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Resenha o Renascimento do Parto

Por:   •  27/9/2021  •  Resenha  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  462 Visualizações

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RESENHA DO FILME “O RENASCIMENTO DO PARTO”

Albert França da Costa[1]*

“Esperamos que dê informações de qualidade para que as mulheres possam optar por um parto mais respeitoso, melhor para ela e o bebê”. (CHAVEUT; DE PAULA, 2013).

O filme “O Renascimento do Parto” traz a tona fatos há muito tempo esquecidos e invisibilizados, ele expõe denuncias através de depoimentos de mulheres que sofreram e sofrem com a agressividade que é imposta pelo capitalismo. O fato de fazer com que os médicos flexibilizem o parto, com a prática excessiva e sem necessidade das cesarianas, para que assim possa fazer uma quantidade maior e ter mais lucro, é um dos vários exemplos de como o capitalismo age de forma brutal com todos nós.

O filme também mostra como com o passar do tempo as mulheres, através dessa cultura patriarcal, foram tiradas do seu lugar de protagonismo, onde ao invés de ter seus filhos de forma natural e ligada ao ser que foi formado nelas, sofrem uma real industrialização do parto, com médicos, aparelhos e distanciamento dos seus filhos nos primeiros momentos de vida deles.

As mulheres em trabalho de parto e parto não reclamam e emitem opinião, por medo, por opressão ou por estarem vivenciando um momento muito especial das suas vidas: o nascimento do seu bebê (WOLFF; WALDOW, 2007). Carol Lobo, mãe e bióloga, diz na introdução do filme que não tinha conhecimento algum da fisiologia do parto, e isso reverberou no nascimento da sua filha, que foi cesário, o medo do que a filha poderia acabar sofrendo a fez acatar uma escolha do médico, visando apenas o tempo dele e nessa, como em tantas outras ocasiões, prezando seu tempo que é “dinheiro”.

Senzalas, cesárias, cicatrizes, como diz o cantor Emicida em sua música Mãe, reflete exatamente a situação da violência obstétrica no nosso país, onde mulheres pretas são presas em suas senzalas, hospitais públicos com atendimento precário, e jogadas a mercê de uma sociedade onde nem tem espaço de fala em um documentário que fala da realidade da violência obstétrica contra as mulheres, que em sua grande parte é negra. Os dados mostram que existem uma diferença no atendimento entre mulheres negras e brancas com as seguintes estatísticas: mulheres negras recebem menos tempo de atendimento médico do que mulheres brancas e compõem 60% da mortalidade materna no Brasil (MORAES, 2015.), isso só no sistema publico de saúde, no particular sabemos que a realidade das mulheres pretas também é bem precária. Um documentário que trás a tona uma realidade obstétrica, já é de muito valor, mas um que traga a tona a realidade obstétrica, também da mulher preta, seria sensacional!

Érica de Paula, roteirista do filme é doula e educadora perinatal e Eduardo Chaveut, diretor do filme, é produtor audiovisual. Em entrevista a revista Pais&Filhos eles disseram que a ideia de fazer o longa surgiu quando perceberam a carência de informações sobre o assunto “parto e nascimento”.Eles disseram na entrevista que o objetivo deles com o filme é conscientizar todos sobre a importância de um parto mais humanizado.

Lendo diversos textos, resenhas e comentários sobre o filme, observei que várias mães após assisti-lo ficaram apreensivas sobre o fato de já terem feito o parto cesáreo e sempre concluem dizendo que optarão pelo parto natural e mais humanizado possível em uma próxima gravidez. Tiro como conclusão do filme e de todo a bagagem literária que fui absorvendo ao longo da construção da resenha de que a prática extremamente capitalista, como todas as praticas feitas pelo capital, é invasiva e traumatizante, mexendo muito com a saúde mental das mães a curto e longo prazo e assim atingindo também o bebê.

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