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A VOCAÇÃO PROFISSIONAL

Por:   •  18/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.636 Palavras (15 Páginas)  •  107 Visualizações

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1. VOCAÇÃO PROFISSIONAL

Calligares começa instigando o leitor a se perguntar se ele tem o que é preciso para ser um psicoterapeuta e esclarecendo que os “traços de caráter ou de personalidade” que são necessários para ser um bom terapeuta dificilmente serão adquiridos na formação.

Se for importante receber gratidão de seus pacientes, não escolhe essa profissão. Calligares explana dois motivos:

1ª Dificilmente encontrará gratidão de outras profissões encontram;

2ª Depois que o problema é resolvido, o terapeuta é esquecido.

O segundo motivo é valido porque o paciente precisa confiar no terapeuta durante o processo terapêutico para que, o resultado seja positivo, porém quando o objetivo é alcançado, é importante que o paciente “deixe” o terapeuta, assim evitará a dependência.

Em seguida, Calligares deixa de lado as razões para desistir de ser psicoterapeuta: gosto pela palavra, um carinho espontâneo pelas pessoas, por mais diferentes que sejam de você; curiosidade pela variedade da experiência humana com o mínimo possível de preconceito; experiência de vida; uma dose de sofrimento psíquico.

Uma parte essencial da formação de terapeuta com as motivações conscientes ou inconscientes de seus pacientes deve fazer sua terapia, mas não só por razões didáticas, mas para se conhecer.

2. 4 BILHETES

Bilhete 1. Calligares responde bilhetes de jovens terapeutas, com dúvidas em relação a assuntos do cotidiano.

Poderia existir algum “desvio” para impedir uma pessoa de se tornar um psicoterapeuta, ser um travesti, por exemplo? A escolha deve ser por confiança, assim haverá os pacientes que se sentirão bem e os que não.

Bilhete 2. “E o pedófilo, poderia ser terapeuta ou analista?”

A pedofilia é uma fantasia de domínio e domínio pelo saber. Portanto, não é difícil de saber ou entender que essa fantasia não é compatível com o exercício da psicoterapia.

Bilhete 3. O autor não consegue acompanhar quem consegue agir em grandes horrores sem que sua subjetividade esteja envolvida. Alguma vez você já ouviu “essas eram as ordens”, “esta é a regra”.

Bilhete 4. “Será que não deveríamos acrescentar, entre os traços de caráter esperados num terapeuta, uma vontade de mexer com a vida dos outro, de ensiná-los, influenciá-los?” A escolha de uma direção não deve ser decidida por uma norma ou por saber. Espera-me que o terapeuta direcione o paciente para onde quer ir. Por isso, que uma terapia demora, por que antes de dizer o que ele tem que fazer é preciso que de mesmo deseje ir.

3. 1º PACIENTE

Calligares fala da expectativa pelo primeiro paciente de como tentou disfarçar o apartamento para dá impressão de ser um terapeuta experiente. Mas as vezes nada disso é preciso, o paciente, muitas vezes busca a inexperiência do terapeuta. O importante é ser você mesmo e principalmente ter interesse no paciente como se fosse o primeiro. Inclusive, seu primeiro terapeuta foi indicado por uma amiga que admirava por ele ter outros interesses além da psicanálise.

O capítulo se inicia com o autor respondendo uma jovem que é recém-formada, com dúvidas quanto ao primeiro paciente. Calligares relata que não tinha nenhuma vontade de se tornar psicanalista, mas em 1974 resolveu se tornar psicanalista por ter percebido que com sua psicoterapia semanal suas angústias se amenizaram e sua gastrite tinha sumido.

Para se tornar Psicanalista precisava apenas comunicar a decisão ao seu analista, não precisava de uma autorização oral ou escrita, precisa apenas que dito psicanalista não se opusesse. Foi assustador o início, pois o sistema era fácil e focava cada um a encarar a responsabilidade de sua decisão.

Na época em que decidiu encarar a profissão o salário era pequeno, mal pagava sua análise e o aluguel de seu apartamento. Transformou o seu quarto e sala em consultório e sala de espera e aos poucos foi deixando o lugar com aparência de consultório. Seu primeiro paciente foi indicado por uma amiga que era analista e confiava no trabalho dele. Ela usou um critério para que Calligares fosse indicado como analista. Sua Curiosidade!

Calligares queria que seu apartamento tivesse cara de consultório, mas também queria que não tivesse cara de consultório no dia da sua inauguração. Teve todo o cuidado de preparar seu consultório para o seu primeiro paciente, deixando-o com aparência de “usado”. Porém, esse seu primeiro paciente o encontrou, mais tarde em um congresso e o indagou se teria sido o seu primeiro paciente. Calligares ficou receoso em responder, mas ele disse-lhe que foi para terapia com ele por o mesmo não ter atendido nenhum cliente, que precisava da sua inexperiência para resolver suas questões.

Por fim, o autor deixa claro que às vezes os pacientes preferem terapeutas inexperientes, que devemos ser nós mesmos sem precisar montar um espaço e que a experiência ajuda, no entanto o espírito de debutante é sempre bem vindo.

4. AMORES TERAPÊUTICOS

O capítulo inicia com uma indagação muito pertinente: “O que faço se me apaixono por uma paciente?” Calligares relembra que admiração, respeito e sentimentos destinados às pessoas a quem pedimos ajuda estará presente, e que esses sentimos facilitam o trabalho de terapeuta, esperando-se que um dia esse encantamento se resolva, pois caso isso não ocorra o paciente viveria em uma eterna dependência afetiva.

A Psicanálise deu a esse sentimento o nome de amor de transparência. O termo sugere que o afeto por mais verdadeiro que seja ele seria um amor transplantado, que seria destinado para outra pessoa da vida do paciente. Porém, esse amor pode ser muito importante para cura do paciente. Primeiro, porque ele possibilita que a cura continue. Segundo, ele permite que a paciente viva ou reviva, na sua relação com o terapeuta vários sentimentos que foram ou são importantes na sua vida. Terceiro, ele pode ser usado, ás vezes, como forma de chantagem benéfica; no entanto esse argumento pode trazer inconvenientes óbvios que seriam: O paciente que melhoraria por amor ao seu terapeuta não seria uma cura verdadeira e o paciente nunca se libertava do terapeuta, pois deixar o motivo da sua cura seria o mesmo que voltar a sofrer.

Calligares enfatiza que o afeto pela paciente é importante, mas não se pode transformar esse sentimento em uma relação sexual e explica por que. A paciente idealiza o terapeuta como alguém que pode entendê-la e fazê-la feliz, com isso, a paciente acaba se apaixonando. Percebe-se então, que todo esse sentimento que poderá levar a uma relação amorosa e sexual será construído em cima de um equívoco, que estará destinado a não dar certo. Mesmo com toda sua experiência e conhecimento, porque a terapeuta estava disposto a uma relação dessas. Calligares explica que pode ter três possibilidades.  A primeira é que o terapeuta pode estar deslumbrado pela ideia de poder e age com suas pacientes da mesma forma. Segundo, idealiza uma pessoa e transfere também seus amores para a paciente. Terceiro, o terapeuta acredite que o sentimento é verdadeiro e se apaixone verdadeiramente. Mas é importante que o terapeuta não se deixe levar sempre por esse sentimento para não se transformar em uma coisa corriqueira.

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