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FREUD E CHARCOT

Por:   •  13/10/2015  •  Relatório de pesquisa  •  4.124 Palavras (17 Páginas)  •  348 Visualizações

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

CELSO HENRIQUE SILVA PAULO

RAFAELA POTERIKO

A IMPORTANCIA DE CHARCOT PARA O DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DE FREUD

MARINGÁ

2015

CELSO HENRIQUE SILVA PAULO

RAFAELA POTERIKO

A IMPORTANCIA DE CHARCOT PARA O DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DE FREUD

Trabalho apresentado a Faculdade Metropolitana de Maringá para o Curso de Graduação em Psicologia na disciplina de TSP II ministrada pelo Profº Antonio Ferreira. Este trabalho visa identificar as influencias de Jean Martin Charcot para  Sigmond Freud por meio de pesquisas das obras de Freud. Veremos também sua importância na psicanálise.

MARINGA

2015

A IMPORTANCIA DE CHARCOT PARA O DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DE FREUD

Jean-Martin Charcot nasceu em Paris, 29 de Novembro de 1825. E morreu em Montsauche-les-Settons, 16 de Agosto de 1893. Era médico, cientista francês e foi um dos mais influentes no começo da carreira de Freud por ter o influenciado e incluindo em suas técnicas psicanalíticas a hipnose.

Por ser psiquiatra era muito influente, mas se tornou famoso na segunda metade do século XIX. Foi um dos maiores clínicos e professores de medicina da França e, juntamente com Guillaume Duchenne, o fundador da moderna neurologia. Suas maiores contribuições para o conhecimento das doenças do cérebro foram o estudo da afasia e a descoberta do aneurisma cerebral e das causas de hemorragia cerebral.

Freud foi influenciado por Brücke a viajar para a cidade de Salpêtrière. Época em que Charcot estava envolvido no debate sobre os estudos psiquiátricos e, apesar de seu ponto de vista ser similar ao de Brücke, já começava a aparecer diferenças em pontos importantes. Nesta época, já haviam vários ramos da Psiquiatria que defendiam a histeria (entendida como “ataques histéricos” agudos com paroxismos de gestos
involuntários, contorções do corpo, exclamações; ou sintomas crônicos como cegueira histérica mutismo e paralisia)como sendo uma alteração anatômica no sistema nervoso, e principalmente que o cérebro seria a causa de todos estes sintomas.

Charcot, divergia em sua tese onde a histeria não seria por causas anatomopatológica, apesar de acreditar que estava associada a algum tipo de anomalia do sistema nervoso, porem ainda insistia que não provinha de algum tipo de alteração anatômica, era por isso que os estudos autópticos não apresentavam nenhuma resposta a natureza de tais distúrbios. (LEVIN, 1980).
        Houve um grande debate durante o século XlX sobre a Anatomia Patológica, onde tentavam correlacionar os sintomas aos dados e alterações anatômicas em pacientes que eram levados na necropsia para autopsia. Na contra-mao desta metodologia, havia a Fisiologia que usava animais na experimentação laboratorial, cobaias usadas para fins de investigar não mais a estrutura, mas os modos de funcionamento. Estes chegavam em vários debates como, o que seria mais importante um animal vivo ou um ser humano morto, alegando que, através de um animal vivo chegariam mais próximo de compreender um ser humano igualmente vivo.

Paris teve grande importância na Psiquiatria por ser onde se estabeleceu como especialidade separada pela primeira vez, foi de onde saíram os mais importantes acadêmicos de Psiquiatria, e sua ênfase na Anatomia Patológica dominou o cenário da Psiquiatria acadêmica européia durante a primeira metade dos anos oitocentos. (LEVIN, 1980).
Por volta da década de 1880, muitos pesquisadores saíram do foco em pesquisa das estruturas anatômicas e a buscar opções alternativas (se é que podemos chamar assim). As pesquisas anatômicas já não eram suficientes para compreender a histeria e as neuroses, e foi ai que Charcot começou a despontar em sua teoria, para ele a histeria seria anormalidades fisiológicas difusas no sistema nervoso central, e esses fatos não acarretavam mudanças estruturais.

Charcot também expôs fundamentos psicológicos para diversos casos de histerias. Para Wilhelm Griesinger (1817-1868)o fundador da Psiquiatria alemã, esta era uma “doença detestável”, mesmo em casos amenos resultariam em comprometimento psíquico e que histéricos seriam “seres insuportáveis para o meio em que vivem”. Para um aluno de Charcot, Joseph Babinsk (1857-1933), deveria ser trocado o nome de histeria por pitiatismo, a histeria seria um mero “piti”, algo curável pela persuasão. Ele acreditava que a histeria não passaria de simulação (QUINET, 2005).

Freud apoiava Charcot em seu modelo fisiológico, mas com algumas reservas. Pois para ele a anormalidade fisiológica deixava a pessoal mais vulnerável à neurose, e que também seria a principal causa  e certos sintomas histéricos específicos. Mas acreditava também que, em virtude do estado rudimentar da Neurofisiologia da época, a tentativa de realização de modelos orgânicos só poderia resultar em hipóteses altamente especulativas e inúteis. Portanto, preferiu concentrar-se na explicação daqueles sintomas que pareciam ser o produto de fatores psicológicos. Também se concentrou na resolução terapêutica dos sintomas histéricos. (LEVIN, 1980, p.14).

Nesta época, Freud juntamente com Charcot e Brücke não eram partidários no assunto de Anatomia Patológica e planejou com Charcot que as próximas pesquisas seriam baseadas nessa tese. Desde paris, Freud examinou com quem se referia como grande homem, um plano para o estudo sobre paralisias histéricas e orgânicas. Desejava estabelecer a tese de que na histeria, as paralisias e anestesias de algumas partes do corpo aconteciam conforme as idéia populares dos seus limites e não devido a fatos anatômicos. Eles concordaram com isso, porem visivelmente não houve grande interesse em se aprofundar na psicologia das neuroses por parte de Charcot.

Enquanto o assunto se estendia podemos ver que para Freud, a partir da anatomia patológica, havia começado seu trabalho. (FREUD, 1976b, v.XX p.25) Freud constantemente referia-se a Charcot como “o grande homem”. Ele estava muito impressionado com as apresentações de hipnose de Charcot, que induzia fenômenos histéricos através do hipnotismo em pessoas sadias, e afirmava em haver homens histéricos. O que mais o impressionava era algumas destas apresentações levadas a efeito sob seus próprios olhos. A autenticidade das manifestações histéricas e da obediência a leis (‘introite et hic dii sunt’), eram fantásticos. A freqüência de histeria em homens, as paralisias por sugestão hipnótica, contraturas histéricas e como estes produtos artificiais apresentam características como a de acessos espontâneos, que por muitas vezes eram provocados traumaticamente. (FREUD, 1976b, v.XX, p.24).

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