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Em Busca de Novos Rumos Grupos de crianças com queixa escolar: um estudo de caso.

Por:   •  28/3/2016  •  Resenha  •  1.970 Palavras (8 Páginas)  •  761 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

COPIT, C. F. (1997) Grupos de crianças com queixa escolar: um estudo de caso. In: Machado, A.M, & Souza, M.P.R. Psicologia Escolar: em busca de Novos Rumos. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo, p. 123-137.

Resenha: Psicologia Escolar: Em Busca de Novos Rumos

Grupos de crianças com queixa escolar: um estudo de caso.

Nesse capítulo escrito por Cintia Copit Freller apresenta para seus leitores alguns psicólogos do Serviço de Psicologia Escolar do IPUSP, que propôs um trabalho com sete crianças que estavam com problemas escolares que foram encaminhadas para um atendimento com os professores. Sendo que não fazia parte do repertório desses profissionais realizarem um trabalho com crianças. Quando os professores se queixam de seus alunos, os psicólogos se juntam para entender o que está ocorrendo com os mesmos. Buscam “escutar” esses comportamentos como um “sintoma”, é fundamental saber a história familiar e pessoal de cada criança com a sua história escolar.

Um determinado comportamento de um aluno atinge seus professores, visa à aprendizagem e ao desenvolvimento global da criança. Sendo que as crianças também se queixam de seus professores, e expressam seus desejos de estabelecer contato. Pode-se entender que a aproximação dessas crianças com seus professores são visto como um pedido, e é uma demanda de trabalho que deve ser ouvida não só pelos professores, mas também pelos funcionários do ambiente escolar. As práticas escolares devem e precisam ser repensadas pelos educadores.

No ano de 1985, iniciou-se um trabalho com um grupo de crianças que tinham algumas queixas escolares. Os psicólogos desenvolveram uma técnica, com tempo limitado para facilitar o contato com as crianças para alguma mudança em situação escolar, com inspiração nas consultas, optou por um trabalho realizado com grupos de crianças.

As crianças foram reunidas na qual havia alguma queixa escolar, diante de uma caixa com materiais gráficos, sem nenhuma atividade pré-estabelecida, com um adulto disponível a acompanhá-las e escutá-las. Talvez haja um surgimento de uma oportunidade para a expressão do conflito que de alguma forma predomina em cada criança e do grupo, possibilitando o psicólogo um pré-diagnóstico, para que então os psicólogos possam limitar estratégias de trabalho. A função terapêutica, facilitadora dessa experiência deve ser avaliada constantemente, e o material clínico a seguir é uma boa oportunidade para iniciar essa reflexão.

O ajuste proposto para as crianças que suporta variações e os parâmetros básicos são: seis a oito participantes, aproximadamente 10 sessões, uma hora de duração, sendo uma vez por semana, uma caixa com material gráfico e, dependendo da idade, jogos, animais de plástico e famílias de pano.

Conversando separadamente uma vez com o grupo de pais e com professores, antes de começar o processo e ao término, objetivando, escutando a versão sobre problemas enfrentados pelos alunos e seus sentimentos e atitudes frente a essa problemática, procuro ajuda-los a pensar formas de facilitar o crescimento das crianças.

Dando inicio ao processo contando o motivo do encaminhamento dos professores, convido e explico que a participação é optativa para que eles e para seus professores a fim deles expressarem sua versão sobre os problemas enfrentados no âmbito escolar e fora dela, falar de suas preocupações e brincar.

Sete crianças foram selecionadas pelos seus professores por serem consideradas incapazes de progredir na escola, “casos graves”, que segundo a eles precisam de tratamento com especialistas, crianças repetentes que estavam cursando a primeira serie pela terceira ou quarta vez, e que seja frequentadores de escola pública. Sendo seis meninos e uma menina com idade entre nove a onze anos, cujo caraterísticas sejam: Não saber ler, nem escrever, por não fazer nada em sala de aula, desinteresse, bagunceiro, agitado, hiperativo, lento, largado, apático, tímido entre outros.

A história de todas as crianças inicialmente é comum, classes diversas, sendo da mesma classe e cursando a primeira serie, essa classe ficou conhecida na escola por ter sido reprovada em massa e pela sete substituições de professores em um ano. As crianças reprovadas foram reunidas com outras “crianças-problema”, com isso de várias trocas de professores foi designada uma professora novata, sem alguma experiência docente, para então dar continuidade as aulas para esses alunos da qual a classe era chamada “lixão”. Repetindo o ano essas crianças tiveram que ir para classes iniciantes pela terceira vez. Essa pesquisa da historia escolar é desconsiderada pelos psicólogos clínicos e é fundamental para entender a problemática enfrentada por essas crianças.

Os pais compareceram e aceitaram aparentemente satisfeitos, o trabalho com seus filhos, falaram da preocupação com o fracasso escolar das crianças, dizendo que “sem estudo ele não vai ser nada na vida”, eles também contaram aos professores que seus filhos tiveram um desenvolvimento normal até entrarem na escola, fazendo queixa das crianças.

Na primeira sessão os psicólogos se apresentaram e explicou que os professores haviam relatado a eles que as crianças estavam com dificuldades na escola e precisavam de ajuda. E que eles poderiam exprimir suas versões , em um espaço que eles podiam falar o que pensavam e sentiam, poderiam brincar, desenhar e utilizar todo o material da caixa, e depois de ouvir a psicóloga aceitaram participar do grupo, mas respondendo as perguntas apenas com a cabeça. Na segunda sessão não queriam entrar na sala, mas entraram e de começo viram a caixa, tirando todo o material, somente Carlos que ficou sozinho em um canto. Na terceira sessão os objetos foram manipulados e em seguida destruídos. Na próxima sessão caracterizou-se por muitas brincadeiras de luta, brigas, gritaria e o clima estavam tão tensos que todos queriam ir ao banheiro, intervindo com receio deles se machucarem ou estivesse algum estrago material. Com o passar dos dias houve a sessão onde Silvia uma das crianças fez uma boneca com longos cabelos, e eles se revezavam para cortar.

Eles relataram que os alunos obedeciam à professora, pois ela gritava e emitia ordens absurdas. Na seguinte sessão eles desenharam, contaram estórias e como as sessões anteriores fizeram objetos com massinha, e conversavam entre eles sobre a escola ou assuntos sobre os bairros. Na oitava sessão houve uma disputa

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