O Estudo de Caso

Estudo de Caso – Psicologia Jurídica

Professora: Anna Karollina

Alunas (os):  Cayo Claudiano Lima Silva

A família participante deste estudo é composta por cinco membros: a mãe (28 anos), padrasto (25 anos), duas filhas (14 e 10 anos) e um filho (12 anos).

A mãe e o padrasto não são casados legalmente e trabalhavam cerca de 10 horas por dia, sem carteira assinada: ela como doméstica e ele como auxiliar de construção civil. Os filhos estudam em escola municipal e todos estão cursando o ensino fundamental. A renda mensal total da família é de aproximadamente dois salários mínimos. Moram em casa de alvenaria alugada e não participam de nenhum programa de complementação de renda.

A convivência nesse grupo familiar é conflituosa: os irmãos se agridem física e verbalmente; a mãe queixa-se das dificuldades de estabelecer limites para os filhos e a distribuição de tarefas e responsabilidades entre os membros do grupo é desequilibrada. A queixa da mãe está relacionada à filha caçula que, com frequência, foge de casa e retorna somente dois ou três dias depois.

Durante o período de aproximadamente 15 dias, a filha mais nova fugiu de casa três vezes. Todas as vezes que sai de casa, procura abrigo na residência de vizinhos, às vezes até desconhecidos da família, alegando que não pode voltar para casa por sofrer maus-tratos por parte do padrasto e irmãos. Exposta a situações de negligência, risco do uso de drogas e trabalho infantil, ela chega a permanecer até sete dias longe de casa e, quando retorna, sofre rigorosas punições físicas do padrasto.

Numa das ocasiões, a menina procurou abrigo na residência de um catador de papelão que ficava próximo à sua casa. Em troca, ela o acompanhava diariamente no trabalho pelas ruas, sem acesso regular à alimentação, cuidados básicos de higiene e também sem frequentar a escola. Nesta ocasião, o conselho tutelar foi acionado pela vizinhança e a menina acabou sendo encaminhada para uma instituição de acolhimento (Adaptado de Macedo & Conceição, 2017).

Quais ações o profissional de Psicologia poderia tomar no atendimento a essa família? Defina o local em que o profissional atua, bem como as possibilidades de ação a serem tomadas.

Referências

Macedo, Etiene Oliveira Silva de, & Conceição, Maria Inês Gandolfo. (2017). Atendimento psicossocial a crianças e adolescentes em situação de violência: o psicólogo e a rede de atenção. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 12(1), 129-146. Recuperado em 01 de abril de 2019, de .

Local: CRAS

• Ações:

Tentar realocar os pais para trabalhos formais de carteira assinada, questionar e sugerir a escolaridade dos pais para um possível retorno aos estudos.

Orientar sobre o bolsa família ou algum outro programa do governo que possa complementar a renda familiar.

Quanto a agressão dos irmãos, averiguar a origem deste comportamento e inserir atividades físicas ao cotidiano dos mesmos.

Acompanhar a rotina do núcleo familiar, fazer uma entrevista individual com a caçula da família para entender melhor o motivo das fugas de casa e questionar também os dois irmãos o motivo de não fugirem, para tentar entender como cada um enxerga a sua realidade.

Aconselhar mãe e padrasto a como direcionar e reorganizar as atividades da casa conforme a necessidade da família.