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Resenha do Filme "Coringa"

Por:   •  11/10/2020  •  Resenha  •  1.075 Palavras (5 Páginas)  •  282 Visualizações

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CORINGA

Coringa – USA 2019

Direção: Todd Phillips

Autores: Todd Phillips, Scott Silver

Gênero: Drama

O filme que contou com onze indicações e rendeu o Oscar de melhor ator à Joaquim Phoenix começa em meio a uma greve de lixeiros, num ambiente sombrio, com lugares sujos e sem muita perspectiva de mudança. De cara, já provoca emoções diferentes, mas ainda indefinidas.

Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e aparenta ser portador de transtornos mentais. Uma vez por semana, ele precisa comparecer a uma agente social para fazer acompanhamento e retirar suas medicações.

No início, o personagem desperta uma certa afinidade, levando o público a desejar justiça por todas as humilhações e atrocidades pelas quais ele passa e que apesar delas, procura manter-se firme no seu propósito de ser um grande comediante de stand up.

Ele sofreu um trauma craniano na infância, que lhe custou uma condição de rir involuntariamente, quando exposto a uma situação de ansiedade ou de nervoso. Por isso, carregava um cartão com ele para informar as pessoas ao seu redor sobre seu afeto, que segundo o site da ABC Med, tem a seguinte definição:

“O afeto pseudobulbar (ou transtorno da expressão emocional involuntária) é um descontrole emocional que se evidencia por episódios de riso e/ou de choro incontroláveis que podem estar completamente dissociados do estado de ânimo do paciente e tendem a ser desproporcionais ou contraditórios com o estímulo que o produziu.

O transtorno não deve ser confundido com humor instável ou emoções instáveis decorrentes da instabilidade emocional comumente observada em transtornos de personalidade, como no transtorno de personalidade limítrofe.” (Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de Oliveira – 2019)

Ainda de acordo com a Abc Med, além do afeto pseudobulbar, lesões cerebrais traumáticas podem deixar alguém com depressão aumentada, raiva e perda de função cognitiva. Por isso é provável que sua lesão tenha influenciado seu estado psicológico. Uma vez que entre outras coisas, Fleck indica sofrer de depressão, quando diz coisas como: "Tudo o que tenho são pensamentos negativos" e “Só espero que a minha morte faça mais sentido que a minha vida” e ainda, "A pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não a tivesse".

Na opinião do professor Alexandre Patrício, em sua live de 05/07/2020, o riso de Fleck não estaria atrelado ao trauma, mas sim a uma espécie de recalque ou um “riso de dor”. A medida em que ele ri, ele camufla a dor com a qual não consegue lidar, juntamente com a exigência de normalidade imposta pela sociedade, com a qual ele não pode se submeter. De fato, durante o riso, sempre havia uma profunda tristeza e agonia por baixo. E como se não bastasse, ele foi forçado a interromper seu tratamento psiquiátrico, porque o governo deixou de subsidiar o local onde ele obtinha os medicamentos e ele não tinha recursos para comprá-los.

A medida em que o filme avança, cria-se uma dúvida sobre a veracidade dos acontecimentos. Ainda não é possível saber até que ponto as cenas são reais ou são fruto das alucinações e delírios de Fleck, mas sim, já é possível perceber a transmissão quase hereditária que o vincula à sua mãe, Penny Fleck (Frances Conroy) quando ela afirma que ele é filho do milionário e candidato a prefeito Thomas Wayne (Brett Cullen).

Ele procura pelo suposto pai, esperando ser ouvido, entendido, acolhido e aceito. Mas Wayne nega a paternidade, afirmando que Penny é doente.  Fleck começa a investigar a ficha psiquiátrica de sua mãe e descobre que, na verdade, ele foi adotado e sua mãe vive em surto psicótico.

Como se ainda não fosse suficiente, Fleck é demitido por ter sido flagrado com um revólver dentro de um hospital infantil, enquanto fazia uma apresentação. Em sua volta para casa ele presencia uma mulher sendo assediada dentro do metrô e mais uma vez a crise de riso se apresenta.

Os três homens começam a espancá-lo e ele mata os três a tiros. Desse momento em diante ele sofre uma espécie de “libertação” por perceber que foi capaz de ser visto como uma pessoa de valor, apesar de suas fraquezas... Considerando aqui, que ele tenha agido em defesa da pobre moça e não por prazer em matar.

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