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Resenha do Filme Gênio Indomável

Por:   •  3/5/2019  •  Resenha  •  2.459 Palavras (10 Páginas)  •  673 Visualizações

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Resenha do filme Gênio Indomável

Wil (Matt Damon) é um jovem pobre que mora sozinho no subúrbio em um cômodo com pouquíssimas comodidades, somente o necessário, mas com uma enorme quantidade de livros esparramados pelo cômodo todo desarrumado. É um ávido leitor, com uma aparência tosca, embora seja um rapaz bonito, é bastante desajeitado, desarrumado. Nutre uma amizade com 4 amigos, entre eles um em especial, Chuckie (Bem Affleck) que o busca todos os dias para irem trabalhar.

Will faz parte do quadro de funcionários que realiza a limpeza de uma faculdade. Ao limpar o corredor vê dois alunos em pé na frente de um quadro negro com um sistema avançado de Curriê, um problema deixado ali pelo professor Gerald (Stellan Skarsgard), para instigar os alunos na resolução do mesmo, sendo que esse seria um desafio que poucos, segundo o professor, teriam dado conta e, haveria uma grande premiação para quem o resolvesse. Will olhou para o sistema e o gravou na memória. Ao chegar em casa resolveu o problema e no dia seguinte colocou no quadro sem que ninguém o visse. Will não tinha pretensão alguma em relação a premiação, aliás, o filme dá a entender que ele nem sabia.

Na próxima aula a sala se encheu de curiosos para saberem quem seria o ganhador mas, como não apareceu, o professor deixou outro sistema no quadro negro para fisga-lo. Quando Will chega no outro dia, vê o sistema e, quando ainda está resolvendo é visto por Gerald e seu assistente. Ele termina rapidamente e sai correndo. Gerald intrigado sai a procura de Will e o encontra em um tribunal realizando sua própria defesa quando estava sendo acusado por agressão física. O conhecimento jurídico do rapaz deixou o professor ainda mais intrigado. Will foi condenado a prisão, mas o professor conversa com o juiz e se responsabiliza por ele, tira-o de lá, mas com duas condições: que eles se encontrem semanalmente para resolverem esquemas matemáticos avançados e que ele vá a um terapeuta. Will aceita, mas tem em mente não fazer terapia.

Quanto á matemática Will revela sua genialidade deixando Gerald cada vez mais impactado e vislumbrado. Mas seu comportamento se mostra enigmático e altamente resistente a terapia. O rapaz despreza os terapeutas, sobrepondo-se sobre seus conhecimentos, os desafiando, controlando toda a situação, o que faz com que desistam dele.

A meu ver trata-se de terapeutas não muito preocupados com a pessoa de Will. Não houve por parte dos terapeutas simpatia por Will. Esses psicólogos apenas usaram seu conhecimento, profundo claro, mas sempre tratando Wil como um produto. As imagens do filme mostram Will sentado em uma cadeira afastado e os terapeutas do outro lado da sala com uma postura de dominador do conhecimento. Logo no inicio da terapia o rapaz sente essa indiferença e parte pra o ataque com vasto conhecimento na área. O que o deixa de igual pra igual pois, se o estão tratando com teorias, preocupados com técnicas, ou seja, se estão sendo tecnicistas, posso pensar na seguinte leitura: conhecimento por conhecimento e técnica por técnica, Will conhece ambos e vira o jogo indignado com o serviço prestado. Acaba por analisá-los, desconsertá-los, enfim...Terapeutas renomados e experimentados sendo facilmente dominados por seu próprio conhecimento e técnicas.

Então Gerald se lembra de um amigo que é um psicólogo que trabalha com a abordagem psicanalista defendendo o conceito de confiança numa terapia. Sean não trabalha mais como terapeuta e resiste em aceitar o caso, mas acaba por aceitar a súplica do amigo em cuidar de Will.

Gerald desenvolve uma fixação por Will impressionado por sua inteligência desenvolvida apenas pela leitura ávida. Vê o rapaz como um verdadeiro gênio, entendendo que pode transformá-lo em alguém renomado, com a terapia correta. Acredita que pode fazer de um jovem bruto, arredio, encrenqueiro, rude, em uma pessoa refinada, culta. Will parte pra cima de Sean exatamente como fez com os outros, fazendo a leitura de um quadro pintado por Sean que decorava a sala em que estavam. Ao se deparar com a inteligência e o poder de persuasão de Will, Sean também se apaixona, mesmo sendo confrontado pelo rapaz quando esse faz uma leitura de sua pintura revelando seu estado emocional.

Sean foi tocado por Will. Ele resolve se envolver por ter sido tocado e é por aí que entendo que haverá uma troca, ou seja, começa aí uma terapia de mão dupla. Sean faz uma ponte entre os dois. Ao mesmo tempo em que leva Will a percorrer seu interior, Sean também mergulha dentro de si.

Paralelamente às sessões Will começa um relacionamento com Skylar (Minnie Driver). A moça se entrega sem medo nesse romance, mas ele se reserva ao máximo. Fica cada vez mais arredio enquanto se apaixona por ela.

Sean propõe uma terapia totalmente diferenciada fazendo fluir uma empatia incomum entre os dois. Começa então uma troca de experiencias. Sean não tem uma técnica específica, apenas conversa e houve, fala de suas vivencias, experiencias. Sean se abre desenvolvendo uma relação de confiança onde ambos podem ser eles mesmos e isso cativa Will que vai se sentindo cada vez mais a vontade para falar de suas dores. Sean joga limpo, usa um vocabulário claro, objetivo, trata Wil de igual pra igual, vai clarificando para Will que existe um esconderijo em seu intelecto onde se refugia para não ter que enfrentar suas dores, trabalha na razão de Will mostrando que não precisa usar sua inteligência como arma de defesa. É lindo o caminho em que Sean leva Will a enfrentar seus medos e temores mais profundos e ao mesmo tempo se permite trilhar o mesmo caminho.

É fascinante que por traz de uma personalidade tosca, arredia, exista uma pessoa tão humana e Sean mergulha dentro dessa personalidade com um respeito profundo e faz afluir essa potência. Will encontra em Sean a pessoa com quem ele pode ser autêntico. Até aqui Will não faz ideia do potencial que tem. A partir do momento em que ele encontra alguém que se empatiza, que se importa com ele, que respeita seu tempo, Will se envolve com a terapia. O rapaz traz sua relação com Skylar pra terapia, relata a Sean que pretende sair da relação por achar que ela é perfeita e que isso é muito perigoso pra ele. Sean entende o medo do abandono que permeia a relação e conduz a terapia através da troca de experiencia fazendo links, porém com um respeito muito profundo pela dor que o medo causa em Will. Sean fala a linguagem de Will. Como é linda a fluidez da empatia entre os dois, enquanto conversam é nítido como se conhecem tão bem, é como se já fossem amigos de longa data.

A ferida profunda de Sean se dá pela perda de sua esposa. Durante a terapia ele volta a esse assunto com Will. De repente falar sobre isso simplesmente flui, daí eu começo ver a reciprocidade

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