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Resenha sobre o Filme “Anjos do Sol”

Por:   •  12/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  469 Palavras (2 Páginas)  •  586 Visualizações

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Resenha sobre o Filme “Anjos do Sol”

Tainá Pacheco dos Santos¹

        O filme apresenta a prostituição junto à exploração sexual como uma realidade marcante no Brasil. A diferença preponderante entre o destino dos meninos e meninas fica explícito no filme quando o deputado Lourenço presenteia seu filho de 15 anos com uma adolescente para que então possa perder a virgindade, seguindo a cadeia de repetição da violência transmitida pelo pai, sendo que conforme a autora Eliana Calligaris enquanto as meninas usam o corpo para se prostituir os meninos utilizam o corpo por meio da agressividade (herança familiar que receberam). Um exemplo disso está no discurso do filho e do pai: “Meu pai me disse que você é minha”, “Bate que ela te obedece”.

        A função do pai da noite fica explícita no filme sendo que na prostituição o que devia ter ficado só no simbólico acontece no real, e assim, o cuidado protetivo do pai do dia foi operado somente por Celeste a qual lhe ofereceu ajuda e via em Maria uma pessoa de valor, e não apenas um corpo, tanto é que se seu filho fosse uma menina, passaria a chama-la de Maria.  

        A cadeia de repetição da violência segue tanto no exemplo do pai e filho acima citado quanto no caso dos abusadores que utilizam os corpos das meninas como objeto de satisfação, isso se ilustra em um trecho do filme em que Maria questiona a sua amiga: “Como alguém gosta de fazer uma coisa assim que só dá dor?”.

          Outro ponto importante a ser levado em consideração diz respeito à busca intensa de Maria pelo olhar do outro que a reconheça como um sujeito (existir para alguém), e o quanto ao decorrer do filme isso vai se tornando cada vez mais difícil, devido a sua situação de vulnerabilidade e pelo fato de não encontrar mais ninguém que lhe ofereça a função de pai do dia, tendo como única oferta nas ruas, o próprio corpo. Nesse sentido, a autora Eliana Calligaris retrata no texto “Que prostituição é esta? Indagações sobre meninas de rua”, na qual o rasgar a foto (simbólica) se apresenta nesse aspecto da vida de Maria, a partir do momento que sua família lhe vende para a prostituição, aos poucos sua existência vai sendo destituída, até o momento em que assume a existência de uma menina morta, chamada Isabela Ferreira dos Santos, e a partir disso se torna visível à entrega a prostituição, já que não há outro destino, não havendo um olhar que lhe confira a existência como alguém de valor.

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