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Resenha Filme Belle de Jour

Por:   •  6/12/2016  •  Resenha  •  936 Palavras (4 Páginas)  •  1.623 Visualizações

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Belle de Jour (A Bela da Tarde) é um filme francês de 1967, dirigido por Luís Buñuel com roteiro baseado na obra de Joseph Kessel. É uma verdadeira obra de arte que desafia as explicações objetivas. Lançado pouco depois que o cinema ficou livre da censura na França, ele destaca assuntos ainda atuais: o embate do inconsciente e a sexualidade.

A história do filme de Buñuel fala sobre Séverine (Catherine Deneuve), uma bela jovem burguesa casada com um médico chamado Pierre (Jean Sorel). Séverine tem a típica vida de uma mulher burguesa, mas não parece viver muito bem essa vida. Percebe-se que ela não se sente completa, existe uma insatisfação em relação a sua sexualidade. Mesmo tendo como marido um homem paciente e bondoso, Séverine parece fria, não se relaciona intimamente com ele e não possui desejo sexual por ele.

No decorrer do filme diversos flashes mostram como Severine não se relaciona bem com sua sexualidade. Nas primeiras cenas do filme a mulher aparece amarrada em uma corda e com seus funcionários estuprando-a e em outras diversas cenas mostra ter fetiches sexuais. Essas cenas também ocorrem com ela na infância, em um primeiro momento tem desejo sexual por um homem mais velho e no segundo momento, ela recusa receber a hóstia do padre. Essas cenas são intrigantes, pois não há como identificar se seriam lembranças ou devaneios da mulher. Buñuel constrói todo o enredo do filme expondo essa confusão entre o real e o onírico.

Dessa forma, Séverine vive um conflito interno. Por um lado possui fetiches sexuais por estranhos e por outro, reprimi tais pensamentos. Esse intenso conflito leva Séverine a uma crise. E através de Henri (Michel Piccoli), amigo de deu marido, sabe da existência do bordel de Madame Anaïs (Geniviève Page). Séverine procura o bordel e passa a se prostituir. Se prostitui não por dinheiro, mas para viver coisas diferentes com homens diferentes. Começa a transitar de uma realidade para a outra. De manhã e à noite ela é dona de casa, à tarde vai para o prostíbulo.

Séverine ganha a denominação de A Bela da Tarde e começa a viver o seu inconsciente. Mas ela sabia que não conseguiria viver para sempre essa vida dupla. Henri conhecia seu segredo e um cliente ciumento estava a ameaçando. Este cliente que desejava possuir totalmente Séverine atira em Pierre. O marido de Séverine, que aparentemente nunca suspeitou da dupla vida da mulher, não morre, mas fica paralítico, cego e mudo.

No final do filme o amigo Henri visita o casal e sadicamente informa Séverine que vai contar tudo ao marido. Fecham-se os dois na sala e passado muito tempo, Henri sai e não diz uma palavra a Séverine. A mulher fica sem saber se a historia foi revelada ou não ao marido. Mas, do olhar de Pierre cai uma lágrima. Buñuel nos deixa, mais uma vez, na duvida do que realmente aconteceu.

Essa vida cheia de conflitos de Séverine nos faz pensar em nossas próprias vidas e no quanto o nosso inconsciente as influencia. Em 1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento psíquicos e apresenta três instancias psíquicas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.

O inconsciente é constituído por conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-consciente ou consciente, pela ação de censuras internas. No entanto, esses conteúdos, mesmo

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