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Resenha - FILME: PARA SEMPRE ALICE

Por:   •  29/10/2017  •  Resenha  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  779 Visualizações

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Resenha

FILME: PARA SEMPRE ALICE

Raquel P. de C. Zaki – estagiária de Psicologia

“Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje. Mas isso não significa que o hoje não tem importância”

                                                Alice

Alice tem 50 anos, é uma pesquisadora e bem-sucedida professora na universidade de Havard, seu marido é professor, juntos tem três filhos, a mais velha é casada, o segundo trabalha e namora e a caçula mora em outra cidade, faz teatro e não deseja ingressar na faculdade, o que Alice considera preocupante. É uma mulher bastante independente, viaja, está sempre auxiliando o marido em sua carreira e moram perto do campus onde trabalham.

Bem antes de se manifestar clinicamente como uma síndrome de demência, a Doença Alzheimer-DA patológica produz alterações na função de memória recente, além de outras alterações comportamentais e cognitivas sutis. Calcula-se que quase todos as pessoas destinados a desenvolver demência atribuível à DA sofrem alterações cognitivas e comportamentais assintomáticas durante o período que antecede.

Um dia, em uma de suas corridas matinais que faz pela cidade sozinha Alice percebe que não está reconhecendo bem o local que se encontra e com outros pequenos lapsos começa a se preocupar.

A desorientação geográfica também é uma característica da demência emergente da doença e manifesta-se com o paciente ficando perdido em um local que costumava ser familiar. Em uma história típica, o paciente sai para correr, por exemplo, e começa a ficar confuso em relação às direções. Em alguns casos, a pessoa anda por várias horas tentando chegar ao destino pretendido.

Alice procura um médico neurologista, devido aos acontecimentos e o mesmo lhe solicita vários exames. Recebe o diagnóstico de Alzheimer Precoce, um tipo genético e raro, uma doença que mesmo sendo nova a pessoa pode adquirir, sua primeira preocupação surge a respeito dos filhos, uma vez que, a doença é hereditária e a segunda é como contar para a família que deixaremos de ser nós mesmos, quando perdermos a consciência de existir, mesmo com um corpo sadio, como explicar que estaremos da mesma forma mortos em um corpo ainda pleno de vida.

A pessoa que apresenta um Comprometimento Cognitivo Leve - CCL da memória recente e continua realizando as tarefas diárias normalmente representam o estágio sintomático mais inicial da doença Alzheimer. É possível demonstrar por meio de avaliações diretas que as pessoas com CCL apresentam comprometimento funcional no dia a dia. Entretanto, é provável que estes indivíduos possuam capacidades compensatórias e reservas cognitivas, e por isso sua independência não é imediatamente comprometida.

Alice, portanto, tem consciência de seus erros e seus esquecimentos e sente-se humilhada por eles. Afinal, sua identidade era a de uma mulher extremamente culta e segura. Ninguém da família nem mesmo seu marido havia percebido absolutamente nada, com exceção de sua filha mais nova que já tinha notado que algo estava errado quando sua mãe lhe visitava.

A doença não transforma seu portador de uma hora para a outra, mas evolui lentamente e traiçoeiramente. A perda de criar novas ideias da doença, tipicamente se manifesta nos afazeres diários, como uma dificuldade em lembrar de eventos e conversas recentes, uma tendência a repetir o que já disse durante uma conversa, e uma dificuldade em se manter atualizado com a data. A princípio, estes comportamentos podem ser intermitentes ou surgir apenas nos momentos de estresse ou quando o indivíduo é tirado de suas rotinas habituais. Gradualmente, à medida que a condição progride, os episódios de esquecimento vão se tornando mais frequentes e levam a erros da realização dos afazeres diários. Estes erros podem incluir o esquecimento de compromissos, dificuldades para fazer compras e problemas em seguir instruções com múltiplas etapas (p. ex., receitas culinárias) e conforme vai evoluindo, estes déficits podem incluir a perda da facilidade para dizer palavras simples ou uma dificuldade para lembrar os nomes de familiares ou conhecidos.

Assim encontra-se Alice, com a capacidade diminuída de resolver problemas diários, domésticos comuns. Na universidade suas tentativas de dar aulas vão piorando cada vez mais, pois seus alunos começam a perceber que algo está errado, especialmente num dia em que ela entra, senta-se, esperando um professor - que era ela mesma! - Se levanta e sai.  Para uma pesquisadora e professora, onde seu hobby é brincar de palavras cruzadas, no nível mais difícil possível, ter que viver grudada no celular para não esquecer a própria vida e lamentável, e ainda ter que enfrentar as dificuldades do marido em aceitar sua doença, contando apenas com o apoio da filha mais nova.

Conforme a doença se manifesta, alterações de comportamento e humor começam a ocorrer com frequência, como o indivíduo sofre alterações de humor significativas, como choro, melancolia ou ansiedade. A perda de interesse por coisas que a pessoa gostava e pelos afazeres da família são manifestações da apatia e da perda de iniciativa comumente observadas na DA inicial. Notavelmente, a depressão é menos comum do que poderia ser previsto, talvez por causa da perda concomitante de discernimento que acompanha a demência da doença inicial.

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