pesquisador ligada a educação e a pedagogia foi defensor desse “ensino tradicional”, de sua aplicação e compreensão. Sua obra, extensa e (re)conhecida na França foi bastante influenciada por Karl Marx e num “primeiro período” traz reflexões sobre a educação e o fato de ela estar intrinsecamente ligada à sociedade. Já havia sido precedido, no entanto por Johann Friedrich Herbart (1776 – 1841), nascido na Alemanha, também filosofo além de psicólogo e pedagogista, apontado como fundador da pedagogia como ciência. Em concordância com as ideias da abordagem tradicional negava a existência de faculdades inatas.

 A relação, portanto, do método tradicional com a escola da Ponte, existe apenas no sentido de que são opostos, tese e antítese, uma vez que como o próprio autor descreve quando, chegando à escola, surpreendeu-se ao saber que seria guiado por um de seus alunos, uma garotinha:  “ Para o senhor entender a nossa escola, terá que esquecer-se de tudo o que sabe sobre escolas.”( em entrevista concedida ao programa Provocações, TV Cultura, em Maio de 2011). As diferenças estendem-se dos panos mais básicos aos mais complexos. Na Ponte, o professor não sabe e tudo, não transmite, não controla. Ao invés, facilita, orienta, observa. Os alunos sabem muito, são ativos e ao contrario da percepção de que são adultos em miniaturas, caracterizam-se pelo que de fato são: crianças.

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