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O ESTUDO DA CONSTRUÇÃO SOCIAL DA HOMOFOBIA

Por:   •  16/11/2019  •  Artigo  •  4.043 Palavras (17 Páginas)  •  206 Visualizações

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O ESTUDO DA CONSTRUÇÃO SOCIAL DA HOMOFOBIA

Byanca Brito Ferreira[1]

RESUMO

O termo homofobia descende de um neologismo (criação de uma palavra nova ou a elaboração de um novo sentido a uma palavra que já existe) formado por dois radicais gregos homo: igual + phobia: medo. Em vista disso, esse estudo aborda a construção social da palavra homofobia, a origem histórica da homossexualidade como também com o decorrer do tempo a construção social do preconceito em relação aos LBGT+ e a Psicologia entre a homossexualidade e a homofobia. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e bibliográfico que expõe a veracidade histórica da homofobia, se revelando de extrema importância para o atual contexto histórico, atingindo como também estudando  a raiz desse preconceito para melhor entendimento do corpo social enquanto uma sociedade culturalmente homofóbica e a relevância da psicologia nesse tema.  

Palavras-chave: Homofobia, Psicologia social, Homossexualidade, Construção social, Estudo social.

INTRODUÇÃO

A origem da palavra homofobia surgiu em 1965, George Weinberg, um psicólogo norte-americano usou pela primeira vez em um discurso depois de se lembrar de um ato preconceituoso contra uma amiga lésbica, o termo homofobia para intitular uma “fobia” ou “medo dos homossexuais”, um “medo da contaminação”, tornando a homossexualidade patológica bem como um “medo religioso” que conduz o ser humano inserido em sua sociedade a cometer atos de violência tanto físicas como verbais contra homossexuais.

 No entanto, a homofobia não é de fácil entendimento ou explicação, já que, o seu processo e desenvolvimento teve um passado como também o presente marcado por construções sociais em determinados contextos históricos, os quais trazem à tona sua problemática da busca de respostas pela fobia de uma orientação sexual, o incômodo social por indivíduos fora dos padrões heteronormativos, o que ou quem gerou seu surgimento e porque persiste nos dias atuais.

Contudo, o objetivo deste presente artigo é estudar a construção social, analisando historicamente a trajetória da homossexualidade até o preconceito em relação a apenas uma orientação sexual, relatando a liberdade até o aprisionamento da comunidade LGBT+ e a partir disso sua resistência nos dias atuais como também colocar em evidência a real anormalidade: a homofobia.

METODOLOGIA

Este projeto apresenta um caráter qualitativo, exploratório e bibliográfico. Para Minayo (2003, p. 16-18) é o caminho do pensamento a ser seguido, já que, ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a serem adotadas para construir uma realidade. A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. Foi utilizado como critério de escolha do material, publicações em forma de artigos científicos disponibilizados em sistemas de periódicos e sites eletrônicos como: PEPSIC; Scielo.

Para a busca de dados no sistema foram utilizados os descritores: Homofobia, Psicologia, Psicologia social, Homossexualidade, Construção social, Estudo social.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Definição do termo “homofobia”

O termo homofobia descende de um neologismo (criação de uma palavra nova ou a elaboração de um novo sentido a uma palavra que já existe) formado por dois radicais gregos homo: igual + phobia: medo[2]. A sua origem deu-se em 1965, George Weinberg, um psicólogo norte-americano usou pela primeira vez em um discurso depois de se lembrar de um ato preconceituoso contra uma amiga lésbica, o termo homofobia para intitular uma “fobia” ou “medo dos homossexuais”, um “medo da contaminação”, tornando a homossexualidade patológica bem como um “medo religioso” que conduz o ser humano inserido em sua sociedade a cometer atos de violência tanto físicas como verbais contra homossexuais.

Em 1971, em um artigo, Weinberg usa o termo homofobia para exemplificar a aversão de se comunicar, conviver ou frequentar lugares em que se encontram homossexuais como também em caso de indivíduos que não aceitam sua sexualidade, denominada de “auto aversão”, ou seja, repulsa, ódio e inconformismo por não estar enquadrado na normatividade social bem como na heteronormatividade.[3] No entanto, em decorrer das problematizações sociais acerca do tema, não é recomendado fazer uma interpretação sobre a expressão ao pé da letra, em relação aos radicais que a constitui.

Baseando-se na gramática da Língua Portuguesa, de acordo com Thonny Hawany graduado em Letras pela Universidade do Estado da Bahia e militante de Direitos Humanos com ênfase para a comunidade LGBT:

Para maior compreensão do termo, o radical (elemento que contém o significado da palavra) homo que se encontra na palavra homossexual como também na palavra homofobia, por se tratar da supressão de um fonema (apócope) da palavra homossexual, ou seja, de uma redução da expressão, o radical não tem o mesmo teor semântico e lexical que tem na palavra homossexual. Nesse contexto, o radical homo sofreu uma evolução para significar o todo e não somente uma parte, ou seja, se tornou uma referência à pessoa homossexual independente do gênero. (2010, www.thonnyhawany.com/2010/10/homofobia-conceito-etimologia-da.html).

Já o radical phobia que provém do grego, significa medo de uma forma generalizada, no entanto, em relação a expressão homofobia, tem a definição além do medo irracional, o preconceito e a repulsa ao homossexual e à homossexualidade. Entretanto, há estudos que discutem sobre o termo homofobia ser excludente e de cunho machista, devendo ser substituído por “preconceito contra a diversidade sexual”, já em outros estudos, é debatido que a expressão certa para esse tema seja homofilofobia e que a pessoa que sofre deste transtorno deve ser chamado de homofilofóbico.

 Porém, esse estudo é confrontado com outros conhecimentos acerca da expressão, os quais relatam que a homofilofobia provém da palavra homofilia sendo definida como a hipocrisia de indivíduos heterossexuais, que se apropriam de termos como também fetichiza o universo LGBT+, mas, encobrem, são passivos com as causas da comunidade bem como são preconceituosos em situações que coloquem em risco a sua heteronormatividade ou dúvida de outros acerca da sua sexualidade[4].

À vista disso, é importante destacar que a homofobia é um fenômeno social de cunho histórico, jurídico, psicológico e cultural. A sua denominação mesmo apresentando discussões, já se encontra definida e é altamente complexo tentar alterá-la. A questão é que a homofobia ao tentar definir um problema, problematiza-se.

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