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A escola que sempre sonhei sem saber que pudesse existir

Por:   •  10/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.055 Palavras (13 Páginas)  •  664 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO


 O autor, educador, Rubem Alves, ao visitar a Escola da Ponte percebe que a escola na qual ele sonhara realmente existia e deparou-se com a realização daquilo que sempre havia pensado como ideal de educação. Ao longo da leitura pode-se perceber que o livro apresenta comparações entre a maneira como a educação é transmitida na escola da ponte e na escola tradicional.

  A Escola da Ponte surgiu do desejo de criar uma instituição que se diferenciasse do modelo tradicional. Por isso, a escola idealizada por José Pacheco, além de não possuir séries, testes, turmas ou aulas, também se diferencia pela forma de aprendizagem. Os professores não se prendem a uma única turma ou disciplina e, os alunos desenvolvem estudos individuais, que são mais tarde compartilhados com os demais colegas. Existem projetos de pesquisa, que são feitos em grupos formados de acordo com suas áreas de interesse em grupos multidisciplinares, onde possui um orientador que dirá os meios de pesquisa, ao final de quinze dias os alunos apresentam e se auto avaliam a respeito do trabalho desenvolvido.

  Seu principal objetivo é ser um local que consiga tornar as crianças felizes, solidárias, valorizando suas ideias e suas individualidades. Uma comunidade educativa, democrática e auto regulada, na qual as crianças são educadas com base na cidadania.

  Partindo para a escola tradicional, o autor compara a observação de Karl Marx a respeito da espécie de linha de montagem com a forma na qual a educação é transmitida, em que os operários, não sabem construir um objeto completo, apenas pequenas partes que vão se acoplando no decorrer do processo até compor o objeto final. Aquelas unidades que, ao final do processo, não estiverem com uma quantidade de conhecimento determinada são prontamente descartadas. Como as linhas de montagem, as escolas tradicionais se dividem em coordenadas espaciais; -as salas de aula - e temporais - as séries; cabe aos professores realizar o processo técnico-científico de incutir nos alunos os saberes e habilidades que irão compor o objeto final.

  Paralelamente, muitas vezes a criança é obrigada a aprender aquilo que não quer. Isso torna os estudos desestimulantes, e faz com que as crianças não gostem da escola ou gostem por outros motivos e não porque irão aprender algo novo no qual irão usar no decorrer de suas vidas. O processo de aprendizagem pode ser algo natural, pois segundo o autor na Escola da ponte “o conhecimento é construído a partir da realidade vivida pelas crianças. As crianças têm que sentir prazer em aprender. A ciência aprendida a partir da vida, ela não é esquecida nunca.”

  Junto a isso o autor acrescenta “a questão não é somar saberes, mas subtrair saberes para que possam ver coisas que nunca viram”, assim inicia a sabedoria nos alunos. Ou seja, a utilização de uma pedagogia de desaprendizagem “É preciso esquecer o que se sabe a fim de ver o que não se via” voltar e ver com os olhos da criança, retroceder e retratar o seu interior, seu reflexo, assinando o que se faz. Um recomeçar a aprender, uma liberdade para um novo aprender.

  1. SÍNTESE

  Rubem Alves relata toda sua experiência vivida ao visitar a Escola da Ponte. Ele descreve que ao chegar à escola, imaginando ser como outra qualquer com um programa a ser seguido, se surpreende. O amigo, fundador e diretor da escola é que o leva a escola, Rubem espera que ele mostre toda a escola, mas fica surpreso quando o diretor pede a uma aluna que está passando para que mostre e explique toda a escola.

  Rubem relata que a escola é diferente de todas já vistas, ela não segue um programa ordenado, é uma escola que não tem classes separadas, não tem aula em que um professor ensina uma matéria especifica.

Relato da aluna que o explicou a escola:

  “Aprendemos assim: formamos pequenos grupos com interesse comum por um assunto, reunimo-nos com uma professora e ela, conosco, estabelece um programa de trabalho de 15 dias, dando-nos orientação sobre o que deveremos pesquisar e os locais onde pesquisar, Usamos muito os recursos da internet. Ao final dos 15 dias nos reunimos de novo e avaliamos o que aprendemos. Se o que aprendemos foi adequado, aquele grupo se dissolve, forma-se outro para estudar outro assunto.”

  Ao adentrar a escola, Rubem fica espantado com tamanha ordem entre eles. Ele relata em outro trecho interessante:

  “Notei, numa mesa ao lado, uma menina que escrevia e consultava um dicionário. Agachei-me para conversar com ela. - “Você está procurando no dicionário uma palavra que você não sabe?”, perguntei.   –“Não, eu sei o sentido da palavra. Mas estou a escrever um texto para os miúdos e usei uma palavra que, penso, eles não conhecem. Como eles ainda não sabem a ordem alfabética e não podem consultar o dicionário, estou a escrever um pequeno dicionário ao pé da página do meu texto para que eles o compreendam.”

  Rubem relata que na escola da Ponte é assim, as crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem e isso sem exceção na rotina da escola.

  Esclarece que na escola tem o computador do “acho bom” e do “acho mau”, quando as crianças se sentem contentes com algo escreve no “acho bom” e quando se sentem infelizes escreve no “acho mau”. Existe também um tribunal, no qual quando algum aluno desrespeita as regras de convivência estabelecidas por elas mesmas, este deve comparecer perante esse Tribunal.
Na escola, eles têm uma assembleia que se reúne semanalmente para tratar dos problemas da escola e para sugerir soluções, no qual é conduzido por um “presidente” (aluno escolhido).

Rubem também relata:

  “O conhecimento é uma árvore que cresce da vida. Sei que há escolas que têm boas intenções, e que se esforçam para que isso aconteça. Mas as suas boas intenções são abortadas porque são obrigadas a cumprir o programa. Programas são entidades abstratas, prontas, fixas, com uma ordem certa. Ignorem a experiência que a criança está vivendo. Aí se tenta, inutilmente, produzir vida a parir dos programas. Mas não é possível, a partir da mesa de anatomia, fazer viver o cadáver. O que vi na Escola da Ponte é o conhecimento crescendo a partir das experiências vividas pelas crianças.” E como um apanhado geral sobre a escola Rubem diz:

  “Escola da Ponte: um único espaço, partilhado por todos, sem separação por turmas, sem campainhas anunciando o fim de uma disciplina e o início de outra. A lição social: Todos partilhamos de um mesmo mundo. Pequenos e grandes são companheiros numa mesma aventura. Todos se ajudam. Não há competição. Há cooperação. Ao ritmo da vida: os saberes da vida não seguem programas. É preciso ouvir os “miúdos”, para saber o que eles sentem e pensam, É preciso ouvir os “graúdos”, para saber o que eles sentem e pensam. São as crianças que estabelecem as regras da convivência: a necessidade do silêncio, do trabalho não perturbando, de se ouvir música enquanto trabalham. São as crianças que estabelecem os mecanismos para lidar com aqueles que se recusam a obedecer às regras.”  

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