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Análise Filme Coringa sob a Perspectiva da Psicologia Analítica

Por:   •  28/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  387 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

TURMA: 05K -12 2° SEM/2021

ANÁLISE DO FILME CORINGA  (2019).

SÃO PAULO

2021

ELISA LEITE , LUCCA ROIG, MARIANA MARQUES, RAFAELLA PRIOLLI, SOFIA CERRATO

ANÁLISE DO FILME CORINGA  (2019).

Trabalho apresentado à disciplina de  psicologia analítica

Professor: Ana Lucia Ramos Pandini

SÃO PAULO

2021

INTRODUÇÃO:

“Coringa” (2019) é um filme que instantaneamente se tornou um clássico contemporâneo, pois em apenas duas horas de duração explora de maneira excepcional temas complexos como: A dualidade do ser humano, desigualdade social, e o papel de uma sociedade excludente na deterioração da saúde mental dos indivíduos que nela habitam. Além de estar repleto de representações de conceitos estipulados por Carl G. Jung, os quais iremos analisar a seguir.

ANÁLISE FÍLMICA:

Já é possível perceber na cena de abertura do longa, que o meio em que o personagem principal está inserido não se classifica como acolhedor. Arthur Fleck trabalha como um palhaço na metrópole fictícia de Gotham City e sofre agressões físicas vindas de um grupo de jovens que passavam por ali.

Nas cenas seguintes somos apresentados ao restante da vida de Arthur, ao seu local de trabalho, que não demonstra preocupação ou empatia perante a violência que ele sofreu, e a sua residência, um apartamento pequeno localizado em um bairro pobre da cidade, onde ele vive cuidando de sua mãe enferma.

Arthur sofre de um distúrbio que causa uma risada descontrolada, fator que em diversas cenas do filme lhe posiciona em situações desfavoráveis, e além disso descobre que a ajuda psiquiátrica que estava recebendo até então foi desfundada pelo governo e que a partir de agora não poderia mais contar com sua psicóloga ou com seus medicamentos.

Certa noite após ter sido despedido de seu emprego por ter levado uma arma para um hospital infantil, Arthur volta para sua casa de metrô, e durante a viagem nota que um grupo de três homens importunava uma jovem que estava no vagão. Embora ele não tome uma atitude consciente, Arthur sofre com um de seus ataques de riso neste momento, chamando a atenção dos homens para si e acaba sendo mais uma vez vítima de violência física. A raiva e indignação até então reprimidas por Arthur transbordam, fazendo com que ele use a arma que lhe causou sua demissão para assassinar seus agressores.

Após algumas horas a notícia do “Palhaço Assassino” se dissemina pelos jornais de toda a cidade, uma vez que suas vítimas eram empregados de Thomas Wayne, um magnata que está se candidatando para o cargo de prefeito e que se pronuncia dizendo que aqueles que não conseguem fazer a sua vida são meramente “palhaços”. Esta afirmação causa espanto à população marginalizada de Gotham, que se mobiliza por meio de protestos e rebeliões, trajando máscaras de palhaço e se opondo a Thomas Wayne e a população rica da cidade.

No decorrer da trama a questão da identidade do pai de Arthur é apresentada, no momento em que inicialmente ele lê uma das muitas cartas que sua mãe escreveu para Thomas Wayne, pedindo auxílio financeiro e alegando que Arthur seria o filho ilegítimo do casal. Após este grande choque, Arthur exaltado vai questionar sua mãe sobre o que ela havia escrito, após esta confirmação, Arthur decide confrontar Thomas, que além de negar veemente ter tido qualquer tipo de relação com sua mãe, afirma que ela não só sofria de delírios, como também havia adotado Arthur antes de ter sido internada em um manicômio.

Em ambas as histórias que lhe foram apresentadas existe um fator de abandono, fosse este pelo pai rico que não o reconheceu como legítimo ou então de seus pais biológicos que não o criaram. Negado pelo pai, Arthur não teve uma construção minimamente funcional de um complexo paterno. Vemos em Jung(2011) que o complexo é  “a imagem de uma determinada situação psíquica de forte carga emocional e, além disso, incompatível com as disposições ou atitude habitual da consciência”, e para Arthur, a ausencia deste complexo parterno funcional o leva a buscar figuras parternas em pessoas e situações que não se enquadram numa relação tradicional de pai e filho, como por exemplo na cena do filme em que ele e sua mãe estão assistindo o talk show de Murray na televisão, e Arthur tem um delirio de que esta sentado na platéia sendo chamado ao palco por Murray que lhe abraça e diz que gostaria de ter um filho igual a ele, sendo assim uma busca pelo pai idealizado.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Ao mesmo tempo que sempre foi tratado como uma criança por sua mãe, sendo impedido de crescer psiquicamente, Arthur foi a projeção de uma felicidade inalcançável de Penny, visto que ela o chamava o tempo todo de “Happy” (feliz), apelido infantil que o manteve infantilizado por toda vida, e que o deixava mais confortável em relação a suas crises de riso.

Após a confirmação da história que lhe foi contada pelo magnata, Arthur conversa com sua mãe, dizendo que mesmo que ela sempre o dissesse para ser feliz, ele nunca havia sido feliz por um único momento em toda sua vida, e então a asfixia usando um travesseiro

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