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A Psicogênese da Língua Escrita

Por:   •  11/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.420 Palavras (6 Páginas)  •  493 Visualizações

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UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

Faculdade de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

A Psicogênese da Língua Escrita

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.

Júlia Bonilha Medeiros

Paola Geraldini de Araujo

PIRACICABA-SP

2016

A alfabetização não ultrapassa o significado de “levar aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente (Soares,2010, pág.15), e a partir do momento que a criança está em uma cultura letrada, a mesma constrói ideias sobre a escrita. Nesse sentido, a psicogênese da língua escrita aparece como uma nova proposta de ensino, baseada no construtivismo e em princípios da teoria de Piaget: a partir da interação “sujeito com o objeto de conhecimento”.

A partir da teoria apresentada por Piaget em relação a aprendizagem, Emilia Ferreiro e Ana Teberoskyexploraram o campo da escrita que o mestre Piaget não havia analisado, no qual toda criança passa por níveis estruturais da linguagem escrita até que se aproprie da complexidade do sistema alfabético, contrapondo-se a utilização do método da cartilha que fazia uso de palavras-chave, sem contextualização, de modo mecânico, sendo que a passagem do nível escolar era dada quando a criança atingia nível satisfatório na cartilha.

“A minha contribuição foi encontrar uma explicação, segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa. Essa criança não pode se reduzir a um par de olhos, de ouvidos e a uma mão que pega o lápis. Ela pensa também a propósito da língua escrita e os componentes conceituais desta aprendizagem precisam ser compreendidos.” (FERREIRO, 1985, p. 14).

Para as autoras, a criança constrói a escrita por meio dos níveis estruturais, que embasam a teoria da psicogênese, sendo eles: Nível 1: Pré-silábico (a criança não estabelece vínculo entre fala e escrita e possui leitura ampla, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever), Nível 2: Intermediário Silábico (a criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita), Nível 3: Hipótese Silábica (a criança tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras), Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II(a criança consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, entretanto, sua escrita ainda não é  socializável) e Nível 5: Hipótese alfabética (a criança compreende o modo de construção do código da escrita), englobando as principais características,que permite o ato da leitura como quantidade suficiente de caracteres, variedade de caracteres, relação entre números e letras e o reconhecimento de letras individuais e distinção entre letras e sinais de pontuação. As crianças definem letras e números, que lhes são apresentados, como objetos em oposição ao desenho. Um dos critérios utilizados por Ferreiro era a seleção das palavras e frases apresentadas às crianças, ou seja, o repertório de palavras não deveria constar de manuais de alfabetização e apresentar uma relação semântica entre si.

A Psicogênese da língua escrita contribui e soma para as práticas pedagógicas de todo e qualquer educador, fornecendo bases de sustentação teóricas para que os mesmos sejam capazes de entender e compreender a importância dos supostos erros que os alunos apresentam, pelo fato de evidenciar como o mesmo “releu” o conteúdo aprendido.

“... o conhecimento produzido não está nem no sujeito e nem no objeto, mas sim no processo de interação que ocorre entre eles e aonde ambos irão se transformar. Esses ideais construtivistas fizeram com que os educadores repensassem a sua didática de trabalho em sala e que buscassem novas formas de trabalho que considerassem esse educando como um ser pensante, e com um conteúdo próprio a ser assimilado ao que ele iria adquirir” (GOODMAN, 1980).

Tratando-se das implicações pedagógicas relacionadas com a utilização do método da psicogênese da língua escrita, os professores devem exercer atividades em grupos menores para que as crianças possam ter oportunidades de falar, ler e elaborar questões e deixar que elas exponham as dúvidas. Será através do educador que acontecerá a mediação da construção do conhecimento, de forma que o mesmo amplie as vivências da criança com o ambiente físico, por meio de brinquedos, brincadeiras e com outras crianças e possuir sabedoria do que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para a formulação da proposta pedagógica. Destaca-se também, que os progressos psicogenéticos na escrita são diferentes para cada aluno, pois não dependem apenas de experiências escolares e as hipóteses sobre a língua escrita expressam erros construtivos dos alunos proporcionando aos professores mediações oportunos e planejamento de atividades direcionadas a avanços na aquisição da língua escrita.

Ao que se refere no campo educacional, o estudo apresentado por Ferreiro e Teberosky, induz a preocupação advinda dos educadores de encontrar o melhor e eficaz método de alfabetização, permitindo desde a pré-escola a aceitação de que todos podem produzir e interpretar escritas cada qual em seu nível, estimulando a criança para que ocorra a interação com a língua escrita e permitir o acesso o mais breve possível à escrita do nome próprio. Alfabetizar é um processo de construção contínuo que se inicia muito antes do ingresso da criança da escola, acontece simultaneamente em todos os espaços e contextos que a criança vive. No campo educacional, o educador deve possibilitar ao aluno a construção de seus conhecimentos. A criança, ao tentar compreender a língua falada a sua volta deverá formular hipóteses, buscar regularidades e criar sua própria gramática, através de um conhecimento que visa buscar a construção social com foco na reconstrução hipóteses da criança.

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